Cap 19- E se as estrelas caíssem?

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  - Catarina... Acorda... – Dizia uma voz distante, ela despertou e viu Zip a seu lado.

  - Conseguiu salvar Aurora? – Ela perguntou, pulando da cama.

  - Infelizmente não trago boas notícias, não consegui entrar na fortaleza a qual ela estava presa, e finalmente quando consegui despistar o gélido exercito, vi quando a carregavam para algum lugar, estava deitada e imóvel, e não sei se ainda estava com vida, eu sinto muito.

  Catarina ao ouvir a notícia chorou compulsivamente, não conseguia acreditar, que não conseguiu salvar a amiga, ela havia confiado um reino em suas mãos, no entanto não conseguiu salvar nem a vida dela.

  - Calma... Não sabemos se ela partiu mesmo. – Zip tentava acalmá-la, mas é certo que o tempo estar acabando, e você precisa agir.

  "Destrua o início"- Catarina lembrou das palavras de Lis.

  A raiva em seu coração chegava a arder, precisava fazer algo, despediu-se de Zip, e como de costume, foi até a cozinha preparar a refeição da rainha, caprichando na dose do fungo.

  Dessa vez, já sabia onde encontra-la, e direcionou-se para fora do chalé.

  Duas libélulas voavam perto de um dos lampiões na árvore, e Lílith atentamente as observava.

  Estranhamente não havia sinal de neve durante os últimos dias, o céu estava cada vez mais estrelado, e a muralha a cada dia descongelava.

  Catarina não entendia, e ficava a se perguntar onde magicamente, ia parar toda a água que derretia da muralha, e quais os motivos, que tudo isso estava acontecendo, mas aos seus olhos, era bom, sinal que tudo ia ficar bem.

- Bom dia Catarina. - A rainha disse a surpreendendo.

  A jovem estava com muita raiva de Lilith, mas tinha que disfarçar, e ganhar ainda mais sua confiança, para que o chá fizesse o efeito esperado.

  Sua vontade era invocar os Évols, e acabar com ela ali mesmo, mas colocar toda uma espécie em risco, ou até mesmo leva-los a extinção não seria uma boa ideia, já bastava a ideia da suposta perda da pequena Aurora.

  - Trouxe sua refeição...

  - Chá combina com a tarde... O chá da tarde! Dá próxima vez, traga a tarde de volta para mim Catarina, assim como trouxe o dia!

  A rainha direcionou-se até o chalé, e sentou-se em uma confortável poltrona, posicionada na pequena área, e ordenou que a jovem colocasse a bandeja encima da mesinha rústica de madeira, e sentou-se ao seu lado.

  - Coma junto comigo hoje! – Ela disse, enquanto se fartava com os alimentos, e observava a lua iluminando o céu, junto as incontáveis estrelas.

Catarina obedeceu.

  - Cante para mim uma canção! Aquelas que são suas preferidas, e que nos faz sentir, como se estivesse falando sobre nós.

   Catarina estranhou o pedido da rainha, e o fato que ela estivesse falando na pessoa "nós", mas já estava com raiva de mais para se estressar, como se não bastasse tudo que ela estava fazendo, ainda queria trilha sonora para acompanhar.

  Então lembrou-se de uma música, que muito lembrava o pedido.

                  ***    ***    ***

Borderline (Limite- Florrie)

Eu estava certo, só tem um de você

Você dança através da vida ao seu próprio ritmo

Você é lindo e complicado também

Um quarto chique com uma visão ruim

E eu sei que você sabe que não é fácil

Lutando as batalhas que vivem em sua mente

Mas você está perto da borda, eu posso sentir isso

Toda vez que dizemos boa noite

Você esconde seus sentimentos, então eu não vou chorar

Mas vou continuar esperando no limite

E quando você estiver pronto para mudar de ideia

Então eu estarei esperando no limite

Você vive sua vida como um fogo de artifício

Você voa direto até você estar apto a explodir

E aqui estou eu no chão

Minhas mãos erguidas, não vou te decepcionar

(...)

Na minha cabeça é um pouco quieto

Às vezes é um pouco mais difícil lutar

Você esconde seus sentimentos, então eu não vou chorar

Mas vou continuar esperando no limite

E quando você estiver pronto para mudar de ideia

Então eu estarei esperando no limite

                ***   ***   ***

  - Você é um tanto complicada. – Catarina disse, quase não conseguindo mais disfarçar a ira.

  - Somos minha querida! – Lílith rebateu.

  Catarina pegou a chaleira e serviu o chá.

  A rainha pegou a chaleira em seguida, servindo mais uma xícara:

  - Hoje você me acompanhará no chá também... – Dizendo isso ela tomou um gole. – Vamos, está delicioso.

  Catarina não podia negar a ordem, então arriscou-se tomando o chá aos poucos, tentava tomar o mínimo que podia.

  - Ah... Já ia esquecendo, tenho uma surpresa para você! – Lílith disse sorrindo.

  - Onde está Aurora?

  - Apressadinha você! É justamente sobre ela que falarei. – Lilith disse, tomado o último gole.

  A muralha estava a cada dia mais diminuindo, devia ser por conta que o chá estava funcionando, e a rainha estava em seus últimos suspiros de vida, a jovem pensou.

  - E se as estrelas caíssem? – Lilith perguntou, olhando o céu iluminado.

  - Se isso acontecesse, cientificamente a Terra que cairia nelas... Ela sendo um planeta e milhares de vezes menor que as estrelas, bastava apenas uma delas para destruir, evaporar nosso planeta na hora ... E todas elas então... Impossível... A não ser que esteja falando de meteoros, mas ainda assim, não chegam a atingir o solo.

  - Você esqueceu que não está em seu mundo? Aqui pode ser diferente.

  - Não esqueci! Penso a toda hora em voltar para casa... O que a rainha tinha para falar a respeito de Aurora? Você a matou? Pode confessar, eu já estou sabendo. – Catarina disse, não conseguindo mais se controlar.

  - Nunca fale sobre o que não sabe! – Lílith disse olhando para o céu. – Veja, uma chuva de meteoros está começando.

  Catarina olhou para o céu, havia uma chuva de estrelas cadentes, de inicio a encantou, mas quando ela percebeu que apenas aumentava e não parava, ela se amedrontou.

  - O que está acontecendo aqui? – Ela perguntou assustada, olhando fixamente para o céu.

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