Prólogo

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- "Papai quantas vezes mais temos que sofrer para poder ser feliz?" - digo a meu pai que chegou no hospital da cidade poucas horas depois.

O caminho foi interminável. Não me separei de William em nenhum momento. A ambulância foi diretamente para a cidade. Quando chegamos levaram William diretamente para o centro cirúrgico e depois disso não soube mais nada do meu marido.

- "Calma querida. Ele é um homem forte e vai sobreviver. Ele tem muitas razões para viver. Ele tem a você, esses pequenos que estão crescendo em seu ventre e quando nascerem vão querer conhecer o seu pai e ele também tem Lily que também precisa dele."

- "Mas...o que eu faço com essa dor que estou sentindo nesse momento?" - digo chorando.

Não conseguia parar de chorar. Ver como William estava quase morrendo em meus braços me aterrorizou. Não sei o que aconteceria se ele se fosse do meu lado.

- "Tenha fé minha pequena. Você sempre teve. Pensa que ele vai ficar bem. Traga as boas vibrações. Ele vai ficar bem." - meu pai diz.

Me escondo em seus braços e me permito chorar. Nesses braços também me sinto segura mas não são calmo os de William.

Horas depois Nathan chega acompanhado de Charlotte para me dar apoio. Nos braços de Charlotte. esta Lily, já que Lara não conseguiu acalmá-la. Ela havia chorado tanto que nesse momento esta com febre.

Quando Lily me vê, estende os seus bracinhos para que eu a pegue no colo e é isso que eu faço. Imediatamente ela se aconchega em meus braços e por fim ela relaxa.

- "Ela sente falta da mamãe." - Charlotte diz.

- "Familiares de James Smith." - diz um dos médicos.

Sinto o meu  corpo ficar tenso ao escutar o seu nome. A senhora Susan se levanta da cadeira onde estava sentada e se aproxima do médico.

- "Eu sou a mãe dele. Como meu filho está?"

- "Não vou mentir para a senhora. Seu filho não esta nada bem. A bala chegou na cavidade do coração e esta alojada ali. Por decisão médica não iremos fazer uma cirurgia para a retirada da bala porque o risco é ainda maior. No momento, ele esta em coma induzido e iremos desperta-lo pouco a pouco se ele se recuperar. Se a senhora tem fé, se apoie nela nesse momento." - ele diz e eu fecho os meus olhos, rezando para que William esteja bem enquanto escuto a senhora Susan chorar de uma maneira desoladora.

- "Familiares de William Lawford." - diz o outro médico se aproximando de onde estávamos.

- "Somos nós." - dizemos ao mesmo tempo.

- "Sou sua esposa." - digo ao médico.

- "Boa tarde senhora. Serei direto, seu esposo está em estado grave. A bala perfurou algumas veias complicadas e ele perdeu muito sangue. E nesse momento ele está em coma mas é para que ele não se mova e não dificulte sua recuperação." - o médico diz.

- "Posso vê-lo?" - ele me observa e posso ver seus olhos se deterem em meu ventre.

- "Só por alguns minutos. Em sua condição o ideal é que esteja em repouso." - ele diz e eu só assenti com a cabeça.

Entrego a bebê para o meu pai e sigo o médico. Ele me leva por alguns corredores até que ele me indica a porta do quarto de William.

- "Apenas 3 minutos. Nada mais."

Entro no quarto e o que vejo me deixa gelada. Meu marido esta ligado a vários cabos e maquinas. O som pelo menos me indica que ele continua com vida.

Me aproximo com cautela e parece que os meus pequenos sentem a presença do seu pai, já que eles começaram a se mexer. Chego do seu lado e seguro a sua mão.

- "Meu amor...por favor...volta pra mim... volte para o meu lado...volta para Lily...volta para o seu irmão...volta para a bonita família que estamos criando...William, eu preciso de você... você me prometeu que nunca iria me deixar sozinha...e espero que você cumpra...sua promessa..." - tomo um ar para poder controlar as emoções que estão borbulhado dentro de mim. - "Por favor...abre os seus olhos...preciso ver o cinza tão...misterioso que seus olhos tem...por favor...volta pra mim."

Beijo os seus lábios e quando termino, o médico entra no quarto e diz que eu tenho que sair. Volto a beijar seus lábios e caminho até a porta, mas antes de sair eu olho pra ele.

Sei que ele é forte e pelo amor que ambos sentimos, ele saíra dessa. A morte não irá levá-lo do meu lado, como fez com a minha mãe.

Isso não vai acontecer. 

LIVRO 3: Olhares de Amor: O Destino (Completo) Onde histórias criam vida. Descubra agora