11. O trato

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A atitude do Wolfhard havia me pego totalmente me surpresa. Eu realmente não esperava que ele me levasse até a enfermaria. Quero dizer, tudo bem que foi por causa dele que Apatow agiu daquela forma, mas parando pra pensar, fora a primeira vez que ele demonstrou algum tipo de... preocupação por alguém.

Quando voltamos para a sala, dei o meu máximo para não olhar para o fundo, pois tinha certeza de que a loira estava nos observando atentamente e a expressão em seu rosto não deve estar nada boa, considerando tudo o que aconteceu.

Me sento em meu lugar e Noah me encara preocupado.

Sorrio pra ele.

Ele definitivamente não tinha noção do que ele havia feito, Noah havia feito mais do que provado sua fidelidade. Desafiar o Wolfhard daquela maneira por minha causa mesmo não aprovando absolutamente nenhum tipo de briga e deixando de lado seu medo deles para me defender...

- Noh, aquilo que você fez...

Ele me interrompe:

- Eu sei. Millie você sabe que eu sou péssimo de briga e que, provavelmente, o Wolfhard teria me dado um baita soco - talvez até mais do que um soco -, mas se eu pudesse voltar atrás, não teria feito nada diferente.

Meu sorriso se alarga e eu me levanto para abraçá-lo, mesmo que estivéssemos no meio da aula, naquele momento não importava. Noah retribui o abraço e quando eu o desfaço, o encaro seriamente:

- Mas, por favor, não faça isso novamente, tenho absoluta certeza de que da próxima o Wolfhard não irá deixar barato.

Ele me encara intrigado e após um segundo, acaba respondendo:

- Está bem. - não consigo dizer se ele realmente concordou para apenas me tranquilizar ou se levou meu pedido a sério.

As aulas não demoraram tanto para passarem, eu já havia ficado mais calma e a vontade de chorar já não me consumia mais. Por isso, prestei bastante atenção e participei da aula com total entusiasmo e interesse como sempre fazia.

No final da última aula, enquanto todos os outros alunos saiam, eu caminhei com calma até o Wolfhard preparada para tudo. Seja para suas agressões verbais e frieza habitual ou sua estranha preocupação que que ele havia demonstrado após o infeliz acontecido.

- Oi. - eu disse, tímida.

Ele jogou a mochila sobre seu ombro e ao invés de devolver o cumprimento, respondeu, me pegando de surpresa novamente naquele dia:

- Como está sua bochecha?

- Ahn, melhor. Só havia sido um tapa.

Sua expressão nunca demonstrava nenhuma emoção, mas naquele momento... a preocupação em seus olhos...seu rosto estava tão expressivo que era difícil de acreditar que era o Wolfhard à minha frente.

- Certeza? - ele pergunta.

- Tenho. - assegurei.

- Então, vamos?

- Vire na página 247. Os dois textos vão te ajudar a responder as questões 6 e 7. - digo, lhe entregando o livro de sociologia.

- Ok. - respondeu, concentrado.

Era incrível o quão ele estava melhorando nos estudos - apesar de continuar atrapalhando a maioria das aulas junto com seus amigos -, na verdade, em minha opinião é por causa deles que ele não se importa em estudar.

Hoje, o Wolfhard parecia estar um pouco mais calmo. Ao contrário dos outros dias em que ele vivia de cara fechada e de muito mau-humor. Claro, ele não estava sorrindo o tempo inteiro, mas só de estar sem dizer absolutamente nenhuma besteira já é um bom - ótimo - começo.

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