•Uma guerra entre terrenos e celestiais.
•Uma guerreira negra tentando ser rainha num mundo de brancos.
•Uma princesa abortada tentado encontrar respostas.
•Uma porção do amor infalível.
•Um dragão indomável.
•Deuses impetuosos.
•Outra princesa plan...
Tenha parentesco com a hiena, e todas as hienas serão suas amigas.
Provérbio africano
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Rasuk aperta o tecido contra minha cintura. — Ai! Cuidado! Desse jeito não vou respirar.– reclamo enquanto ele levanta meu braço esquerdo e custura em algum ponto do tecido azul.
— Quem diria que você, realmente, tem um corpo de mulher.– exclama Rasuk. Rasuk é quem produz as armaduras e vestimentas para o exército zofaniano, foi o mais próximo que achei de um alfaiate para fazer meu vestido.
Hoje é a noite do baile de boas vindas á coroa de Salin. Estou tão ansiosa que minha barriga dói. É surreal. Já fui em festa, mas eram comemorações pós-guerra, não se compara em nada com a sofisticação dos bailes reais e todo seu encanto. — Olha que cintura fina! Parece tão frágil. O único defeito em você são seus braços e pernas musculosas.
Rasuk se agacha costurando a bainha do longo vestido.
— Quê que tem ? São ótimos, ando muito bem com minhas pernas e meus braços manejam Graciosa com louvor.– argumento.
— Os membros femininos devem ser finos e delicados. Harmonizariam com sua cintura.
Faço uma careta zombeteira.
— Nossa, Rasuk! O que devo fazer? Cortar e jogá–los fora?
Rasuk bufa diante da minha provocação. — Pronto! Terminei.
O vestido é azul escuro como a noite, enfeitados com minúsculas miçangas verdes, possui mangas compridas e largas com abertura nos ombros. Me sinto confortável nele, mais leve, apesar de ter usado calças a vida toda.
— Está deslumbrante!– elogia minha mãe. – confesso que nunca imaginei que um dia esses olhos veriam você de vestido.
— É meu primeiro baile real, tenho que caprichar.
Na verdade eu quero dizer impressionar, mas guardo isso só pra mim. Minha mãe prende metade do meu cabelo, deixando a parte debaixo solta. Todo esse ritual é novo pra mim, imagino que para as princesas e rainhas tal coisa é corriqueira.
— Filha!– apenas a cabeça do meu pai aparece na entrada do quarto– Bomani está ai.
Ele pisca umas duas vezes e seu corpo aparece por completo. — Nossa! Está esplêndida! Nunca vi tanta beleza em uma só pessoa.
Sorrio agradecida. Após me despedir dos meus pais e agradecer Rasuk pelo trabalho sigo para fora de casa.
Bomani me encara em silêncio assim que apareço na soleira da porta. — É perdão, estou aguardando minha amiga para o baile. Talvez você conheça ela, é meio carrancuda, cabelos presos cheios de nós, rosto sujo, com olhos um tanto feroz, as vezes grunhe feito um jafel...