Arrrfffff!!! - voz feminina.Outro pesadelo, eu acordei em uma piscina de suor, meu coração está acelerado e meu cérebro parece que vai explodir pela janela o sol opaco começa a aparecer banindo os demônios e a escuridão da noite de volta ao inferno que pertencem a pouca luz passa através das cortinas e ilumina o meu quarto em uma gaiola de sombras. Eu puxo a cruz presa em uma corrente escondida sob a cama, derrubando um vaso de flores mortas, querendo uma resposta para minha dor de cabeça, estendo a mão para o vaso e o recoloco sobre o criado mudo ao lado da cama.
Tudo que tinha feito na noite passada estava completamente esquecido agora, eu pego um pedaço de pano e começo a polir a Cruz do Norte, símbolo da nossa terra natal e brasão da nossa casa, me lembro que ele me deu ela antes de partir.
" A filha de um rei, precisa ter o símbolo de sua própria família..." - ele disse com o mesmo sorriso que sempre me dava, era estranho ele ser a única pessoa que me entendia e não tinha medo de mim e eu tê-lo enviado nessa viagem sem volta.
--Me desculpe Phillipe... - murmura a jovem para si mesma na solidão de seu quarto.
[ Em algum lugar da Sibéria ]
Um jovem acorda sozinho em um casebre afastado do vilarejo de Oymyakon um dos mais remotos e extremos locais do Reino do Norte. Após os acontecimentos dos últimos seis meses, havia optado pelo exílio, antes era um valoroso membro dos Guerreiros Azuis, a guarda de elite do Rei Benjen, protetor do Norte e líder de Bluegraad a nação do povo do extremo norte localizada na Sibéria.
Agora era apenas um pária e como tal havia afastado-se de tudo para conseguir seguir em diante.
Mas estava realmente conseguindo?
O jovem senta-se na cama e retira cuidadosamente a espada que está escondida sob a cama e passa a polí-la até conseguir ver seu reflexo borrado no metal olhando de volta para ele, logo ele gira e gira a espada em torno de si mesma, é monótono mas ao menos lhe acalma os nervos, tudo isso agora faz parte de sua rotina, sua rotina lhe permite ficar vivo dia após dia naquele deserto gélido, sua rotina permite-lhe não enlouquecer no fim de cada noite fria.
O jovem coloca sua espada para o lado, é uma amanhã agradável para quem vive aqui no norte do mundo, ele gostaria de podê-la apreciar plenamente, mas ele não consegue tirar os sonhos da cabeça, as pessoas costumam ter dificuldades para lembrarem seus sonhos mas ele não, seus sonhos ficam em seu cérebro como uma marca repetindo sempre que ele tem um momento de paz.
{ --Mas que droga! Está frio, muito frio até mesmo para um lugar como esse! - disse Nicolai um dos membros dos Guerreiros Azuis.
--E totalmente escuro! - complementa Mikhail outro dos guerreiros.
--Isso aqui parece estar cercado por corredores infinitos! - diz Nicolai em um sussurro.
--Silêncio! Não devemos nos distrair com conversas aleatórias até sabermos se estamos ou não sendo vigiados. - disse Alastair líder dos Guerreiros Azuis, virando o rosto para olhar os dois soldados atrás de si.
--Estamos andando há horas, parece um labirinto, será que isso não é só uma loucura de Cassandra? - indaga Sergei que assim como outros membros da Guarda Azul, não acreditavam muito nos presságios da filha do Rei Benjen.
--Cala boca Sergei! Cassandra tem um dom que já salvou muita gente em Bluegraad. - disse Phillipe, que além de ser um considerado um prodígio por ter ingressado na guarda real tão cedo, é amigo de Cassandra desde que eram crianças.
--Não importa se acreditam ou não, o problema é que o filho do rei desapareceu e vamos encontrá-lo custe o que custar. - disse Alastair encerrando a discussão.
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Defensores da Terra: Crise Interna
RandomApós os eventos narrados em Viagem ao Mistério o mundo ficou sem sua deusa protetora Athena e os heróicos cavaleiros de ouro que desapareceram junto com a Cidade Dourada dos Deuses Asgardianos atingidos pelo Ragnarok. A Terra estava salva novamente...