37. A primeira consulta de Finn

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Meu despertador havia ficado no silencioso mas apenas o som do aparelho vibrando era suficiente para que despertasse.

Contudo, me surpreendi quando notei que o corpo de Finn estava sob o meu quando tentei me mexer. Ele respirava profundamente, a expressão tão suave quanto a de um anjo. O braço descansava em volta da minha cintura.

O quarto estava pouco iluminado pelo horário, o pouco de claridade que o adentrava era pela janela do corredor.

Sorri ao observá-lo dormindo. Enfim, toda aquela tensão de ontem com meus pais havia valido à pena.

As suas olheiras ainda estavam lá, mas felizmente menos aparentes em comparação ao dia anterior.

Seu rosto tão sereno e tranquilo era algo realmente lindo de se ver. Observei seus olhos, sua boca. As sardas salpicadas em suas bochechas e nariz, o que eu achava mais atraente nele. Perfeito.

A vibração do celular começou a me irritar, trazendo-me de volta para a realidade, tínhamos aula.

Suspirando, retirei seu braço sobre mim com cuidado e me levantei para desligar o aparelho irritante ao lado da minha cama.

Em seguida, me virei para Finn, que continuava dormindo. Parecia que o mundo poderia desabar que ele não acordaria.

Sorri com esse pensamento e resolvi deixá-lo dormir mais um pouco. Pelo que pude perceber ontem, ele toma banho e se veste mais rápido do que eu, então não haveria problema deixá-lo descansar um pouquinho mais.

Peguei uma roupa para a escola no armário, um pouco preocupada com o maldito ranger da porta. Ao fechá-la com cuidado, me virei para o cacheado. Ele não havia movido um músculo.

Abafei um riso e caminhei ao banheiro. Enquanto a água caía em meu rosto, ficava um pouco mais desperta. Tentei me apressar um pouco mais do que o normal, já que seríamos dois tomando banho, mas não funcionou tanto. O frio do lado de fora em contraste com a água quente do chuveiro não ajudava muito.

Me vesti no banheiro mesmo. Coloquei a camiseta que Sadie havia comprado para mim e um moletom branco por cima, com a estampa das Relíquias da Morte.

Voltei ao quarto para colocar um tênis e pentear meu ninho - cabelo - dando graças a Deus por Finn não ter acordado até aquele momento e tê-lo visto.

Deixando a escova sobre a estante, fui até o colchão do cacheado e fiquei de joelhos para tentar balançar seu corpo de leve, sem ter certeza de como acordá-lo.

- Finnie? - murmurei. - Ei, Finnie...

Ele abriu os olhos lentamente. A expressão sonolenta dele me fez sorrir e baguncei seus cabelos por instinto.

- Não me diz que são seis da madrugada, Millie. - murmurou ele, esfregando os olhos, o tom rouco de sono.

- São seis e meia da manhã. - o corrigi, achando graça da sua expressão de birra de quem claramente não queria levantar. - Vai tomar banho antes que se atrase.

- Eu posso levantar mais tarde. Levo cinco minutos para estar pronto e cinco para comer alguma coisa. - disse, virando-se para o outro lado, cobrindo até a cabeça com o cobertor.

Suspirei e murmurei um ok.

- Mas se eu não ouvir o chuveiro em dez minutos, virei te arrastar para o banheiro. - avisei num tom brincalhão, apesar de estar falando sério.

- Já está querendo tomar banho comigo, não é, Mills? - sua voz rouca tentou me provocar.

Dei um tapinha no lugar em que julguei ser o seu ombro e me levantei, me perguntando como ele podia pensar em uma coisa dessas logo cedo de manhã.

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