Capítulo 13- Guerreira

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  "Comece destruindo o início"... Catarina não conseguia parar de pensar nessa frase.

  Ela precisava agir rapidamente, pois sentia-se muito triste pela rainha, por Aurora e também por todo o reino, mas especialmente porque mais do que antes, desejava ardentemente voltar para casa.

  Então, tomou a decisão mais séria e perigosa de sua vida, se tornar uma guerreira para salvar aquele lugar, e a si mesma.

  Comunicou Lis de sua decisão, que lhe abençoou e lhe desejou sorte, oferecendo toda a ajuda que lhe era possível conceder, principalmente a dos Évols.

  Aurora lhe acompanhou, o combinado seria, apenas até a fronteira, mas a menina tinha outros planos, continuar a caminhada.

  Ela se perguntava o tempo todo, como destruiria Lilith, sendo apenas uma humana, e temia.

  Queria evitar o uso dos Évols, pois sabiam que morreriam juntos, e estavam quase entrando em extinção, seria o fim de uma linda e mágica raça, assim como de certa forma o reino perderia proteção.

  - Os Évols sempre se sacrificaram pelo reino? – Catarina perguntou.

  - Não! Eles sempre protegeram, mas não precisavam se sacrificar, sabiam quando deveriam parar, para não virarem pó, mas depois do acontecimento, que você já sabe, eles também ficaram desestabilizados, e não conseguem mais se controlar.

  - Veja ali na frente... Aqueles são os tais fungos alucinógenos. – Catarina disse, apontando para vários cogumelos vermelhos com "pontinhos" brancos, no solo, entre folhagens secas, próximos a uma árvore.

  As meninas se aproximaram, e tamanho foi o encantamento de Aurora.

  - Eles são lindos. – Ela disse.

  - São sim, são os conhecidos cogumelos psicodélicos... Mas não se iluda! Eles também podem ser muito perigosos, tão mágicos como seu mundo... Mas agora precisamos ir! – Catarina disse, mudando o assunto.

  Então ela arrastou Aurora pelo braço apressadamente, enquanto a menina tentava olhar para trás na tentativa de dar uma última olhada nos tais fungos.

  - O pouco que permaneci aqui, percebi que esse lugar é um pouco turbulento e confuso... – Comentou Catarina.

  - Esse lugar é cheio de oscilações, altos e baixos, é tudo ao extremo... Muito frio em uma extremidade, muito calor em outra... Muito triste ou muito feliz... As fadas dançam muito porque estão sempre felizes e sempre querendo agradar a deusa em seus rituais... O élfo que está sempre desafiando perigos, para conseguir uma rosa que sempre congela, e se junta as outras, mesmo sabendo que é em vão... A rainha de Cristal e seus medos extremos, até mesmo quando não tem perigo algum... Os homenzinhos de gelo e a rainha Lílih... Assim como os outros moradores, que também tem sentimentos e atitudes em extremos... Há apenas noite, ou apenas dia... Aqui é "tudo ou nada"!

  - Estranhamente me identifiquei com esse lugar... Na maioria das vezes eu sou assim... Muito intensa... Dizem que essa sensação é como andar em uma montanha-russa!

  - O que é isso?

  - É um tipo de brinquedo dos humanos.

  - Conte-me como é andar em uma montanha-russa!

  - Também não sei! Nunca tive coragem de andar, mas dizem, que é cheia de altos e baixos, oscilações, o coração acelera, e você tem a certeza da chegada da morte, depois que ela para, fica tudo bem, e apenas espera para uma próxima vez... A diferença é que nela você pode escolher se vai novamente, mas no nosso caso, acontece quando menos esperamos... Me sinto andando em uma dessas constantemente...

  Uma leve brisa gelada envolveu as meninas, fazendo com que elas parassem a caminhada.

  - Se prepara Catarina, a batalha está chegando... Preparada para enfrentar aquela que é feita de gelo?... Só mais alguns passos e atravessaremos a fronteira...

Conte-me Como É Andar Em Uma Montanha-russaOnde histórias criam vida. Descubra agora