Capítulo 4- Naquela cabana

190 77 420
                                    

   A medida que adentravam a floresta, a vegetação ia ficando cada vez mais fechada, com grandes árvores que suas copas pareciam alcançar o céu.

  Não havia canto de pássaros, estava tudo tão quieto, que até o vento parecia não está lá.

    - Já estou cansada! Vamos dormir um pouco, e amanhã nos primeiros raios de sol partiremos rumo ao Reino Cristal. – Catarina disse, sentando-se embaixo de uma das árvores, exausta. – Aqui a noite parece não terminar.  

  - E ela não termina! – Aurora disse sorrindo. – O sol quase nunca chega aqui.

  - Impossível... Tem que haver dia e noite! E se o sol quase não aparece aqui, como explica essas enormes árvores? Biologicamente elas necessitam de energia luminosa!

  - Antes de tudo acontecer, elas já existiam... e como uma força mágica e inexplicável continuam com vida! Mas, no reio de gelo, só a lua reina.

  Aurora sentou-se junto a jovem, não aparentava cansaço, talvez por ser uma criança e ter muita energia pra gastar, então continuou a explicar.

  - Temos que sair daqui... é perigoso, Lilith pode aparecer novamente... Estamos um pouco longe do castelo dela, mas tudo aqui a pertence.

  - O que aconteceu aqui? Como eu, uma simples humana irei derrotar um reino, com uma rainha tão poderosa?

  - Na hora certa você saberá... A única certeza que quero que tenha em mente, é saber fazer a escolha correta! Agora temos que sair daqui, conheço um lugar onde pode descansar tranquilamente.

  As duas levantaram-se e continuaram a caminhar, alguns minutos depois, a floresta fechada aos poucos foi dando espaço para uma vegetação diferente, árvores diversificadas e com tamanhos diversos, podiam ouvir variados sons de pássaros, ali parecia ter mais vida.

  Catarina avistou um lago, e no outro lado tinha uma pequena cabana de madeira.

  - Aqui o dia amanheceu! Já saímos do reino de gelo? – Ela perguntou.

  - Sim! Estamos em um vilarejo que ainda não pertence a nenhum dos reinos! – Aurora respondeu, indo em direção á uma pequena canoa de madeira, as margens do lago, pegou os remos, empurrando um pouco a embarcação para dentro da água, e chamou por Catarina.

  Então as duas remaram até a outra margem do lago, em direção a velha cabana, durante o percurso, elas podiam ver um pouco longe dali, as copas de grandes árvores, que de tão gigantes prendiam a atenção de Catarina.

  - São lindas né? – Aurora quebrou o silêncio, percebendo o interesse da jovem pelas gigantescas árvores. – São as sequoias, as árvores gigantes. Não se preocupe, passaremos por ela pra chegar ao nosso destino.

  - Eu sei que são sequoias, apenas não imaginava que elas existiriam por aqui.

  - Até antes que todos nós...

  - Eu sei... Elas são consideradas verdadeiros fósseis vivos, a mais velha conhecida, possui cerca de 4.650 anos de idade, e se encontra no Parque Nacional da Sequoia, na Califórnia, a General Sherman . A sequoia-gigante é a maior árvore do mundo, pertencem ao grupo das coníferas, crescem em média 50 a 85 metros.

  - Não pedi pra me contar nada disso, e aqui temos espécies, mais velhas e até maiores que essas, você vai ver. – A menina disse, encostando a canoa nas margens do lago, em seguida as duas saíram da pequena embarcação.

  Catarina prendeu a pequena canoa em um arbusto para que ela não fosse embora.

  Tudo parecia muito tranquilo, o que fez a jovem se admirar, pois desde sua chegada nesse lugar desconhecido, só havia passado por apuros.

  - Amoras... – Catarina gritou de alegria, ao avistar vários pés de amora ao redor daquela cabana, ela correu em direção a elas. – Eu amo amoras, são tão docinhas e estou morrendo de fome.

  Catarina começou a colher as pequenas frutinhas, comia rapidamente, enquanto chamava por Aurora.

  - Sua mãe nunca te ensinou que antes de você colher algo tem que pedir permissão a árvore? – Falou uma voz macia e doce.

  Catarina olhou para todos os lados e não havia ninguém, exceto Aurora, mas não era ela que havia falado.

  A voz parecia vim da árvore...

  - Devo realmente está louca. – Disse Catarina, continuando a colher.

  - Não... Você não está... Mas das próximas vezes me peça permissão, que te concederei de maior boa vontade, e o quanto quiseres... – A voz disse novamente.

  - Auroraaaa... Corre aqui... Essa planta está falando! – Gritou Catarina.

Conte-me Como É Andar Em Uma Montanha-russaOnde histórias criam vida. Descubra agora