20. A casa dos Wolfhard

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Não conseguia pensar. Era como se minha mente tivesse desligado. Eu apenas sai correndo de casa, focada em chegar o mais rápido possível. Não fazia ideia do que estava acontecendo, mas sentia que Finn não estava bem. Eu tinha certeza.

Acabei por demorar mais do planejei, pois quando estava quase perto da rua de filhinhos de papai, acabei me perdendo. O que me desesperou e realmente me frustrou. Tive que perguntar para as três primeiras pessoas que encontrei na minha frente para pedir informação. Elas provavelmente perceberam meu desespero pela urgência transparecida em minha voz.

Quando finalmente encontrei a rua, agradeci à Deus mentalmente mil vezes. A casa em si foi fácil de achar. Era uma das maiores daquela rua.

Assim que cheguei em frente à mansão dos Wolfhard, fui até o portão preto e apertei o botão do interfone.

- Boa tarde, o que gostaria? - Uma voz masculina de, provavelmente, um segurança da casa soou.

- E-eu vim ver o Finn... sou amiga dele.

Após alguns segundos, cheguei a pensar que ele não liberaria minha entrada pela demora a dizer algo, até que respondeu:

- Nome completo, por favor.

- Millie Bobby Brown.

- Seja bem vinda, Millie. Pode entrar.

Um ruído foi-se ouvido, indicando que o portão havia sido destrancado. Abri o mesmo e o fechei após passar por ele. Andei até a entrada, cruzando o jardim, tentava andar o mais calmamente que eu podia para não parecer mal-educada, com toda certeza aquele lugar tinha câmeras, eu pelo menos, não duvido nada. Assim que subo os degraus da entrada e chego perto da porta de mogno maciço, ela é aberta pela mesma empregada que eu havia visto no dia em que saí com Finn. Foi aí que eu encontrei a conexão daquilo tudo com a ligação. Só faltava compreender como ela sabia o meu nome.

- Olá Srta. Millie. Meu nome é Megan. Fui eu que te liguei, entre, por favor. - Assim o fiz, sentindo-me ainda mais nervosa. Olhei ao redor assim que entrei. A sala era toda moderna, era possível ver a sala de jantar logo atrás, mas ambas estavam uma zona. O chão estava molhado, garrafas de bebida haviam sido jogadas no chão, e sujo por vários cacos de vidro de vasos. Vários porta-retratos também estavam quebrados e jogados por ali, inclusive a mesinha de vidro ao lado do sofá. Peguei um dos porta-retratos, era uma foto atual de Finn com o pai, ambos sorriam e era perceptível que era uma daquelas fotos tiradas no intuito de manter uma espécie de imagem de uma família perfeita. O sorriso forçado de Finn era nítido. Mas o estranho, era que todas as fotos ali eram apenas do Finn com o pai. Aí meu Deus. Os pais dele são separados. Era isso... Céus, o que aconteceu aqui? - Finn e o pai brigaram assim que o Sr. Eric chegou em casa. Quando ele saiu, Finn pegou uma das bebidas do pai e começou a beber descontroladamente, eu tentei impedi-lo, mas quando ele está nervoso fica totalmente impossível. - Eu sei, conheço bem a peça, quis responder. - Ele começou a quebrar tudo o que via pela frente e gritar o seu nome e o da mãe.

Engoli em seco. Parte daquilo era culpa minha? Mesmo que não fosse, a culpa em meu peito foi inevitável. Parei de ouvi-la, suas palavras tornaram-se sussurros no fundo da minha cabeça. Pensamentos inundavam minha mente. A mãe de Finn havia ido embora, mas se ele não se dá bem com o pai por que não o levou junto? O que havia naquela história que eu estava deixando passar?

- Quando ele começou a ficar bêbado, percebi que estava ligando para alguém. - Ela continuou e eu a fitei, lembrando-me da ligação perdida que eu havia recebido quinze minutos antes dela falar comigo. Finn havia me ligado.

- Quando ouvi seu nome, lembrei de você. No dia em que te vi do outro lado da rua, perguntei à ele quem era antes de Finn sair com um skate. Veja bem, eu cuidei dele desde os seus dois anos, o conheço muito bem e achei estranho ele estar saindo com alguém que não fosse Iris, senti um alívio, devo admitir, aquela menina é muito mal-educada. Não respeita ninguém. No dia Finn comentou de você brevemente quando eu insisti, que era uma amiga e falou seu nome. Tomei o celular da mão dele quando você não atendeu a ligação, ele estava prestes a jogá-lo contra a parede. Resolvi ligar pra você, rezando para que se importasse com ele o suficiente para vir até aqui. Veja bem, ele não é nada fácil.

You Belong With MeOnde histórias criam vida. Descubra agora