13. About a girl

2.5K 198 987
                                    

Era quase inacreditável como as coisas haviam se desenrolado até aqui. Primeiro: Finn fora obrigado a estudar comigo; segundo: ele me beijou e eu correspondi; terceiro e último: estamos tentando formar uma amizade.

Confuso? Pois é. Se me perguntassem, eu poderia jurar com todas as minhas forças que isso está parecendo mais uma história daquelas em que sua vida parece um quebra-cabeça dificíl de montar. Mas é claro que não é. Isso é o mais assustador. Porque isso é vida real. No qual não tem como eu saber o final.

Finn e eu estamos andando lado a lado silenciosamente até sua casa. Já que ele havia dito que antes de irmos para algum lugar - que ele não quer me contar de jeito nenhum -, ele teria que pegar algo.

Começo a me perguntar o que iríamos fazer. E, devo admitir, as hipóteses que vinham à minha mente não eram nada legais. Nada mesmo.

O que rockeiros fazem para se divertir? O que todo mundo diz é que a maioria bebe, se droga, fazem tatuagens enormes, macabras e feias e invocam demônios dentro da própria casa.

Pois é. A fama das pessoas que seguem esse estilo não é nada boa. Eu, particularmente, não gosto de julgar tudo aquilo que eu não entendo. Como você vai argumentar contra algo sem saber do que está falando? O maior erro da sociedade é esse. Julgar tudo o que as pessoas não compreendem. Eu não acho isso certo.

Mas apesar disso, ainda estou com um pouco de medo.

- Finn... - o chamo.

- Hum? - ele murmura, sem me olhar.

- Onde vamos depois?

Sua expressão torna-se teatralmente pensativa.

- Bom, estava pensando em incendiar algum prédio ou pichar algum muro... o que você prefere? - pergunta, virando seu rosto para me fitar.

Arregalo os olhos.

- O quê?

O maldito começa a rir e eu fico em dúvida se fico confusa ou começo a estapeá-lo por rir de mim.

- Não me diga que acreditou.

Reviro os olhos. Aquilo não teve graça.

- Não acreditei. - me defendo.

Ele solta um risinho e levanta as mãos em sinal de rendição.

- Está bem, não está mais aqui quem falou.

Após isso, ele não diz mais nada. Ainda estou curiosa, mas opto por não perguntar mais nada por medo dele se irritar.

Andamos mais um pouco e entramos na rua Upper East Side. Eu o acompanho um pouco surpresa. Tenho que admitir. Veja bem, eu e meus pais vivemos bem, mas não teríamos condições para morar em um bairro como este. Quem mora aqui, tem que ter muito dinheiro mesmo e eu nunca pensei que Finn Wolfhard fosse de uma família rica.

Quero dizer, a maioria das pessoas que vivem aqui - principalmente os garotos da nossa escola ou idade - são mauricinhos que ficam o tempo todo se gabando para os outros onde moram e o quão ricos são. Sim, isso é repugnante. Talvez este seja mais um dos motivos que o meu pai nunca quis vir morar aqui. Ele já foi pobre. Muito mesmo. E odeia esse tipo de gente. Ele jurou trabalhar o bastante para dar tudo para minha mãe e eu, sem é claro, deixar o dinheiro subir sua cabeça. Por este - e muitos outros - motivo(s) que eu tenho muito orgulho dos meus pais. Isso é algo que eu admiro muito neles. São as pessoas mais importantes na minha vida e eu tenho muito orgulho de dizer isso.

Fico feliz de saber que não é todo mundo que mora aqui que é nariz empinado. O Finn nunca havia dito que morava nesta rua. Isso pode parecer algo normal, mas comparado à maioria que mora aqui, não. Isso não é nada normal. Me pergunto subitamente se seus pais também não se importam com esse tipo de coisa. Eu o estou encarando com tanta admiração que se ele me flagrar, provavelmente vai me chamar de estranha e eu também não quero deixá-lo irritado à esta altura. Não agora que estamos tentando nos dar um pouco melhor.

You Belong With MeOnde histórias criam vida. Descubra agora