Capítulo 6

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Na manhã seguinte fui à biblioteca depois do café da manhã, — o duque ainda não tinha voltado — segundo Suze —

Limpei superficialmente alguns livros que estavam empilhados sobre uma mesa de madeira, tinham livros de todos os gêneros ali. E imaginei que eles poderiam estar empilhados por não ter mais espaço nas estantes. Enquanto eu passava um pano molhado para tirar toda a sujeira, fiquei a pensar: Onde estaria Benjamin? E o que estaria pensando sobre o que aconteceu ontem? Uma voz masculina me despertou e pulei de susto, deixando cair o livro que estava limpando.

— Bom dia, senhorita Ossory.

Era Benjamin, essas aparições do nada estavam irritando.

— Nossa... qual é o seu problema? Parece fantasma — Falei ofegante com as mãos no peito.

— Assustei a senhorita? Desculpe-me se sou silencioso.

— Tudo bem... eu... bem, não estava conseguindo olhar para esses livros sem antes ver o tapete de poeira que os cobriam. Você deveria ter mais cuidado com suas coisas.

— Essa biblioteca era da minha mãe. Não costumo entrar aqui. Me faz lembrar do que eu nunca tive — Falou fitando todo o espaço.

— Mas, e os criados? — Perguntei enquanto apanhava o livro do chão.

— Eu não gosto que entrem aqui. Mas, Suze faz uma limpeza pelo menos uma vez por ano.

— Então, porque ter uma biblioteca se vocês não a usam?

— Bom, digamos que esse espaço empoeirado tenha um valor sentimental para mim. Algo relacionado com o amor dos meus pais. Entretanto, ela estava esperando por você, ela agora é sua.

A história do amor dos pais de Benjamin era realmente muito tocante. Ouvir dizer que se apaixonaram no primeiro dia em que ela veio cumprir a lei da boa esposa. Mas, infelizmente o destino quis agir da forma mais cruel, levando uma vida em troca de outra.

— Desculpe-me, mas enquanto não casarmos ela ainda continua sendo sua. Só estou cuidando de algo que vocês deveriam ter mais zelo. — Falei enquanto pegava o próximo livro para limpar.

— Isso é ansiedade senhorita? — Falou enquanto sorria.

— Ansiedade? — Dei uma gargalhada – Só estou tentando dizer que ainda não sou sua esposa senhor. — falei olhando para os olhos do duque.

— Você deveria escrever uma história chamada: "Como agir na defensiva". Garanto que até os homens leriam. — Falou ironizando.

Olhei para seu rosto, com o olhar de quem não tinha gostado nada do que ele tinha falado.

— Bom, não é sobre isso que vir aqui. Se me permite, senhorita. Quero saber o porquê ainda não recebi seu conto. Pelo o que me lembre, você falou que mandaria por Josembergue, assim que chegasse ao casarão.

— Suze me disse que o senhor tinha saído, e... achei que estivesse chateado pelo o que tinha acontecido ontem. — Falei olhando para os livros empoeirados que ainda estavam na pilha.

— Eu saí sim. Tinha compromisso marcado e estava quase atrasado. Nosso passeio apesar das surpresas foi bastante singular, senhorita Johanna. Eu nunca ficaria chateado por causa de um mal-entendido. — Falou olhando para meus olhos.

— Bom e porque passou a noite fora? — perguntei curiosa.

— Não gosto de voltar tarde da noite para casa, a reunião que eu estava demorou mais do que o esperado. Passei a noite em um hotel no centro. Mas... espera aí, a senhorita estar enciumada? Acha que passei a noite com uma mulher?

31 dias para te amar - Livro 1 - [1º versão]Onde histórias criam vida. Descubra agora