XI. Complications

1.4K 127 100
                                    

"I want your complications too"

...

Eu não imaginava que era possível tantas coisas acontecendo no mesmo dia, mas, aparentemente, não há momento ruim para o surgimento de uma situação de caos. Ou quatro. Tudo começou na sexta-feira, quase duas semanas depois de voltarmos da nossa pequena viagem à chácara dos Horan, quando parecia que nenhum mal conseguiria nos atingir. As coisas melhoraram para todo mundo. Taylor focalizou toda sua raiva para as letras e em uma semana compôs músicas o suficiente para encher dois álbuns, o que oficialmente fez a demo da banda dela poder entrar em produção. As meninas trabalharam duro para conseguir criar melodias que se encaixassem e fizeram uma curadoria detalhada de quais canções deveriam entrar e quais deveriam ser descartadas. Não é surpresa para ninguém quando todas que envolvem alguma memória sobre Johnny vão para o lixo e as novas canções empoderadas, raivosas e impactantes entram na jogada.

Elas me surpreendem com uma foto em que cada uma está usando uma cor de delineado e de vestido, em honra às Jem e as Hologramas verdadeiras com uma letra estilizada escrito Holograms no cantinho (como se fosse um autógrafo) e dizem que de tanto me ouvirem falar gostaram do nome e o adotaram para a banda, me deixando todo bobo e emocionado.

Georgia e seu primo montaram um estúdio de som no porão de casa para começar a gravação das demos já que elas não queriam gastar tanto assim viajando para Londres e muito menos alugando um estúdio, que cobra horrores de dinheiro por hora. Felizmente, eles fizeram um bom trabalho, mas, Taylor ficou praticamente sem todos os seus móveis, que foram amontados na garagem para houvesse espaço para os instrumentos e equipamentos de som. Eu quase não ficava mais em casa para que eles pudesse gravar em paz, passei a ajudar com a distribuidora de bebidas, assim como Harry me ajuda nas coisas da fazenda para Taylor se dedicar à música completamente.

Harry.

Admitir que você está apaixonado por alguém faz maravilhas com a relação. Ainda haviam algumas barreiras que eu sinto que desabaram desde que falamos sobre nossos sentimentos um para o outro. Eu ainda estava receoso, sendo mais intimo somente quando estávamos sozinhos, mas, agora quando sinto vontade de beijar a boca dele ou abraçá-lo forte simplesmente o faço.

Dificilmente alguém ainda tem dúvidas sobre estarmos juntos agora.

Ele também parece que desarmou aquela postura contida e agora me trata com uma extrema doçura. Várias vezes ao longo do dia o pego me encarando como um bobinho apaixonado — que ele é — sem desviar e quando sentamos juntos sem fazer nada no sofá sempre acabamos abraçados ou tocando-nos singelamente, ele deitado nas minhas pernas ou no meu peito, com meus dedos sempre fazendo carinho em seus cabelos. Ele não liga de me beijar em qualquer lugar ou me deixar sentado sobre seu colo falando sobre qualquer coisa.

Algo importante também é que não nos importamos mais em planejar muito nossas saídas ou sermos vistos completamente desarrumados e de mal humor, ficamos em silêncio quando quisermos, dormimos juntos sem falar nada se for da nossa vontade, ficamos marcando um ao outro em coisas idiotas do facebook, somente lendo e ouvindo música (que é muito algo nosso agora), comentando um trecho ou outro e quando dá vontade viramos a madrugada conversando e rindo baixinho para não acordar sua mãe quando dormimos lá ou minhas tias quando dormimos aqui. Gostar de alguém assim faz com que a gente queira se conhecer mais e mais, aumentar nossa intimidade, aprender coisas um sobre o outro... Amar todo o composto que fazer esse alguém ser exatamente quem é.

Harry odeia filmes muito clichês, odeia acordar muito cedo, odeia leite e amendoim. Ele não gosta de músicas instrumentais porque o deixam ansioso, nem em um tom muito alto porque ataca sua enxaqueca e fica um zumbido no ouvido. Ele não gosta de dormir sem meias no pé, mesmo que esteja calor, ele não gosta que fiquem cutucando as covinhas em suas bochechas (mas, ele me deixa fazer carinho nelas), ele tem agonia que mexam em seu pescoço, liberando o contato só para a passagem dos meus beijos, ele não pode dormir em colchões muito moles por causa das costas e detesta muitos travesseiros sobre a cama, assim como odeia lençóis que tenham pêlos.

Paper Rings || Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora