Amor Selvagem: Guerra dos Clãs - Volume I

O Beijo - Capitulo V

Eu simplesmente fui para minha cadeira, que como vocês já sabem, fica na frente da dele. O meu afeto por ele não tinha diminuído só por ele ser um Lycan, talvez, se eu não estiver errado. Mas algo em mim aumentou. Ele tinha salvado meu irmão duas vezes já, sem contar que eu estava dentro do pacote. E o jeito que ele sempre sorria pra mim. Ownt.

Paixão é uma droga. Quando pega a gente ela quer brincar de Kama sutra... Mas deixa isso pra lá, porque na verdade eu nem entendo muita coisa agora. Minha cabeça esta confusa. Tantas coisas acontecendo ultimamente que esta me deixando completamente a ponto de ter um surto psicótico e acabar fazendo besteiras. Tipo agora.

— Porque você salvou a gente?

Falei isso de uma hora para outra olhando para o Maicon. No começo ele fez uma cara assustada, típico de quem não esta  sabendo do que eu estou falando. Fez uma cara tão, fofa, que eu até corei de vergonha.

— Do que você esta falando?

— Da sua mão. Sei quem fez isso. – respondi.

— Ah, isso?

Falou ele levantando a mão como se fosse inocente.

— Machuquei hoje pela manha quando fui tentar fazer meu café da manha.

— Tudo nem. Você fala e eu finjo que acredito.

Falei e virei para frente quase explodindo de tanta raiva. Quem ele pensa que é pra mentir para mim. Eu tenho, agora, um irmão Lycan, ele acha que vou sair contando o segredo dele correndo o risco de expor meu irmão? Que babaca. Um babaca fofo. Admito.

Peguei um pedaço de papel, escrevi algo e passei para ele sem ao menos olhar para trás.

— Seu segredo está bem guardado! –

Segundos depois vejo o papel voltando para mim e sendo colocado levemente no meu pescoço.

— No intervalo a gente conversa. Jardim dos fundos?—

Digamos que eu nem precisei responder, porque estava claro na minha cara qual seria minha resposta. Olhei para ele, e ele deu novamente aquele sorriso. Ele ama me deixa corado. Eu mato um garoto desses, ah se mato. Só que não.

Eu estava ansioso para que as horas passassem logo e o intervalo chegasse, pois eu queria saber o que ele sabe a respeito do meu irmão e o porquê ele o defendeu das duas vezes que o vimos. Isso parecia meio que um pouco estranho. Mas eu precisava de respostas.

-x-

Eu fui direto para o jardim dos fundos da escola, chegando lá escolhi uma das arvores mais baixas e que fosse mais reservada para nós dois. Parecia que eu estava vendo isso como um encontro. Eu precisava parar de ser tão... Eu!

Enquanto eu fantasiava, deitado no chão, com o olhar para cima, olhando para os ganhos da arvore sendo levados e trazidos pelo vento lentamente...

— Perfeito não é? – falou o Maicon.

EU-QUASE-MORRI-DE-SUSTO!

Desde quando ele estava ali?

— Não vi você chegar.

Falei tentando ser o mais calmo possível, mas meu coração parecia querer sair pela minha boca.

— Ah, tem um tempinho já que estou aqui, acho que uns 5 minutos. – respondeu ele.

— Então, vai continuar mentindo que não sabe do que eu estou falando?

Perguntei, virando o corpo para olhar direto nos olhos deles. Ele ficava tão angelical, deitado de lado olhando para mim, que minha vontade era de agarra-lo e sabe lá deus fazer o que...

— Não, não vou. – ele respondeu.

— Que ótimo, pois tenho perguntas a fazer.

— Não sei se poderei respondê-las. – falou ele.

— Porque não? – perguntei.

— Porque estou mentindo para meu clã.

— Como assim mentindo?

— A historia é longa...

— Tenho todo tempo do mundo.

Ele fez uma pausa... uma longa pausa que me deixou bastante entediado.

— Bom, se não pode me ajudar...

Eu ia me levantando quando ele me puxou pelo braço novamente, fazendo eu cair no chão de novo, só que dessa vez bem mais próximo dele. Meu coração palpitou. Eu não sabia oque estava acontecendo comigo. Parecia que eu tinha descoberto um novo mundo onde eu me sentia mais confortável  e seguro. Coisa de louco se sentir seguro no meio de dois Lycans, Yuri e Maicon. Eu iria ser devorado uma hora ou outra. Mas voltando... eu corei, porei continuei ali onde ele tinha me colocado.

— É o seguinte... o seu irmão, é diferente. São raros espécies de lobos da cor dele. Ele parece pertencer a um clã antigo que foi, digamos massacrado. São os lobos mais fortes, inteligentes e ágeis que já existiram. Como ele tá no começo da mutação, não não seremos os únicos que virão atrás dele, vários clãs virão, porque, o clã que conseguir ter seu irmão no grupo, será o mais forte que já existiu, pois ele é o ultimo da espécie dele.

— Hum...

— Isso te explica porque o protegi?

— Sim, mas e aquele outro lobo?

— Ele é um dos meus seguidores que vai contra as minhas escolhas. Ele acha que a melhor saída, para garantir a sobrevivência de todos, é matando o ultimo Lobo Branco.

— Ahhh, só passando por cima do meu cadáver. – falei aumentando a voz.

Ele simplesmente riu.

— Mas tem outra coisa. – falei – Você disse que estava mentindo para o seu clã. O que na verdade você é?

— Eu sou o príncipe deles, por isso que sou cinza e não negro. Meu pai morreu a pouco tempo e eu logo me tornarei o líder definitivo deles. Mass sinceramente. Isso não muda nada.

— E sobre o que você esta mentindo?

Eu sentir ele ficar corado, como se fosse algo constrangedor, ou coisa do tipo que não fosse para qualquer um desconhecido como eu, ficar sabendo.

— Eu não vim aqui apenas para proteger seu irmão, nem para chama-lo para o meu clã. Ele tem livre arbítrio para escolher o que quer fazer, eu vim por outra coisa, algo mais relacionado ao meu jeito Lobo de ser.

— E o que seria isso? – perguntei já curioso demais.

Ele olhou ao redor e depois para mim, me puxou para perto dele.

Me beijou!