•Uma guerra entre terrenos e celestiais.
•Uma guerreira negra tentando ser rainha num mundo de brancos.
•Uma princesa abortada tentado encontrar respostas.
•Uma porção do amor infalível.
•Um dragão indomável.
•Deuses impetuosos.
•Outra princesa plan...
Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caça sempre glorificarão o caçador.
Provérbio africano
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O vento gelado da manhã toca minha face indiferente. Coloco minhas luvas e monto em Angelim, meu grifo. Grifos são criaturas aladas com cabeça e asas de águia e corpo de leão suas enormes asas são do mesmo tom, são ágeis e extremamente inteligentes. Somente os membros da realeza possuem grifos em particular. Duas caravanas seguem para Trivena, uma por terra em cavalos e elefantes, com servos e comerciantes, outra por ar, com a realeza e pessoas mais próximas.
A caravana por terra já partiu a dias atrás e nós a alcançamos agora pouco. No final da tarde chegaremos em Trivena, a capital do reino do Fogo. Não estou nem um pouco entusiasmada com o que há de vir, mas sei que enfrentarei com coragem. Mesmo que exista uma minúscula brecha eu tentarei, mesmo que eu falhe, eu novamente tentarei e tentarei quantas vezes forem necessárias. A questão não é morrer lutando e sim resistir a cada segundo com vida. Serão pequenas vitórias. É melhor que nenhuma.
Foi o que Baruc me disse quando eu estava desapontada com meu desempenho nos treinos, então ele pegou o arco das minhas mãos e pediu que eu me acalmasse e parasse de pensar em vencer a todo custo, isso estava me cegando, em vez disso eu deveria ficar amiga do arco, conhecê-lo, admirar sua força, flexibilidade e agilidade. Assim o fiz. Acertei o alvo três vezes naquele dia. Estava exultante. Mas não satisfeita. Então Baruc me disse tais palavras que me fizeram refletir desde então.
Ao longe avistamos o suntuoso palácio de fogo, com seus vitrais em vermelho e dragões de pedra.
— Se tivesse fugido comigo teria um futuro mais interessante.– Gael afirma ao se aproximar em um grifo alaranjado.
Olho para ele impressionada com sua astúcia. — É mesmo? Tenho certeza de que o meu futuro é bem mais interessante.
— Se mostrar-se arrependida eu esquecerei que me rejeitou. Garanto que não se arrependerá.
Gael lança um sorriso de canto que faz meu coração esquentar. Será que estou derretendo por dentro?
— Lamento desapontá-lo Gael, mas tenho que recusar.
Digo segura, pelo menos acho que estou segura do que afirmo, fica difícil raciocinar diante desse sorriso.
Gael se afasta com uma expressão estranha no rosto. Admiração, talvez.
Nos preparamos para a aterrissagem, juntamo-nos com a caravana e aguardamos os impenetráveis portões de Trivena serem abertos.
