You Belong With Me

25. Uma coisa só nossa

- Você o quê?! - Exclamei, quase engasgando com o brigadeiro.

Nunca poderia imaginar que Noah estava nutrindo sentimentos por Sink. Ela era a garota do grupo revoltado que não gostava de chamar a atenção, diferentemente da Apatow, que faria qualquer coisa para ter cinco segundos de fama. Nos momentos em que eu prestava atenção na garota ruiva, ela estava perto do McLaughlin ou escutando rock com seus fones de ouvido. Sempre imaginei que eles estavam apenas "ficando", já que isso era o que Finn mais fazia e aposto que Matarazzo não era diferente. Não que eu esteja julgando, apenas pensei que relacionamentos fossem algo que nenhum deles quisesse agora.

Mas agora, depois de tudo que Noh me contou, parecia que tudo estava se encaixando, como em um quebra-cabeça. Os olhares direcionados a ela. Os sorrisos sem um motivo aparente. Os momentos em que Noah se despedia na sala de aula, como se estivesse com pressa de ir embora, mesmo que fôssemos embora juntos.

Era completamente impossível de eu conseguir perceber qualquer coisa. Sink nunca foi de chamar a atenção, muito pelo contrário, ela odeia. Ao contrário da Apatow. Quando a ruiva não está perto do McLaughlin, está ouvindo rock em seus fones de ouvido.

Entretanto, não havia passado pela minha cabeça que ela e McLaughlin estavam juntos. Sempre pensei que eles estavam "ficando" ou algo do tipo. Não que eu esteja julgando, porém, assim como Finn e Matarazzo, achei que eles não quisessem saber de relacionamentos agora.

- Foi meu primeiro beijo, Millie. - Defendeu ele.

Sua resposta não me surpreendeu tanto. Aos dezesseis anos, dificilmente há garotas BVs e inexperientes, no sexo masculino, esse número é super pequeno. Porém, Noah é super quieto, ama cálculos e jogar videogame. Garotas estão longe de ser sua maior preocupação. Tenho dificuldade quando paro para pensar que dias atrás, Finn e eu éramos... Aliás, somos como cão e gato. Quando se encontram de súbito, logo, não se dão nada bem, entretanto, se ambos compartilharem do mesmo lar durante determinado tempo, podem conviver naturalmente.

- É mesmo? - Perguntei, em um tom o mais delicado possível.

Noah sorriu, desviando os olhos para a panela, ainda pela metade de brigadeiro, como se estivesse se lembrando de algo. Sabe aquele sorriso apaixonado que entrega a pessoa que está gostando de alguém? Acabou de acontecer.

- Sim. - Assentiu. E, de repente, o sorriso se apagou de seus lábios, dando lugar a uma angústia. - Mas eu... Não sei o que fazer, entende? Céus... Eu... - Ele se interrompeu, engolindo em seco antes de continuar. - Eu literalmente devo ter jogado um peso sobre ela por causa dele... Não era para ter acontecido assim, Millie...não desse jeito.

Eu não conseguia fitar o desespero em suas orbes verdes. Noah estava carregando um enorme fardo sozinho e não conseguia se dar conta disso. Estava preocupado de como ela reagiria, o que lhe diria e com o que aconteceria caso McLaughlin descobrisse o que aconteceu.

Deixei minha colher sobre a mesa, esticando o braço para que eu pudesse segurar sua mão, que jazia sobre a mesa há alguns minutos, o que indicava que ele havia enjoado do brigadeiro há algum tempo.

- Escute, pelo o que vejo, você gosta de verdade dela - Não pude deixar de notar o brilho nos olhos de Noah assim que disse isso. -, então, se Sink retribuir, vai estar tudo bem. Eu...nem sabia que ela estava com o McLaughlin. Quanto ao beijo... se for recíproco, ela saberá lidar com tudo isso. Noh, você fez o que sentiu vontade, porque você gosta dela e ponto. Não tem porquê sentir-se culpado por isso.

Meu melhor amigo assentiu antes de levantar-se e me abraçar com certa dificuldade devido a mesa entre nós. Foi então que eu percebi que havia tirado um enorme peso de si.