O Segredo - Capitulo II

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  • Dedicado a Amanda Andrade
                                    

Ate parece brincadeira, vejo meu irmão se transformando em um lobo, quase me devorando no meu próprio quarto e depois tenho que vim atrás dele. Para um lobo imbecil qualquer se achar no direito de interromper nossa volta para casa. Eu mereço viu.

Mas pra falar a verdade eu pensei que estava de frente com a morte. Quando vi aquele lobo, que mais parecia um mini urso de tão grande. Não vou dizer que era um urso porque não era tão grande assim, mas sinceramente assustava muito. Eu pensei que era o meu fim. O meu e do meu irmãozinho. Coitadinho. Tão assustado no meu colo. Eu apenas fechei os olhos e esperei pela mordida, pela dor.

Estranho. Acho que morrer não dói nada. Deve foi tão rápido que não doeu realmente. Ouvir o Yuri gemer no meu colo e abrir os olhos. Não tinha morrido. Na verdade tinha sido salvo. Outro lobo, do mesmo tamanho que o negro, se colocou a nossa frente, na minha frente e na do Yuri. Já esse lobo não era branco, como o Yuri e nem muito menos preto como o outro. Ele parecia mais a mistura dos dois.

Ele rosnou para o lobo negro que apenas baixou a guarda e saiu choramingando como uma menininha medrosa. Foi engraçado, quase eu rir. Mas não era bom rir por muito tempo, pois ainda tinha esse outro lobo para me matar. Mas se ele salvou, não queria matar. Ou será que seria o contrario, salvou para depois nos matar? Seriamos o jantar dele?

Mas ele virou-se para encarar eu e o Yuri. Se aproximou um pouco de nós dois, depois se sentou sobre as patas traseiras e ficou olhando para eu e o Yuri. Quando de repente ele dá um uivo assustador e sai correndo na mesma direção que o primeiro lobo. Sentir-me tão aliviado. Rapidamente comecei a andar para casa. Não sei como conseguir correr com o Yuri no meu colo.

Chegando em casa, a porta dos fundos estava do mesmo jeito que eu deixei, entrei e a bati com o pé, ela fechou no exato momento. Subir as escadas ainda com o meu irmão no colo, totalmente vermelho, mas esse vermelho era de vergonha.

— Como se eu nunca tivesse te visto pelado não é? – falei rindo dele.

— Cala a boca vai. – falou ele tentando esconder o rosto.

Logo eu cheguei ao quarto e coloquei-o na cama dele. Rapidamente ele puxou o lençol para cima dele, escondendo suas partes. Eu olhei para ele preocupado, e ele me devolveu o mesmo olhar.

— Não me pergunte nada. Seu tanto quanto você. – falou ele.

­— Mas eu não sei de nada. – eu falei.

­— Exatamente. Sei tanto quanto você.

­— Não esta com medo? – perguntei.

— Obvio que estou.

— Eu irei descobrir o que esta acontecendo com você. – falou Pietro. – Mas você terá que guardar um segredo meu.

Ele me olhou com uma cara de desconfiado.

— Você é gay? – ele sorriu – Eu já sabia.

— Ai, caralho. – eu falei envergonhado – Não é sobre isso que quero falar agora. A coisa é seria, tanto quanto a sua situação.

— Você também se transforma em um monstro?

— Não. E você fica até fofinho de lobo. – falei provocando-o.

O Yuri pegou o travesseiro e tacou na minha cara.

— Isso não tem graça. – falou ele com cara de preocupado.

— Está vendo essa caneta?

Falei pegando uma caneta encima da minha escrivaninha e coloquei sobre a palma da minha mão. Olhei para Yuri e ele ficou ainda mais confuso.

— Sim, estou vendo.

— Observe.

Depois de falar eu me concentrei na caneta. Olhei para ela concentradamente, até tudo acontecer com eu imaginava. A caneta começou a levitar na minha mão, ate se desprender dela. Me concentrei em leva-la até o Yuri e ela foi rapidamente até ele.

— Pega. – eu falei.

Yuri pegou a caneta incrédulo do que tinha acontecido. Ele era a primeira pessoa que estava sabendo daquilo, diretamente. Já que a Bea e o Daniel me viram no cemitério semana passa acendendo umas velas sem usar fogo e levitando algumas pedras. Isso era estranho de contar para alguém. O que eu sou? Um bruxo? Feiticeiro? Ou o que?

— Desde quando você faz isso? – perguntou Yuri.

— Desde quando você foi embora, desde os meus 14 anos.

— Igual a mim. – falou ele abaixando a cabeça – Porque não sou um bruxo como você? Porque sou um lobisomem?

— Acho mais bonito Lycan.

— Seja o que for, preferia ser um bruxo. Isso vai destruir minha vida.

Queria poder ajudar meu irmão, mas eu não poderia fazer nada. Eu mal sabia o que estava acontecendo comigo, e imagina saber o que esta acontecendo com ele. Eu teria que desabafar com alguém. Teria que procurar ajuda em algum lugar. Sei que a internet é muito ilusória, não teria nada que eu pudesse achar nela. Teria que procurar aqueles lobos, essa seria a única saída para descobrir o que estava acontecendo com meu irmão.

Eu estava com ele no quarto, olhando para ele se trocar. Ele saiu daqui era menor que um grilo. Agora tá um garotão. Lindo, como eu! U.U De repente ouço a companhia tocar.

— Vou ver quem é. – falei.

— Espera, não quero mais ficar sozinho.

Eu esperei ele terminar e desceu comigo. Ele ficou sentado no corrimão da escada enquanto eu abria a porta. Era uma garota de cabelos negros, porem com mechas vermelhas. Ele tinha um sorriso lindo.

— Oi, Você é o Pietro?

— Sim, sou eu, e você quem é?

— Prazer, sou a Amanda, faço parte do seu Coven. – falou ela sorrindo. – Posso entrar?

— Claro.

Ela entrou e logo foi dando uma verificada na casa, até que achou meu irmão sentado no corrimão com a cabeça baixa. O olhar dela mudou do alegre para o tenso e assustador.

— Um Lycan. – ela falou.

Vi o corpo do meu irmão sendo levantado instantaneamente. Ele começou a se assustar, os olhos deles começaram a encher de lagrimas.

— O que você esta fazendo? – gritei com a garota.

— Esse tipo de espécie é nosso inimigo. Devem morrer.

Meu irmão colocou a mão no pescoço, como se estivesse sendo sufocado, como se procurasse ar e não encontrasse.

— Para, você vai mata-lo. Ele é meu irmão. – falei choramingando.

— Impossível vocês são de raças diferente.

Vi meu irmão perder a cor, perder a consciência, e aquilo me fez mudar. Um ódio, uma raiva maior do que eu mesmo tomou conta de mim. Eu queria mata-la, queria arrancar os olhos dela e dar para o Yuri (transformado) comer. Aquela garota tinha mexido com o garoto errado.

­— Nunca, jamais, em hipótese alguma, toque de novo no meu irmão. – eu falei.

Ao terminar de falar lancei sobre ela uma espécie de bola de ar gigante. Ao atingi-la, o rosto dela tomou uma expressão de dor. Vi ela passar voando pela porta que ainda encontrava-se aberta, e em seguida a porta se fechou. 

Amor Selvagem: Guerra dos Clãs - Volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora