14. Perguntas

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Não consigo deixar de abrir um sorriso satisfeito, tanto por finalmente poder esclarecer algumas dúvidas e também poder terminar aquela atividade que fora passada duas semanas atrás.

Não pretendo fazer perguntas pelas quais imagino que Finn não vá querer responder, então prefiro começar com uma pergunta que ele, provavelmente, não vai se importar de comentar algo.

Endireitei meu corpo e fitei Finn que devolvia o olhar interessado.

- Certo. A primeira...

Ele me interrompeu:

- Espere. Você sabe todas de cor?

- Sim. - confessei. Havia feito tantas perguntas em uma folha separada do meu caderno e as repassado tantas vezes em minha cabeça que acabei decorando a maioria delas. - Bom, o que faz na maior parte do seu tempo após a escola?

Ele dá de ombros, demonstrando que não se importava em responder. Bingo.

- Vou com a galera pra casa do Gaten. Na maioria das vezes ele dá uma festa e a gente bebe, e eu aproveito para me divertir, se é que me entende. - ele responde, em um tom carregado de malícia. Aquilo havia comprovado minha teoria. Finn realmente vai, acompanhado de seus amigos, a várias festas após a escola. Sinto um leve desconforto quando ele dá ênfase na palavra divertir, mesmo sem ter compreendido realmente.

Decido fingir ter entendido o que ele quis dizer, pois sinto que não vou querer uma explicação quanto a isso e pulo para a próxima pergunta.

- Certo. - estico minha mão esquerda para pegar mais três batatas e Finn espera pacientemente eu colocá-las na boca antes de passar para a segunda pergunta. - Ahn, então o que gosta de fazer quando volta para casa?

Ele parece ficar tenso, e eu espero ansiosamente sua resposta.

- Depende.

- Algum... hobbie? - pressionei sugestivamente.

Ele desviou os olhos, quebrando nosso contato visual, e eu percebo que, infelizmente, ele não vai responder esta.

- É pessoal, Brown...

Fico intrigada, mas não posso simplesmente forçá-lo. Então respondo, pegando a latinha de sua mão gentilmente e tomando um gole:

- Ok, não precisa dizer. - desvio os olhos para a pista, pensando no que poderia substituir para colocar na tarefa do professor. Volto a encará-lo. - Então posso colocar na atividade que você... escuta rock quando chega em casa?

- H-hum. - ele concordou, assentindo. - Depois eu escrevo as bandas pra você para que o professor não desconfie. Próxima?

Abro um sorriso amarelo em meu rosto.

- Cor favorita.

Ele me encara quieto por um momento antes de abrir um sorriso irônico.

- É sério? - zombou, reprimindo o riso.

Dou de ombros, um pouco sem graça e pego mais batata frita.

- É para nos conhecermos, não é? Isso é importante. E a cor favorita de uma pessoa pode dizer muita coisa sobre ela.

- Se você diz... - ele levanta suas mãos em sinal de rendição. - Preto. Acho meio óbvio, mas tudo bem. Mas então me diga, por que preto é minha cor favorita? - desafiou ele.

Respondo sua pergunta, usando tudo o que consegui perceber enquanto andávamos juntos até aqui como argumento:

- Bom, preto é uma cor discreta e você não gosta de chamar atenção quando anda na rua, mas ao mesmo tempo, se veste totalmente de preto para parecer amedrontador e agressivo. Por que esta cor é a mais escuras e em algumas religiões simboliza o mal, pois indica a ausência de luz e também o poder das trevas. - expliquei, sacudindo a latinha de coca com a mão em uma pergunta silenciosa para saber se ele queria o restante que havia sobrado na lata de metal.

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