21. Um anjo caído

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*AVISO: Este capítulo contém cenas hot*.

Encarei a parede do quarto indecisa entre ficar ali ou não.

O que adiantaria continuar ali sendo que no dia seguinte Finn fingiria que não saberia da minha existência enquanto seus amigos ficam zombando de Noah e eu?

- O que acontece se eu ficar? - Murmurei ainda sem encará-lo.

Imaginei que Finn franziu a testa, principalmente pelo seu tom de dúvida em sua pergunta:

- O que quer dizer?

- Preciso saber o que acontece para que eu não crie expectativas para certas atitudes das quais você não está disposto a ter. - Afirmei, citando indiretamente o que Finn me disse quando me levou em casa após sairmos juntos.

Eu não guardava rancor, mas eu precisava entender o que ele queria para que eu não me machucasse depois.

Ele já deixou claro milhares de vezes que relacionamento não é uma opção mas sempre que nos vemos acaba tendo um clima e a gente se beija. E eu não quero fazer isso sabendo que ele pode estar com várias outras garotas - Incluindo a Apatow - quando não estou por perto.

Ele finalmente pareceu compreender o que eu estava querendo dizer. Finn pegou meu rosto com as mãos e o virou para si. O encarei me surpreendendo com a culpa e o arrependimento nítidos em seus olhos castanhos.

Ele desviou os olhos parecendo envergonhado, sua voz saiu inacreditavelmente ainda mais baixa do que a minha:

- Sobre aquele dia...me desculpe, Millie. Você pode não acreditar em mim, mas eu realmente me senti um bosta quando você entrou em casa e bateu a porta. Me senti péssimo...

Eu queria acreditar nele. Finn parecia estar realmente dizendo a verdade. Contudo, lembrar de suas palavras duras e seu olhar gelado enquanto eu estava prestes a chorar bem na sua frente, era algo difícil de esquecer.

- Queira me desculpar, Finn. Mas é difícil de acreditar nisso agora. - Sussurrei. Eu tinha que ser sincera com ele.

O cacheado não pareceu surpreso com a minha resposta. Ele me soltou e pegou minha mão, me levando até sua cama, nos sentamos ali e ele disse, de forma suave:

- Eu menti pra você. Assim que fui embora, Iris me pediu para ir vê-la. Mas eu não quis. Não ficamos desde o dia em que eu te beijei na biblioteca e ela quase nos pegou. Confesso que tentei ficar com ela e com várias outras garotas após aquele dia, mas eu simplesmente não consegui. E isso está me assustando. Eu nunca senti isso Mills.

Por um instante, permaneço calada. Sentia meus sentimentos à flor da pele. Não era possível que eu tivesse ouvido certo. Finn havia mesmo acabado de dizer aquilo?

Ele havia parado de ficar com garotas?

E por minha causa?

Olhei para as minhas próprias mãos, sem saber o que lhe responder.

- Então... por que mentiu?

- Não sei, e-eu... - O encarei. Finn deu de ombros, pela sua expressão parecia estar corando. - Meio que quando sinto que alguém está chegando perto, eu acabo ativando um mecanismo de proteção espontaneamente e naquele dia, você chegou perto. Perto demais. Eu me abri pra você de forma que eu nunca me abri para ninguém. E isso me assustou. Eu não sei lidar com esse sentimento de querer ficar perto de você o tempo todo... E então acabo fazendo o que sei fazer de melhor, ser um puta babaca. E sinto muito por isso.

Fico ainda mais surpresa com a sua confissão.

Principalmente pela parte dele querer ficar perto de mim o tempo todo. Era recíproco. Mas era difícil de acreditar.

You Belong With MeOnde histórias criam vida. Descubra agora