Erik observava Raul sair sozinho rumo ao cassino. Estava um pouco nervoso. Finalmente se aproximaria de Christine. Finalmente sentiria seu perfume novamente. Ouviria sua voz doce a lhe falar. Sorriu com a ideia. Sentiu um frio na barriga. Esperava as horas avançarem mais um pouco, para ter certeza que o menino já não estaria mais desperto. Com um pouco de sorte, daria tudo certo.
*********************************Christine olhava para Gustavo e notou que o menino estava cada vez mais triste. Mexia na pequena caixa de música que encontrou em cima do piano. O problema de tudo é que a caixa de música tocava a música que o fantasma costumava tocar.
Raul se preparava para sair quando ouviu a música saindo dela e sua fisionomia criou uma expressão melancólica. Christine não disse nada, mas sabia que seria mais um problema. Raul não falou mais com ela depois do ocorrido pela manhã. Na verdade acordou para almoçar e depois se recolheu novamente. Agora se arrumava para sair. E ela preferia assim. Depois do ocorrido aquela manhã, sua ideia de divórcio ganhava força. Mas não sabia se teria coragem. Raul ao passar chutou a caixa quase acertando a mão de Gustavo. Tanto Christine quanto o menino se assustaram. Ele saiu sem dizer mais nada e agora o menino tenta ajustar a estranha caixa. Falou quase chorando.
- Mamãe o que o papai tem? O que fiz a ele? Parece não gostar nem um pouco de mim...
- Não pense assim querido. Ele só está passando por momentos difíceis.
- Não lembro um momento em que foi gentil comigo. Talvez ele não me quisesse aqui.
- Não deixe que esses pensamentos tomem sua mente. Você é muito amado.
- Não é o que os meus olhos veem, mamãe.
- Então vou lhe ensinar algo precioso querido. As vezes você vai precisar ver com o seu coração. O amor nem sempre é algo bonito, por isso feche os seus olhos e abra o seu coração. Ele é sábio e não se engana.
- O amor nem sempre é bonito?
- Não no começo, não com nossos olhos. Mas o coração não se engana, querido.
- Não entendo muito bem, mamãe.
- No momento certo entenderá. Chegará esse momento. Mas por hora apenas saiba que é amado.
- Eu também te amo, mamãe. - Ele era mais esperto do que ela imaginava. Era amado sim, nem que fosse unicamente por ela. Mas ela queria que ele entendesse que o pai não sabia amá-lo como deveria. Ela o abraçou por um breve momento.
- Deixe essa caixa aí e vá se deitar. Já é tarde.
- Sim senhora. - Ele a obedeceu a deixando sozinha. Ela pegou a pequena caixa e a colocou novamente sobre o piano.
- Por que tudo aqui lembra você meu fantasma? - Ela ouve batidas na porta e estranha. Quem seria aquela hora?
Quando percebeu que ela abriria a porta, Erik virou-se. O nervosismo era tanto que pensou em desistir de encontrá-la aquela noite. Estava com um casaco preto, com a lapela para cima, como era de seu costume usar. Não iria desistir agora. Esperou por muito tempo para ter aquele momento. Virou-se novamente e endireitou a coluna. A porta se abriu e ele pode ouvir a voz de Christine falar em baixo tom.
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Uma Vez Mais
FanfictionErik estava debruçado sobre o seu companheiro de solidão, seu piano era o seu único alento. - Ah Christine ! - Suspirou. - Tenho que sentir você uma vez mais, e me sentir vivo outra vez. Baseado na obra - O Fantasma da Ópera - Andrew Lloyd Webber