Capítulo 12- Como posso ajudar?

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  - Então eu pensei, quando te vi naquela noite no vilarejo das fadas, você pode provar essa questão Catarina... – Disse Aurora confiante. – Você pode nos salvar!

   - Mas como posso fazer isso? Como você mesmo disse, sou apenas uma humana, e pelo pouco contato que tive com Lilith, percebi que ela não brinca em serviço e é muito poderosa... Aliás teve algo nessa história que não entendi, como ela se tornou tão má? E onde está Amora?

  -Líli foi criada pelos guardiões da deusa, sempre solitária, cresceu amargurada, não teve carinho ou atenção de alguém, e para suprir qualquer vazio, tinha tudo o que desejava, mas lógico, nunca funcionou... Então, ela se tornou fria, igual ao seu reino... Sim... A deusa lhe presenteou com um grande império, a maioria de tudo aqui, pertence a ela. Em contrapartida, eu fui criada por Amora, e ganhei todo o amor e atenção, despertando a ira de Líli, que acredita erroneamente que nós a abandonamos... Porém infelizmente, em uma tarde mais quente que o costume, encontrei Amora caída no chão, ela cheirava a Amanita Muscaria, e infelizmente estava morta, e eu não pude fazer nada, não conseguia ouvir seus gritos silenciosos e desesperados por ajuda... De trás daquele sorriso bonito, não conseguia enxergar as lágrimas escondidas. Perto dela havia um bilhete, manifestando todo o seu amor por mim, Líli, e Aurora: "Cuide da minha filhinha"!

   - Então você é a filha de Amora? – Catarina perguntou.

  - Sim! Eu sou aquele bebezinho. – Amora respondeu. – Amanita Muscaria... Esse nome não é estranho para mim... – Ela pensou. – Lembrei... As fadas não encontraram Catarina, pois ela estava com esse cheiro, que camuflou o de sua natureza humana, em contrapartida, Lilith a encontrou justamente por isso... Agora tudo faz sentido... Mas o que é Amanita muscaria?

  - É um tipo de cogumelo alucinógeno. – Lis respondeu.

  Lis explicou que esse cogumelo era o único ser, que conseguia se adaptar em todas as regiões do reino, desde o frio brusco, ao escaldante calor, e que habitavam também em alguns lugares do mundo dos humanos.

  - Alucinógeno? Por que minha mãe estava cheirando a esse fungo? E Catarina também? – Perguntou Aurora.

  - Há certas atitudes que quem observa de longe, não entende! Apenas quem sente consegue sentir a dor que as leva a certos extremos. – Disse –lhe Lis.

   - Tipo a dor que você sente ao recordar, o que meu pai fez com a nossa família? E principalmente com você? – Aurora perguntou.

  - O que está querendo dizer?- Lis perguntou surpresa.

  - Meu pai fez mal a você! Eu ouvir sem querer a conversa que teve com minha mãe... Um dia vi as duas chorando, e fiquei triste e preocupada! E depois do que ouvi fiquei furiosa também...Ele é um monstro, não devia  ter abusado sexualmente de uma criança inocente! Perdão, não queria ouvir!

  - Perdão porquê? Você não fez nada... Mas, desculpa, não quero falar sobre isso! Espero que entenda... – Lis disse tristemente.

  O silêncio tomou conta do quarto, parecia interminável, o ar de tristeza preenchia cada canto, até que Catarina quebrou o silêncio.

  - Foi por isso que os humanos foram condenados a dançar até a morte ao adentrar nesse lugar?

  Lis acenou positivamente com a cabeça, explicou-lhe que antes, as fadas costumavam conceder um desejo aos humanos que conseguissem encontrar um ciclo, que serviria como um portal, entre o mundo dos humanos, com o reino mágico,!

  Não era qualquer humano que encontrava o ciclo das fadas, eram aqueles que realmente precisavam de uma ajuda, e elas gentilmente os ajudavam, concedendo seu maior desejo e depois apagavam de suas memórias, o contato que tiveram com elas.

   Acontece que depois que o humano voltou ao seu mundo, ele espalhou o boato dos desejos...

  As fadas confiaram nele de não apagar sua memória, cometendo um grande erro, e depois que a maldição aconteceu, o humano que encontrar o portal, e entrar no anel das fadas, será condenado a dançar até a morte.

  - Eu vi em você algo diferente! Por isso te salvei, e agora espero que nos ajude também! – Disse Aurora.

  - E como eu posso ajudar vocês? – Perguntou Catarina decidida.

  - Comece destruindo o início... – Respondeu Lis.

Conte-me Como É Andar Em Uma Montanha-russaOnde histórias criam vida. Descubra agora