23. Corredor, 9h35

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Assim que cheguei em casa, subi até meu quarto em busca do meu celular. Minha mãe ainda não havia chegado, o que me deixou aliviada. Provavelmente daqui alguns minutos, ela já estaria aqui.

Demorei a encontrar o aparelho por culpa da pressa de sair de casa três horas atrás. Estava tão desesperada que coloquei ele em algum lugar enquanto vestia a blusa de frio sem perceber onde havia o deixado.

O encontrei sobre a estante, atrás da TV. Como ele foi parar ali? Não faço a mínima ideia e isso não tinha a menor importância para mim naquele momento.

Adicionei o último número que me ligou aos meus contatos e enviei uma mensagem pelo WhatsApp:

Oi, Finn. Por favor, me liga assim que ler isso.

Coloquei o celular sobre meu criado-mudo e comecei a recolher todo o meu material que havia largado sobre a minha escrivaninha antes de sair.

Assim que fechei minha mochila, me assustei assim que vi um vulto perto da porta pelo canto do olho.

- Ai, mãe! Você me assustou. - exclamei, levando minha mão ao peito quando me virei assustada, encontrando Dona Winona ali.

(N/A: KKKK, QUEM NUNCA?)

- Desculpe. - ela abriu um sorriso sem-graça. - Já terminou de estudar, querida?

- Sim, quer ajuda com o jantar?

Me perguntava quando que eu iria parar de mentir por causa de Finn mas sentia que era necessário. Eu não poderia dizer simplesmente para minha mãe o que houve hoje.

Mas sabia que tinha que parar com as mentiras. Ou aquilo poderia acabar se virando contra mim uma hora ou outra a qualquer momento.

- Quero, passei no mercado e comprei carne assada. Assim que terminar aí, desça.

- Okay, já estou indo. - sorri para ela que se virou para descer ao primeiro andar novamente. Deixei minha mochila sobre a cadeira do computador e peguei meu celular para checar se havia alguma mensagem.

Nada.

Suspirei, preocupada e aumentei o som do toque da ligação no máximo para que eu conseguisse ouvi-lo quando Finn ligasse.

O deixei no quarto e desci as escadas. Encontrei minha mãe retirando as compras de dentro das sacolas do super-mercado e os guardando dentro do armário. Preparei o arroz enquanto mamãe terminava o purê de batata.

Já eram 19h15 quando terminamos. Meu pai chegou instantes depois e subiu para retirar o uniforme de policial e tomar um banho rápido enquanto colocavamos nossos pratos.

- Oi filha, como foi a escola? - perguntou ele, assim que entrou na cozinha e beijou minha testa antes de pegar seu prato no armário e ir até o fogão.

- Bem... e o trabalho? - respondi, espetando a carne em meu prato.

- Difícil, uma mulher chegou na delegacia para fazer uma denúncia contra o marido, mas o covarde fugiu. Estamos procurando-o por toda cidade. - comentou.

- Vão achá-lo. - prometeu minha mãe, pegando sua mão sobre a mesa assim que ele se sentou ao seu lado. Eles trocaram um sorriso quando ele devolveu o olhar.

E eu os copiei, achando a cena fofa.

Após o jantar, subi para meu quarto novamente. Chequei novamente minhas notificações mas não havia nenhuma ligação perdida.

Talvez ele ainda estivesse dormindo. Talvez Megan tivesse convencido o pai de Finn de deixá-lo dormir em paz e não atormentá-lo outra vez hoje.

Sim. Tinha que ser isso...

You Belong With MeOnde histórias criam vida. Descubra agora