Capítulo VII: O trio eqüino

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[ Cassablanca, Marrocos ]

Dois jovens dormem profundamente em um beliche no pequeno quarto de uma modesta pousada que utilizam desde que deixaram o Complexo Santuário e partiram para os anos de seus treinamentos.

--Acordem! Acordem seus molengas! - exclama um rapaz adentrando o quarto.

Kemps, que é o Cavaleiro de Prata da Constelação de Centauro, tem a pele acobreada, olhos castanhos, porte físico atlético, usando roupas tradicionais daquele país e um turbante na cabeça dirige-se ao beliche onde a dupla dorme e balança-os para que despertem.

--Hã? O que foi? Onde é o incêndio? - indaga o jovem que está na parte superior do beliche.

--Nubi, recebemos uma mensagem do Santuário, Lynx acionou o estado de alerta para o complexo e as bases para DEFCON 5, levante-se, precisamos estar preparados para qualquer situação fora da normalidade. - explica o rapaz.

--Fora da normalidade como o senhor nos acordar dessa forma, como se o mundo estivesse acabando!? - indaga Nubi fazendo piada.

--Com tudo o que está acontecendo ultimamente desde a Grande Batalha dos Deuses em Asgard, não iria admirar-me se o mundo estivesse prestes a acabar, agora levante-se e você também Fel... - diz Kemps mas sua frase interrompe-se assim que nota que seu outro discípulo já não está na cama.

--Me procurando Mestre? - indaga Felps encostado no marco da porta do quarto, olhando para o Cavaleiro de Centauro com um olhar suave mas inquisitivo.

Felps é um jovem de porte esguio, semblante paciente, com olhos azuis e cabelo loiro e pele bronzeada pelo sol do Marrocos. Já está devidamente vestido com uma camiseta com as letras DR gravadas na frente, calça esportiva e tênis.

--Bem Felps, como já está em pé, vá buscar mantimentos para o nosso desjejum enquanto eu tiro esse aqui da cama! - exclama Kemps puxando o lençol que cobre Nubi que o segura iniciando um cabo de guerra entre os dois, enquanto isso, Felps sai da estalagem dirigindo-se pelas ruas da cidade.

[ Vejle - Dinamarca, dois anos antes ]

Dois jovens estão sentados no sofá da sala do que deveria ser uma família tradicional dinamarquesa, um pai, uma mãe e dois filhos, uma garota e um menino, mas no momento as pessoas daquela casa passavam por umasituação delicada.

-- Os vizinhos estão assustados, ninguém nunca tinha visto algo semelhante por aqui. - disse a mulher explicando a situação para a dupla de visitantes.

--Eu só queria que meu filho fosse normal... - disse o pai em um suspiro profundo.

--Senhor Andersen, seu filho é um garoto como qualquer outro, veja o meu caso, carrego essas duas pintas no centro da testa e não sinto-me diferente de ninguém... - explicou um dos jovens visitantes.

--Para vocês é fácil falar mas, aqui é uma cidade tradicional, as pessoas comentam. - disse o senhor Andersen.

--Ele está certo Lynx, o filho deles nunca será um garoto normal! - exclamou o jovem que até então havia limitado-se a ouvir.

--Anameiko!? Perdoem a reação do meu companheiro... - tentou explicar o lemuriano mas, é interrompido pelo seu acompanhante.

--Não desculpe-se por mim Lynx, pois não arrependo-me do que disse, esse homem fala sobre o filho ser normal mas, o que é ser normal? Fazer as coisas que todos fazem, crescer, envelhecer e morrer sem nunca ter feito nada de realmente importante para o mundo? Se for assim, agradeço por não ser normal! - disse Anameiko olhando diretamente para o senhor Andersen.

Defensores da Terra: Crise InternaOnde histórias criam vida. Descubra agora