Capítulo 8- Estabilidade de um reino

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 Catarina paralisou, olhando em direção ao arbusto, já não aguentava mais tantas surpresas.

  - Agora é a hora que corremos?- Ela perguntou.

  - Não precisa! È apenas um cervo... – Aurora disse, quando o animal finalmente se aproximou delas, ela o tocou parecendo já conhecê-lo. – Pode tocá-lo, não tenha medo!

  O belo animal curvou-se diante das meninas, exibindo suas galhadas, elas as tocaram, fazendo carinho em sua cabeça, sua pelagem marrom e lisa, orelhas grandes, e suas pernas longas e finas, davam uma elegância única.

  Ele foi em direção ao riacho, tomou um pouco de água, em seguida, adentrou entre as árvores, e desapareceu.

  As duas também seguiram seus destinos, caminharam alguns minutos, até avistarem ao longe, um grande castelo, finalmente haviam chegado.

  Uma mulher, acenava alegremente para elas, Aurora correu em sua direção, a abraçando fortemente.

  - Já te disse várias vezes para não atravessar a fronteira baixinha! È muito perigoso – Ela disse, baixando-se e igualando-se ao tamanho da garota, dando-lhe um beijo em sua testa. – Quem é sua nova amiga? - Ela perguntou, levantando-se e fitando Catarina.

  A jovem paralisou ao olhar a bela mulher, aqueles olhos, cor de esmeralda, que a encaravam fixamente, se assemelhavam aos mesmos que lhe encaravam friamente, enquanto o frio da morte lhe consumia por dentro, no reino de gelo.

  Não era apenas nisso que se assemelhavam, elas eram totalmente idênticas.

  - A rainha de Cristal e a Rainha de Gelo, são gêmeas idênticas. – Aurora disse, percebendo a reação da jovem. – Essa é Catarina, Vossa Majestade!

  - Seja bem vinda ao meu reino Catarina... Sinta-se em casa! – Disse a rainha com um sorriso no rosto. – Pelo visto, já teve a honra de conhecer minha irmã... Estou certa?

  - Sim Vossa Majestade. – Disse Catarina reverenciando-a.

 - Vejam... Évols... – Aurora disse, apontando para o bando de criaturas voando sob o céu azul, eram tantos e de cores sortidas, que juntos formavam uma grade aquarela.

  Catarina se encantou com a visão.

  - Vamos entrar... Aqui fora é muito perigoso. – Disse Lis.

  - Mas rainha, está tudo bem, os évols estão aqui pra nos proteger, não tem perigo algum enquanto estiverem por perto. – Argumentou Aurora.

  Porém a rainha não quis ouvi-la, as levando para dentro do enorme castelo, e se dirigiu para seu quarto.

  - A rainha sempre acha que está em perigo, até mesmo quando as coisas estão bem e seguras, ela teme... Por isso evita até mesmo o simples fato de sair do castelo, é um medo inexplicável, que parece a devorar... Há noites que ela nem consegue dormi... Parece está tudo bem, mas no fundo ela está ferida... Só queria ajuda-la!- A garotinha disse, pela primeira vez, e uma lágrima molhou seu rosto.

  - E ela não é poderosa igual a Lilith?

  - Sim... Mas, não consegue mais usar, ela se pune por não conseguir controlar seu próprio reino, por ter perdido tantas coisas em sua vida, por não conseguir conquistar suas batalhas.

  Aurora levou a jovem até o quarto de Lis, estava muito preocupada com a rainha, perguntou se podiam entrar, e lhes foi concedido.

  - Não te apresentei a Catarina como deveria. – A menina disse, sentando-se na cama, ao lado de Lis. – Ela pode nos ajudar a salvar nosso reino.

  - Te agradeço minha pequena, mas já tenho uma solução. – Ela disse, envolvendo Aurora em seus braços. – Te agradeço também pela disponibilidade Catarina. – Ela disse olhando para a jovem. – Mas, essa responsabilidade é minha, eu terei que encarar, embora que para isso tenha que me sacrificar.

  - Rainha você não precisa fazer isso... Por que sempre insiste em auto se mutilar, se auto destruir, se estou te oferecendo uma suposta solução?

  - Porque quem sofre com a ansiedade por uma suposta estabilidade de um reino, tem muita pressa!

Conte-me Como É Andar Em Uma Montanha-russaOnde histórias criam vida. Descubra agora