A porta se abriu lentamente, e dessa vez, não consegui segurar o choro. Lorenzo ainda estava com seu terno, seu cabelo estava maior e estava mais magro do que a ultima vez que nos vimos, No entanto continuava lindo.
— Anna! Quanta saudade, venha a...
Ele não precisou terminar de falar, eu já estava em seus braços, por sorte, ele não tinha caído com o peso do meu corpo.
— ô meu Deus Lore, como você está lindo! — Falei com as mãos em seu rosto.
— Eu estou acabado, a medicina é mais difícil do que você imagina. — Falou sorrindo. — Mas eu amo Anna, você sabe — Falou olhando para Benjamin com um tom de dúvida.
— Bom. Suzy Não pôde vir, o senhor Van Edell veio no seu lugar.
— Prazer em revelo senhor Van Edell. — Falou Lorenzo estendendo as mão para Benjamin.
— Igualmente senhor Ossory. — falou Benjamin fazendo o mesmo.
— Vamos entrar, creio que minha irmã tenha vários assuntos para me contar. Tendo em vista que ela fala de mais, precisamos começar logo! — Falou Lorenzo carismático.
Benjamin riu de sua piada e entramos.
Eu não podia conter meu entusiasmo e alegria, mas depois de contar tudo que Lorenzo queria saber, eu teria que pedi sua ajuda, eu precisava!
Sentamos no sofá pequeno e aconchegante de Lorenzo, a casa era pequena, mas meu irmão sabia decorar muito bem. Contei a Lorenzo basicamente tudo o que eu queria lhe contar sobre a casa Van Edell, contei sobre a situação com o príncipe Jonas e também como o príncipe Joaquim era um bom homem, falei das pinturas de Suzy e das camélias no jardim, do perfume que Nícolas me deu, do meu passeio com o duque à cavalo e do tapa na cara que dei nele. Falei muito da minha amizade com Suzy e de como eu fui tão bem tratada. Falei do baile e de como ganhamos aquela viagem.
Falei muito.
Benjamin ficou calado o tempo todo, as vezes concordava balançando a cabeça com algumas coisas em que eu falava, mas nada além disso.
Um momento depois, Lorenzo perguntou se queríamos café, mas falei que Benjamin não gostava de café e foi mais um motivo para eu contar a história de quando ele bebeu café para tentar estar mais próximo de mim. Aquela história rendeu várias gargalhadas e então Lorenzo falou que iria na cozinha fazer chá. Vi nisso uma oportunidade e fui ao seu encontro, deixando Benjamin na sala, enquanto folheava um livro de anatomia que estava sobre o centro de Lorenzo.
— Você não precisa fazer o chá, Anna, eu sei fazer sabia¿ — Falou Lorenzo.
— Eu sei Lore, mas eu quero conversar com você particular.
— O que aconteceu de tão particular? Ele fez alguma coisa com você? — Perguntou preocupado.
— Não, não tem nada a ver com ele. Quer dizer... Tem sim, mas não por esse motivo. Ou melhor, pode se encaixar nesse motivo se você realmente entender que isso é algo ruim. Mas...
— Johanna, assim você me deixa confuso, diga logo o que está acontecendo. Estou ficando preocupado.
Respirei fundo.
— Eu não sei se vou ter coragem para falar isso... E... É melhor deixar para lá, vou voltar para a sala.
Me virei e logo meu irmão disparou...
— Você está apaixonada pelo o duque, é isto?
Virei assustada para Lorenzo.
— Quer dizer agora que você anda achando que eu estou apaixonada? — Falei com as mãos na cintura.
— Anna, você ao menos percebeu que tudo que você tinha a me falar era sobre a casa Van Edell? Sobre ele? Você nem chegou a citar seus livros, suas novas ideias de história. Você simplesmente falou sobre essa sua nova vida de forma admiradora. Qualquer pessoa, mesmo sem conhecer você, perceberia que vocês estão apaixonados, que você ama aquela família e aquela casa.
Eu realmente só havia falado da minha estadia na casa Van Edell. E pensando bem agora, eu nunca mais escrevi se quer uma palavra. E talvez isso se dê pelo fato da pressão de estar naquela casa, ou não.
Eu amo a escrita, isso não tenho dúvidas. Mas talvez o fato de eu não ter falado a Lorenzo sobre minhas histórias seja por estar apaixonada pelo o duque a mais tempo do que imaginava. Parei meus pensamentos na hora, quando a palavra apaixonada veio para adjetivar o que estava sentindo.
Meus olhos encheram de lágrimas e antes que elas escorressem eu falei:
— Por favor, eu preciso da sua ajuda, eu não sei mais o que fazer.
Lorenzo, olhou para mim preocupado, pegou nas minhas mãos e em seguida me abraçou. E foi aí que percebi que estava no lugar certo com a pessoa certa, ele era meu porto seguro, e sabia que iria me ajudar.
Lorenzo me puxou para uma das suas cadeiras da cozinha, sentou-se perto de mim e pediu para eu ter calma. Como ele sempre fazia, quando eu chorava.
— Lore, eu não sei o que fazer. Meu tempo está acabado, quanto mais eu tento afasta-lo de mim, mais eu não quero que ele se afaste. Eu...
Fixei os olhos nas minhas mãos que estavam quase rasgando a fita em meu vestido.
— Você o ama? — perguntou Lorenzo
Eu olhei para os olhos azuis do meu irmão correndo o risco de desabar novamente.
— Eu não sei. — Falei
Eu sei que gosto dele, que não quero vê-lo longe, mas ao mesmo tempo quero que ele me devolva, quero que ele me deixe ir.
Quero ser escritora.
— Anna, você sabe o quanto lhe apoio. Mas eu não posso escolher por você. Eu aconselho que pense no que mais te deixa feliz é isso que necessariamente importa.
— Eu sei. — Falei baixo.
— Se você escolher o Benjamin, eu sei que será feliz. Você pode continuar escrevendo, mas nunca vai poder publicar. Se você escolher a graduação você também será feliz. Mas não vai podê-lo ter. A escolha é sua minha irmã e ela tem que ser tomada logo!
Olhei para Lorenzo com os olhos marejados e percebi que a escolha era exclusivamente minha. Mas se eu escolhesse a graduação, dependeria de Benjamin me devolver. Talvez eu pudesse contar-lhe o que eu realmente queria. Mas ainda assim, eu não o veria mais, eu não o teria. Eu provavelmente não veria mais Suzy. Eu teria que escolhe logo e teria que ser aqui em Londres, o meu tempo está acabando.
— Você tem razão. Continue fazendo o café, eu voltarei para sala. O duque deve estar sentindo-se só.
— Tudo bem. Anna, ouça seu coração... você merece dá uma chance a sua felicidade, mesmo tendo medo dela.
Sorri.
— Você falou que não poderia escolher por mim, mas me parece que você tem uma preferência.
— Você entende da forma que quiser, mas por favor me prometa que fará a escolha que a deixe mais feliz? independentemente de qualquer coisa?
— Sim irmão, prometo.
Lorenzo me abraçou e foi até o armário começar a fazer o café. Eu, no entanto, voltei para sala e lá estava Benjamin Olhando um quadro com uma pintura minha e de Lorenzo Criança.
— Olá senhorita Ossory. Você era uma criança muito fofa sabia?
— Eu era mesmo, veja essas covinhas, eu era realmente muito bonita.
Nos olhamos sincronizadamente e por um momento senti uma conexão que nunca havia sentido antes.
— Você sempre foi linda. — Falou Benjamin.
Eu voltei os olhos novamente para a pintura na parede enquanto o duque continuou a olhar os objetos que estavam sobre a mesinha de vidro de Lore.
Eu sabia que eu tinha que fazer uma escolha urgente, e que era muito provável eu estar apaixonada por ele. Que frio na barriga eu sentia naquele momento.
Que sentimento bom!
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31 dias para te amar - Livro 1 - [1º versão]
Romance31 dias são suficientes para amar alguém? O que você faria se morasse em um país de monarquia absolutista, regido por leis que separam as raças e tomam conta do futuro das mulheres? Você conseguiria suportar ser obrigada, por lei, a ter um prometid...