Luzes!

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Quando Erik chegou no seu costumeiro camarote, uma área só sua e sempre reservada para que ele pudesse apreciar o espetáculo, mas que ao mesmo tempo estivesse dentro do campo de visão de todos

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Quando Erik chegou no seu costumeiro camarote, uma área só sua e sempre reservada para que ele pudesse apreciar o espetáculo, mas que ao mesmo tempo estivesse dentro do campo de visão de todos. Ele era admirado ali, quem diria? O fundador do circo de horrores na cidade de New York.

Era um astro, a mente por trás daquela arte tão sombria e encantadora ao mesmo tempo. Ele dirigia todo o espetáculo, dizia o que cada artista iria fazer. Mas em meio aquela loucura macabra estava a leveza e beleza de Meg. Ele a posicionava ali propositalmente. Era o paradoxo dos mundos. Beleza versos assombro. Nada traria mais equilíbrio aquele universo. Lógico que faltava uma coisa para seu espetáculo ser perfeito.

- Christine... - Ele sussurrou. Madame Giry o olhou chateada.

- Veja como Meg está formosa. Finalmente encontrou seu espaço em um palco. Nada de ser do corpo do ballet, agora ela é principal. - Falava orgulhosa da filha, afim de despistar sua fala anterior dita em um sussurro que ela ouviu, infelizmente.

- Ela é realmente formidável. - Erik sorri assistindo a apresentação. A mãe de Meg notou que o elogio foi sincero. Dito com brilho nos olhos.

- Então por que não esquece o passado? Estamos aqui...

- Madame, nem que eu quisesse essas ideias me sairiam da minha mente. - ele olhou reflexivo para um ponto longe do palco. - Ela é a razão da minha arte. Minha inspiração.

- Sua inspiração não quer ser sua inspiração. - Ela resolveu, depois de anos, ser dura com ele. Ele a olhou estranhando o seu comportamento. Ele sabia o que ela pensava, inclusive o que ela desejava, mas ela não tinha o hábito de falar. Ele sabia por pura dedução.

- Madame não se aborreça a toa. Sei que Christine preferiu a beleza e a nobreza. Mas quem pode condená-la? - Ela o olhou ainda mais indignada.

- Não me diga que agora resolveu entender o incompreensível.

- Sim. Antes eu estava cego. Queria viver nas sombras, enquanto ela queria o brilho. Eu amava a noite, mas ela amava o dia. Hoje entendo que ela apenas seguiu seus instintos.

- Meg e eu o seguimos até aqui...

- Eu sei...

- E então...? - Ele a olhou sem entender a pergunta feita de maneira sub entendida. - Você sabe da devoção que a Meg lhe dispensa. - Erik abaixou os olhos e suspirou. As vezes ele não gostava de ser tão sagaz. Sim, ele sabia. Chegava a lhe constranger tal sentimento. Uma moça linda e meiga como Meg merecia alguém diferente dele. Principalmente, alguém sentisse a mesma devoção.

- Madame, não escondo a gratidão que tenho por vocês... Mas não consigo amar Meg como ela gostaria e merece.

- Christine nunca estará aqui Erik, sugiro que abra seu coração para outras mulheres. Se não gosta da Meg, busque alguém que lhe agrade.

- Não quero pensar nisso madame. Estou bem como estou. - Ele cruzou as pernas incomodado e desviou o olhar.
- Preso em uma obsessão? - Madame Giry olhou para Erik e soube que havia ido longe demais. Então voltou sua atenção para o palco. Ela estava certa, mas são verdades duras, e ele não queria ouvir nenhuma verdade que lhe tirasse aquele desejo do peito. Foi nesse momento que teve uma ideia. Mas ninguém saberia do que se tratava até que ele terminasse.

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