Defensores da Terra: Crise Interna

Capítulo II : Aquele que carrega a Morte

[ Ilha de Creta ]

Dizem as lendas, que a história do Continente Mu, inicia-se há quase 200 mil anos com o aparecimento dos primeiros homens, tendo a população local tendo dado surgimento ao homem. Contam também essas lendas que as diferenças raciais dentre os muvianos foi o fator crucial para o evento cataclísmico que levou o continente ao colapso, afundando no oceano Atlântico e levando a extinção, cerca de 64 milhões de habitantes. 

Os muvianos que sobraram, são os exilados do terceiro milênio e por suas diferenças migraram para cantos distintos do globo terrestre, fundando colônias em locais remotos esperando algum dia, ocupar novamente um lugar de destaque na sociedade mundial.

Existem três clãs conhecidos de muvianos habitando o planeta, os Lemurianos, uma raça de seres super-dotados da qual a tribo de ferreiros paranormais forjou as armaduras para o exército da Deusa Athena, contudo, os lemurianos existentes hoje, são apenas descendentes da raça, sendo tecnicamente seres humanos com dons acima da compreensão.

Existem também, os Necromongers, uma raça especialista e estudiosa sobre a transcendência entre a vida e a morte. São notórios por suas experiências macabras, sempre envolvendo a morte e os mortos. Na maioria dos casos eles são considerados malignos, mas isso nem sempre é verdade. Uns poucos são realmente maus, em sua maioria, os Necromongers são dedicados pesquisadores, que vencem temores e preconceitos para descobrir mais sobre a vida e a morte.

Por fim, existem os Atlantes, mas esses serão assunto para um momento mais apropriado da nossa história.

                                                                                      ~Carolyn Kovac~ Jornal Hipermito

[ Dias antes da convocação ]

Abadir, era um local tranquilo para se viver durante os tempos turbulentos que se sucederam à Grande Batalha dos Deuses em Asgard. Localizada na Ilha de Creta em um vale afastado das grandes cidades, gozava ainda da proteção dos Cavaleiros de Athena, a deusa justa e bondosa que dava proteção a terras associadas ao Complexo Santuário.

Abadir é governada por Aradris, que era um líder justo e parte de sua sabedoria vinha de seu conselheiro de confiança, Zared. apesar dos dons cósmicos terem se tornado poderes não bem quistos e perigosos, Zared sempre se dedicou aos seus estudos sobre eles, ainda que longe das vistas da população local.

Sua obsessão pelo misticismo proibido foi o que acabou tornando-se a ruína de Abadir. 

Cultistas descendentes do Continente Mu, que autointitulam-se Espiral Negra aproximaram-se disfarçados de Zared e ofereceram-lhe conhecimentos sobre o controle sobre o Sekishiki, um portal de energia sobrenatural por onde as almas atravessam para o outro mundo, poderes esses que poderiam torná-lo extremamente poderoso.

Zared sucumbe à tentação e resolve iniciar um ritual que deveria conferir-lhe novos poderes, além de torná-lo imortal. Enganado pelos cultistas, Zared percebe tarde demais que na verdade está realizando um ritual de conjuração de um portal para invocar uma entidade Abissal. Zared é então envolvido por vapores do canto mais distante do cosmos, que afligem-lhe com o Flagelo Negro, uma doença mística que drena a força de vontade e corrompe a carne dos infectados, transformando-os lentamente em Crias do Flagelo, algo muito próximo aos lendários Espectros do Deus do Submundo Hades. 

Sob a influência de Zakanon, o líder dos cultistas, o mago acaba trazendo o caos para a aldeia, envenenando alimentos e bebidas, fazendo com que alguns habitantes se suicidem, outros enlouqueçam e alguns ainda transformem-se em Crias do Flagelo. Aradris, outrora um valoroso aliado do Santuário, resiste parcialmente ao veneno de Zared, o lado direito de seu corpo acaba desfigurado pelo flagelo e sua mente torna-se entorpecida e sugestionável.