O Nosso Lugar de Paz

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O clima em casa ainda estava tenso, minha mãe ainda não havia perdoado o nosso pequeno "climão," mas estava fingindo que nada havia acontecido, até avisá-la que eu iria sair com Peter esta noite.

-Mãe, o Peter me chamou para jantar com ele. Tudo bem? - perguntei para ela.

-Que horas? - falou ela, ainda seca.

-Ainda não sei, ele vai confirmar. - falei baixinho.

-Ele vai vir de táxi? - Ela disse, secamente.

-Ele dirige. - falei tentando encontrar um brecha pra amenizar o clima.

-Não, você não vai. - falou ela e eu senti a porta do quarto se fechar.

-O que? Como assim? - falei sem realmente entender nada.

-Você não vai. - gritou ela, por trás da porta.

-Mãe está combinado, eu não posso deixar de ir. E é o Peter, não um desconhecido. - falei, ainda sem entender.

-Mas você não vai. Não tem condições de ir sozinha com alguém que também não tem condições. Olívia, quero que fique em casa. - Falou ela através da porta.

Meu coração acelerou, eu quis gritar, berrar com ela,mas eu só consegui chorar, senti as lágrimas enchendo os meus olhos, e então eu só fiz uma única pergunta por trás da porta:

-Porque está fazendo isso comigo? Porque não me apoia a seguir, a ter a minha liberdade?. Papai nunca teria feito isso. - e abaixei na porta e senti que tudo estava dando errado e realmente estava.

Meu celular tocou e eu levantei e fui atender:

"Peter está ligando...gostaria de atender? ."

A voz do talk falou e eu não sabia exatamente o que fazer.

-Atender. - falei e fez um barulho de microfone sendo ligado.

-Liv, vou ir te buscar umas 20:30 está bem? - falou ele descontraído.

Eu não soube o que dizer, eu só chorei.

-Ei, Ei. o que houve Liv? O porquê está chorando? - perguntou ele meio confuso.

Novamente só soube chorar.

Houve uma batida na porta e eu disse:

"Mutar chamada "

Procurei a maçaneta e então, me levantei e fui tateando até o meu quarto. No meio do caminho, escutei um som da porta se abrir:

-ele já disse o horário? - perguntou minha mãe e eu sabia que o coração dela ficou apertado ao ouvir sobre o meu pai, e principalmente, ficou ainda mais apertado , sabendo que o meu rosto, estava vermelho e inchado de choro.

-Sim. 20:30. - falei abaixando a cabeça.

-Certo. Então divirtam-se. - falou minha mãe, escutei os passos e a porta se fechando.

Em êxtase ainda, fui apressada procurar o telefone:

"Ativar som da chamada"

-Liv? Está tudo bem? Liv? Está por aí? - falou Peter sem entender nada.

-Estou, eu estou aqui. - falei respirando fundo e secando as lágrimas: - Não precisa ter pressa pra me buscar viu?! Vou demorar um pouco para me arrumar. - falei sorrindo.

Conquistando o InfinitoOnde histórias criam vida. Descubra agora