Fomos de ônibus até o hospital. Noah se manteve calado todo o percurso.
Assim que chegamos, os pais de Noah já estavam no quarto.
Resolvemos então esperar, já que eram liberadas, no máximo, duas pessoas a entrar no quarto por vez. A recepção continha algumas poltronas, um amplo sofá do lado oposto ao balcão de atendimento. Ao lado do balcão, havia algumas cadeiras, onde várias pessoas que aguardavam estavam sentadas e outras encostadas na parede, ao lado das portas de algumas salas de enxame e consulta. Ao contrário do primeiro dia em que eu acompanhei Noah, hoje o hospital estava cheio.
Noah sentou-se em uma das duas cadeiras azuis que estavam encostadas na parede com duas salas de cada lado e eu fui até o bebedouro que jazia quase ao lado do balcão.
Peguei dois copos descartáveis do tubo que ficava ao lado do bebedouro e após pegar água para meu melhor amigo e para mim, sento-me ao seu lado.
Lhe entreguei um dos copos e indireitei meu corpo sobre o assento, olhando para a TV da recepção, mesmo que eu soubesse que minha preocupação não me deixaria prestar atenção no que estava passando.
- Obrigado, Millie. - sussurrou ele, abrindo um sorriso triste.
- Está um pouco melhor? - não pude deixar de perguntar. Era uma pergunta idiota, eu sabia. Mas eu tinha que ouvir Noah dizer que estava bem. Ele estava mal. Eu sabia disso. Mas eu não aguentava vê-lo assim.
- Eu vou ficar. - assegurou-me.
Assenti, pegando sua mão que jazia sobre seu joelho. A apertei gentilmente e devolvi o sorriso.
Ficamos ali durante alguns minutos esperando. Até que Noah se levantou da cadeira em um pulo quando um casal apareceu no fim do corredor.
- Mãe... - ele sussurrou.
A mulher de cabelos longos e castanhos, idênticos aos de Noah, parecia ainda mais abalada do que, provavelmente, o pai. E eu deduzi que a avó de Noah é materna.
Observei os três se abraçando e sorri timidamente. Aquilo me fez trazer meus pais à minha mente. A união entre eles. Por algum motivo eu me comovi, porque Finn me fez perceber que infelizmente não é toda família que tem isso. Apesar de eu não saber o motivo da família dele não ter.
Quando eles se afastaram, o pai de Noah me fitou.
Ele não pareceu confuso por perceber que eu estava com Noah e eu deduzi que eles já deviam saber que éramos amigos.
- Você deve ser a Millie, prazer. Eu sou Mitchell, pai de Noah. E esta é Karine, minha esposa. - demos um aperto de mão e eu sorri educadamente.
- Prazer.
- Muito obrigada por ter vindo com meu filho. - Karine agradeceu, em um tom simpático.
Noah perguntou algumas coisas sobre sua avó aos pais antes de entrarmos no quarto.
Ele se sentou ao lado de sua avó como da última vez e eu me sentei ao seu lado. Noh voltou a chorar. Disse Oi à ela, apesar da velha senhora estar dormindo. E disse que sentia muito por vê-la naquele estado. Ele colocou sua mão direita sobre a dela enquanto falava de algumas lembranças de quando ele era pequeno e ela cuidava dele.
- A senhora lembra... quando eu lhe pedi para preparar aquele bolo que só a senhora sabe fazer? - perguntou ele, sua voz saia baixa e em um tom inseguro. Quando uma lágrima escorreu de seu rosto, apertei sua mão esquerda. Ele soluçou antes de continuar. - Eu tinha cinco anos. Eu adorava aquele bolo. A senhora sempre o fazia quando eu a visitava. Sempre gostou de cozinhar. Abria um sorriso enorme enquanto o preparava. Parecia a mulher mais feliz do mundo... - ele fez uma pausa, fechando os olhos por um momento. Quando voltou a abri-los, mais lágrimas caíram. - Eu daria tudo para vê-la assim outra vez.
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You Belong With Me
Genç Kurgu[TERMINADA] Millie é uma garota estudiosa, fechada e tímida; aquele tipo de garota que fica em casa estudando ao invés de ir para festas como qualquer outra adolescente. Millie é aquele tipo de garota que outros a classificam como nerd. Finn é um g...