Capítulo 14- Ausência de gelo

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Catarina não entendeu como aquilo aconteceu, mas estava agora depois da grande muralha de gelo, como foi possível ocorrer, ela não tinha ideia.

A baixa temperatura, fazia seu corpo adormecer, ela olhava os altos muros congelantes, tentando entender.

De repente, o vento começou a soprar fortemente, seu zumbido parecia assustador, e a neve começou a cair, parecendo ser arrastada pela forte ventania, as meninas não conseguiam enxergar quase nada, e a tempestade as arrastava, junto com a neve.

- Precisamos procurar um abrigo. - Aurora gritou, na tentativa que sua voz soasse mais alto que a nevasca. - Vamos naquela direção. - Ela disse apontando para a região Norte.

Catarina segurou em suas mãos fortemente, ambas faziam esforço para ir ao lado oposto da tempestade, sentiam cada músculo de seus corpos doerem.

- Pra onde estamos indo? Vamos ao vilarejo dos élfos? - Catarina perguntou quase sem voz.

- Não! Eles residem na região Sul... Entramos aqui mais uma vez com ajuda deles, pois deixaram o portal aberto, mas não podemos os colocar em risco... Teremos que procurar outras fontes.

As meninas adentram em uma floresta de coníferas, e instantaneamente a tempestade acalmou, pois ali ela não havia chegado, mas de onde vieram a tempestade continuava, e ainda mais forte.

As árvores estavam todas cobertas de uma densa camada de neve, que se soltavam de suas folhas, caindo ao chão com pouca frequência.

Catariana sentiu algo gelado caindo em seu ombro, ela olhou para cima, e se encantou com o que vira, um lindo floco de neve, descia de uma conífera, ela o aparou com as mãos, mostrando-o com um largo e bonito sorriso a amiga.

- O intenso frio pode ser encantador! - Disse Aurora.

As duas continuaram a caminhada, até que mais a frente, Catarina avistou um feixe de luz, elas se direcionaram até lá.

Havia um poste com um lampião aceso, e abaixo dele, um pequeno banco de madeira, as coníferas os cercavam em menor quantidade.

As meninas olhavam tudo ao seu redor, surpresas, nem Aurora conhecia aquele lugar.

- Aqui é o Ermo do Lampião? Estamos em Nárnia? - Catarina perguntou admirada.

- O que é Nárnia?

- É um lugar fictício de um dos meus livro preferidos... Aqui acontecem tantas coisas inacreditáveis, que não duvidaria que fosse possível.

- Estranho... Não sabia da existência desse lugar, muito menos estive aqui... Não duvidaria, se você tivesse trazido esse lugar com você Catarina!

A neve continuava a cair serenamente, as duas resolveram sentar no banco de madeira, para descansarem, pois estavam exaustas e com fome.

Elas haviam lembrado apenas de pegar suas roupas de frio, porém, esqueceram dos alimentos.

Por alguns segundos, houve total silêncio, ambas apenas observavam a linda paisagem ao seu redor, e aos poucos a neve começou a cessar totalmente.

- Precisamos ir... Estou faminta. - Disse Catarina.

- Não tem nada que possamos fazer quanto a isso, apenas caminhar a procura de algo para comer. - Aurora disse preocupada.

Então as duas começaram a caminhar novamente, a impressão que se tinha, é que quanto mais se adentrava na floresta, podia se perceber que a neve não havia chegado ali, pois nas árvores e no chão não havia gelo, e pela primeira vez as meninas observaram um céu limpo e estrelado, em companhia de uma lua crescente e iluminada.

Até que entre as árvores, a frente delas, foram surgindo aos poucos, bioluminescências esverdeadas, e em questão de segundos, podia se ver incontáveis dessas luzes, enfeitando a floresta, como luzes de natal.

- Vaga-lumes? Fazia tempo que não os via. - Catarina disse, mantendo-se imóvel apenas observando os insetos, nunca havia visto em tamanha quantidade.

- Pirilampos são um espetáculo para serem apreciados.

- Eles estão na cerimônia de acasalamento.

As meninas permaneceram ali, durante alguns segundos, hipnotizadas com o show de luzes piscando, mas precisavam seguir enfrente.

Então seguiram, ambas em silêncio, foi Catarina que quebrou novamente o silêncio!

- Estou preocupada... Se por aqui a neve ainda não chegou, significa que estamos muito longe do castelo de gelo?

- Ao contrário... Aqui as coisas estão em constantes mudanças esqueceu? - Aurora respondeu, já ofegante de tão exausta. - Essa ausência de gelo, significa que estamos próximos ao vale das borboletas azuis.

- O que é isso?

- A rainha Líli ama borboletas azuis, então criou próximo ao seu castelo, um santuário para elas... Lá não tem frio, a temperatura é amena para que elas possam sobreviver... E para nós sobrevivermos também, porque tem muitas árvores frutíferas.

- E como você sabe que estamos próximos de lá?

Aurora estendeu as mãos e uma linda borboleta pousou na ponta de seus dedos, então ela respondeu:

- Ela estava sobrevoando sobre você!

- E qual a real proximidade entre o castelo de Lílith e o santuário? Catarina perguntou, sentindo um frio na espinha, observando a borboleta atentamente.

- O vale das borboletas, se encontra exatamente dentro das dependências do castelo de Lílih...

Conte-me Como É Andar Em Uma Montanha-russaOnde histórias criam vida. Descubra agora