Amor Selvagem: Guerra dos Clãs - Volume I

O Inicio - Capitulo XXI

Eu não acreditava no que estava vendo, o meu amor, morto, caído no chão como se não passasse de um pedaço de carne qualquer. Eu não podia continuar vendo aquilo sem fazer nada, deveria deixar de ser apenas um inútil e começar a fazer alguma coisa. Por mais que o meu coração doesse, não de dor sentimental, mais dor física mesmo, eu queria poder fazer algo. Meu coração parecia rasgar por dentro. Aquela dor estava insuportável. Acho que assim como o Maicon, eu estava morrendo. Misturava a dor da perda com a dor física. Foi quando eu me descontrolei, a ficha realmente tinha caído e aquilo não ficaria impune, não sei como consegui, mas peguei o lobo que estava tentando me morder e torci o pescoço dele como se fosse uma almofada, sentir o osso quebrando em minhas mãos. Mas o meu alvo principal era outro. Enquanto eu caminhava os lobos vinham para cima de mim, mas eu somente balançava as mãos e eles saiam voando para longe como se tivessem assas. Cheguei perto do Jossi, ele rosnou para mim e tentou avançar, eu me desviei e saltei sobre ele. Ele tentava inutilmente me jogar no chão, mas eu estava determinado a fazer o que queria fazer.

— Te agradeço por uma coisa. – falei com raiva – Por ter trazido o Maicon para minha vida. Porem, sua hora chegou.

Puxei os pelos do pescoço dele como se fossem rédeas, ele caiu no chão de joelhos, como se lobos tivessem joelhos. Aquilo parecia doer, pois ele uivava de dor.

— Isso é só o começo. – falei raivoso – Você chega na minha cidade para tentar matar meu irmão, captura minha mãe como isca para me matar. Você é tão inútil e desprezível que nem conseguiu me matar. Mas você conseguiu superar e ativar o meu ódio, matou a única pessoa que esteve fielmente ao seu lado. Acha que essa alcateia esta ao seu lado porque é fiel a você? Não, eles simplesmente têm medo e o obedecem por instinto, porque eles sempre foram e serão Fieis ao Maicon, e a partir do momento em que eu te matar, eles estarão livres para seguirem o caminho que quiserem. Você não passa de um ser desprezível. – falava enquanto começava a torcer o pescoço dele.

Eu me perguntava como fiquei tão forte assim? Todos ficavam me olhando abismados e com cara de medo. Acho que ninguém nunca acreditou no que eu poderia fazer, em ser aquele que acabaria com a avida do ser desprezível que tentou destruir minha felicidade. Tentou e conseguiu. Sei que vou morrer, pois o Maicon se foi, mas antes que essa dor no coração o faça parar, eu matarei o monstro que me destruiu.

— Chegou a hora de você pagar por tudo que fez. – falei.

Comecei a torcer o pescoço dele enquanto ele se debatia abaixo de mim, tentando se soltar. Eu não pararia até sentir o osso dele quebrar no meu braço. Ele parecia resistir, parecia ser forte, mas eu estava mais brutal do que já fui. Foi então que tudo começou, um estalo atrás do outro e pouco a pouco sentir ele se desligar do mundo, pouco a pouco sentir o osso quebrar por inteiro. Mas minha raiva foi tão grande que eu não conseguir parar, puxei cada vez mais forte e sem querer, arranquei a cabeça dele. O sangue jogou. Aquilo tinha sido a coisa mais cruel que eu teria feito em minha vida, a primeira, única e ultima. Deixei o corpo cair enquanto ainda segurava a cabeça. Depois joguei ela sobre o corpo.

Vi o Henry correr para perto de mim, recitar algumas palavras, vi o fogo tomar conta daquele corpo decapitado em minha frente, porem um fogo diferente que consumiu aquele corpo em uma velocidade surpreendente. Sentir uma dor enorme em meu coração, que me fez cair no chão, de joelhos. Todos sabiam o que estava acontecendo, inclusive eu. Mas vi então o Yuri olhando pra mim, sim, o Yuri, não o lobo, o meu irmão.

Arrastei-me lentamente até o Maicon que se encontrava na forma humana, deitei ao lado dele, sentir o seu corpo ainda quente, mas sem nenhum sinal de vida. Como isso pode acontecer? A gente estava tão feliz. Seriamos pais. Teríamos aquilo que sonhamos juntos e que pensávamos que nunca iriamos conseguir. Eu queria poder fazer algo. Mas eu não conseguia nem respirar direito. Ele era o ar que eu respirava. Eu estava o perdendo.