Paper Rings || Larry Stylinson

II. Tried to stalk you on the internet

"Went home and tried to stalk you on the internet"

Os interioranos sabem como se divertir. Além do limite. Minha dor de cabeça gritante mostra que, claramente, não consigo acompanhá-los. Não tenho orgulho de dizer que voltei pra casa arrastado pela minha prima mais alcoolizada que eu. E que aparentemente tem fígado de ferro para aguentar uma garrafa inteira de vodka sem fazer careta e acordar no dia seguinte como se nada tivesse acontecido. Ouvi sua risada bem humorada e inabalável quando Tia Susan tentou abrir as minhas cortinas às sete horas da manhã. Ela desistiu quando ouviu meus dolorosos protestos, percebeu minha incapacidade de acompanhar as mulheres da casa no café e aproveitar a manhã.

Como levanto por último, ao meio-dia, sou o responsável pelas compras extras do almoço, enquanto Susan e Taylor fazem os doces de leite por encomenda. Tia Carol tem essa teoria de que pode curar nossa ressaca completamente com uma enorme caçarola de macarrão com molho de tomate caseiro, mas, como a família absurdamente saudável não ingere massas com frequência, fiquei encarregado de comprar isso e o refrigerante — cujo o qual eu beberei completamente sozinho porque só de citar o dito cujo, as mulheres da casa tiveram um ataque, como se a caixa de pandora tivesse se aberto no meio da cozinha.

Bom, eu costumo me entupir de fast food em casa.

Tentei ser responsável pela minha própria alimentação apenas cinco vezes e todas terminaram em consequências desastrosas.

Da primeira vez, eu apenas confundi açúcar com sal nos vidrinhos bonitos da minha mãe e ferrei com os ovos do café da manhã. Da segunda, eu segui perfeitamente um tutorial de como fazer peito de peru na grelha, mas, o "tempero a gosto" provavelmente deveria ter sido um pouco mais específico porque, aparentemente meu "gosto" exagerado estragou tudo. Da terceira, o desastre foi em equipe, Steve e Bebe apareceram em casa e resolvemos fazer uma pizza, mas, eu comprei um queijo fora da validade e dei a todos nós uma maldita intoxicação alimentar. Da quarta vez, eu esquentei o óleo mais do que o necessário para fazer batatas fritas e terminei aquela noite com pomada no rosto e no pescoço para conter a gravidade das queimaduras. Mas, da quinta, a vez que fez minha mãe me proibir de chegar perto de um fogão novamente, eu tentei cozinhar um bolo para o café da tarde e explodi o vidro do forno porque esqueci o fogo alto... e também esqueci que tinha cozinhado.

Mamãe não fica em casa o suficiente para que eu possa desfrutar de sua comida caseira frequentemente, ela também se rendeu às comidas prontas, muito mais simples para sua rotina. Porém, dificilmente temos opções tão saudáveis — principalmente quando eu sou o responsável pelo pedido — , então, outra adaptação sinistra que farei na casa das minhas tias: alimentação saudável. Mas, só a partir de segunda-feira, hoje eu preciso de macarronada e refrigerante de cereja.

A vendinha não fica tão longe, mas, a rua extensa, o corpo cansado — ainda envolto em pijamas — a cabeça pesada e a luz do sol diretamente nos meus olhos sensíveis não me ajudam a andar depressa. Felizmente, não há nenhuma alma viva para ver meu caminhar vergonhoso e lento para dentro da mercearia duas ruas depois da minha antiga casa. A dona do estabelecimento sorri simpática para mim através do caixa, enquanto eu me arrasto todo molenga até o freezer, agarrando uma garrafa de um litro e meio de cherry soda depois andando no corredor de massas para pegar um pacote de espaguete. Com a chance de levar broncas pesadas, eu pego uma caixa de chocolate para devorar depois do almoço. Tento resistir às inúmeras tentações porque eu tenho noção de que a fome inexplicável veio por causa da bebedeira e não posso passar mal com uma comida gostosa esperando por mim.

— Querido, me desculpe dizer, mas sua cara está péssima — A senhorinha de cabelos acinzentados presos em um coque trançado diz assim que eu coloco os itens escolhidos no caixa, colocando-os numa sacolinha em seguida.