O pânico me dominava.
Os solados dos meus sapatos batendo desesperadamente no chão terroso do labirinto; no sentido oeste do jardim, era o único som que emanava sobre meus ouvidos. Senti um ardor violento nas minhas pernas e resolvi parar um pouco, já voltando ao meu estado lúcido, sentei sem pouco me importar do estado que meu vestido ficaria, ofegante, relembrei todas as palavras ditas pelo o duque naquela noite e tudo o que aquilo significava para mim. Tinha que ter um jeito, não poderia ser o fim.
— Senhorita... nossa... você deveria ser atleta. — Falou Benjamin ofegante.
Olhei para o lado e lá estava o senhor de todos os problemas, o que havia de errado com ele? Por que ele era diferente de todos os homens que conhecia?
— Sem brincadeiras senhor Van Edell. Qual é o seu problema? Se apaixonar por mim? Como ousa?! Deveria estar pensando em me devolver e não em casar comigo. — Falei enxugando as lágrimas.
— A senhorita realmente queria isso? Por que?
Eu me levantei e passei por ele sem falar nada.
— Onde a senhorita vai?
— Irei para o casarão, não estou disposta a sorrir e falsificar minha alegria em troca de bons modos.
— Como irá? Eu não posso ir agora, tenho que ficar até o final, pelo menos até o rei ir embora.
— Se ainda não percebeu, não preciso do senhor. Irei pegar uma carruagem de aluguel.
— Uma moça, sozinha, em uma carruagem de aluguel não é adequado, se o cocheiro for um aproveitador?
— Eu levarei a senhorita Ossory, Milord.
Olhamos para trás e lá estava Nicolas, bem vestido, como nunca o vi antes.
— O que o senhor está fazendo aqui? — Falou Benjamin
— Eu vi a milady passar correndo, e pensei que precisasse de ajuda. — Falou Nicolas.
— Não, não é isso. O que você está fazendo no baile? — Perguntou Benjamin.
— Oh, desculpe... Quando têm bailes grandes como estes, eu fico no lugar do meu tio na carruagem de aluguel, sua visão não é tão boa para pegar a estrada a noite. — Falou Nicolas.
— Obrigada pelo interesse de ajudar, mas a senhorita Ossory só não está se sentindo bem, não precisará ir embora — Falou o duque.
— Não! Eu não estou nada bem... Eu não vou melhorar... Eu preciso de um banho, preciso deitar-me e esfriar a cabeça. — Falei.
— Milord, não se preocupe. Confie em mim, não vou me aproveitar de uma donzela adoentada, não sou assim, o senhor me conhece. — Falou Nicolas.
— Pensando bem, é melhor que vá, leve a senhorita Ossory para casa, assim que voltar mande me avisar que ocorreu tudo bem.
— Sim, senhor.
Eu caminhei com Nicolas em direção aonde estava posto as carruagens. Contudo, Benjamin ficou parado, olhando-me partir, não sei o que estava pensando naquele momento, mas deveria estar decepcionado. Ele havia aberto seu coração e eu havia o trancado novamente.
Nicolas e eu saímos do jardim bem mais depressa do que pensei, ele não havia falado comigo e nem eu com ele, chegando perto da carruagem ele a abriu e antes que eu entrasse falou:
— Senhorita, queria pedir desculpas sobre o mal-entendido que houve entre nós.
— Não se desculpe, não houve mal-entendido da minha parte. Você é um bom homem.
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31 dias para te amar - Livro 1 - [1º versão]
Romance31 dias são suficientes para amar alguém? O que você faria se morasse em um país de monarquia absolutista, regido por leis que separam as raças e tomam conta do futuro das mulheres? Você conseguiria suportar ser obrigada, por lei, a ter um prometid...