Capítulo 22

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Aquela manhã estava linda, acordei-me mais animada porque era o dia em que chegaríamos em Londres, logo me aprontei e coloquei a pulseira que Benjamin havia deixado para mim na noite passada. 

Assim como ele, não bati na porta ao entrar no seu quarto, no primeiro minuto não vi ninguém, pensei até que estivesse saído mais cedo, mas assim que dei o primeiro passo, me deparei com Benjamin saindo do lavabo, nu. Imediatamente gritei, o duque assustado deu um pulo, pegou uma almofada que estava a sua direita e cobriu as partes intimas. Envergonhada, virei de costas e coloquei a mão direita nos olhos. 

Essa era de certo a maior vergonha que já tinha passado em toda minha vida.

— Olá senhorita Ossory, no que posso ajudar? — Perguntou Benjamin que certamente estava rindo.

Ainda envergonhada, falei o que tinha vindo fazer ali, era pra eu ter batido na porta, que vergonha!

— Eu... é... Desculpe, vim agradecer a pulseira, é linda. — Falei ao levantar a mão direita com o acessório.

— Não há de que. Pode virar senhorita. Já não estou mais totalmente despido.

Virei lentamente, como se eu ainda fosse encontrar o duque com todos aqueles músculos a mostra. Mas em pouco tempo, Benjamin tinha vestido uma calça.

— Bom, peço desculpas mais uma vez. É... tenho de ir... vou deixar você terminar de se arrumar.

Sair em passos largos. 

Fiquei alguns minutos escorada na porta fechada. Tentando proceder o que tinha acabado de acontecer. Pedi para que Elise me acompanhasse ao café da manhã. Eu não queria ver o duque nem tão cedo depois do ocorrido, estava envergonhada de mais para olhar em seus olhos, o que eu pudesse fazer eu faria, para não o encontrar até a hora do desembarque.

Por sorte, terminei o café antes do duque chegar, subi para meus aposentos o mais rápido que pude. Tranquei a porta que dava para o seu quarto e pedi para que Elise o avisasse que eu não estava bem e que queria passar o resto da manhã sozinha no quarto. Ela disse que ele sorriu ao falar que estava tudo bem. Fiquei imaginando se ele entendeu o que eu estava fazendo. Acho que sim.

Aquilo me deixou mais envergonhada ainda.

As horas passaram-se voando, Elise me alertou que já estávamos chegando ao porto, me aprontei ligeiramente com sua ajuda, a ansiedade que me consumia era boa, mas assustadora. 

Sai do quarto e Benjamin já estava ali, a minha espera.

— está melhor senhorita? — Ele perguntou sorrindo.

— Estou sim. — Falei envergonhada.

Descemos para a saída principal lentamente, nunca tinha visto tantas pessoas empolgadas fazendo fila. Certamente aquelas famílias estavam de férias, tendo em vista a época do ano em que nos encontrávamos.

Tivemos que passar por três guardas para sermos despachados. O porto onde estávamos era enorme, maior do que o de Cizar. Ainda não estávamos em Londres, por isso tínhamos ainda duas horas de viagem para chegar no nosso destino.

Benjamin, eu e Elise, entramos em uma carruagem já alugada pelo duque. O cocheiro era um homem baixo rechonchudo e tinha um belo bigode.

Passamos toda a viagem calados, Elise, coitada, enjoou quase o caminho todo, tivemos que parar algumas vezes para que ela pudesse colocar para fora tudo que estava querendo sair. Eu por outro lado, estava bem, ainda envergonhada com o acontecido, mas bem. Benjamin aparentava estar cansado, vi que cochilou algumas vezes. 

Ele merecia um bom descanso.

Depois de algumas horas o Cocheiro gritou para nos avisar que tínhamos acabado de chegar em Londres. Fiquei bastante animada, pela janela via a beleza das casas nas ruas em que entravamos. Em alguns locais estavam ainda alguns enfeites da festa de coroação da princesa vitória que agora era rainha. Fiquei encantada com os trajes das mulheres Londrinas. Elas eram bem mais ousadas e luxuosas que as mulheres ziemianas. 

Aquilo me encantava! 

Os cavalheiros eram bastante elegantes. Dava para perceber que também gostavam muito de moda.

Lorenzo morava em um dos apartamentos perto do hospital em que trabalhava, eu estava com o endereço nas mãos. Queria visita-lo assim que chagasse ao Hotel, inclusive ele era enorme. Benjamin tinha comentado que era de luxo, onde os artistas ficavam quando vinham visitar a cidade. E vendo, é bem melhor do que imaginei. 

Por fora parecia um palácio, a arquitetura Britânica era uma das mais belas que já tinha visto, mesmo que tenha visto poucas.

O hotel por dentro era ainda mais lindo, cada detalhe me fazia ficar ainda mais encantada com aquele lugar. O meu quarto no hotel também tinha a porta que dava para o quarto de Benjamin, mas além de ter uma proporção maior, ele era lindo, todos os detalhes, os móveis de uma madeira super-resistente tinha  detalhes em dourado, dando um luxo a mais ao quarto. 

Abri a cortina de uma grande janela que dava para uma sacada encantadora com uma vista esplendida de uma parte da cidade.

Descansamos um pouco antes de jantar, eu sei bem que seria arriscado sair a noite sozinha para ver meu irmão. Lembro-me que falou em uma das suas cartas que as quintas a noite não trabalhava, sendo o  único horário que estaria em casa. 

A ideia não foi bem recebida pelo duque, mas o convenci a ir comigo. Eu poderia pedi licença quando quisesse falar a sós com Lore. Então depois do jantar eu e Benjamin já estávamos dentro da carruagem indo visitar meu irmão.

A cada rua que entravamos meu coração saltava do peito. Eu estava completamente nervosa, mas muito feliz. Se Lorenzo tivesse recebido minha carta, ele já saberia que chegaria esta noite, ele só não entenderia o que Benjamin estava fazendo ali, já que falei que Suzy viria comigo.

momentos depois, paramos em frente ao prédio onde Lorenzo morava. Eu estava orgulhosa de agora poder chama-lo, pessoalmente, de Dr. Lorenzo. Desci da carruagem com a ajuda de Benjamin, respirei fundo e entramos.

O porteiro já estava informado da nossa chegada, Lorenzo com toda certeza tinha recebido a carta. Subimos a escadaria do prédio até o segundo andar, onde o porteiro parou na segunda porta a direita no número 25, a cada vez que o porteiro batia na porta, meu coração batia junto, eu esperava a muito tempo por aquele abraço, a última vez que tínhamos nos visto foi no nosso aniversário de 19 anos, ele já estava prestes a se formar em medicina e eu empolgada por estar perto de atingir a maioridade. Depois desse dia, aconteceram várias coisas, eu como sempre, precisava mais do colo dele do que nunca, ele sempre foi meu abrigo, minha morada. Ele sim, era o homem da minha vida, minha alma gêmea, meu irmão e melhor amigo!   

31 dias para te amar - Livro 1 - [1º versão]Onde histórias criam vida. Descubra agora