XIV - Revelações

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                                    Gustavo

       Chego em casa, ponho as compras em cima da mesa e subo direto para meu quarto tomar um banho, já que também sou filho de Deus e mereço  um banho quente para relaxar meu corpo e mente.

       Entro debaixo da água quente e posso sentir meus músculos relaxando, trazendo uma certa leveza ao meu corpo. Nesse instante meu pensamento vai para um moreno muito lindo e ganho uma enorme ereção, sorrio, pois a muito tempo não sei o que é sentir tesão por alguém palpável.

       Passo o sabonete líquido em minhas mãos e levo até meu membro muito duro fazendo um leve vai e vem, sentindo todas as sensações possíveis. Fecho meus olhos e foco em nosso beijo, o que me faz soltar um gemido baixo e aumentar consideralmente os movimentos da minha mão, imagino as mãos de Marcelo em mim, e sei que estou próximo de ter o maior orgasmo da minha vida até o momento, sinto quando jatos fortes batem na parede e me recosto quando minhas pernas bambeiam, solto uma risada euforica me sentindo vivo. Volto a me ensaboar e assim que estou totalmente limpo saio e me enxugo colocando apenas uma calça de moletom e uma camiseta.
      
       Desço descalço mesmo e vou até a cozinha preparar o bendito jantar congelado, coloco o vinho para dar uma leve refrigerada, e retiro as lazanhas das caixinhas, as colocando em um refratário e levo ao forno. Ponho dois lugares à mesa e enquanto espero o preparo, fico ansioso aguardando a chegada da minha mãe, mas quando olho para o relógio vejo que faltam mais de meia hora para o horário marcado.

       Me deito no sofá da sala e me vejo olhando para a tela do meu celular, e percebo que se Marcelo também tivesse um, poderia estar falando com ele agora. Penso um pouco mais e resolvo que amanhã, antes de ir para o hospital vou resolver este problema.

       Alguns minutos depois vejo o forno apitar ao mesmo tempo que a campainha toca, como o forno tem timer, decido por abrir a porta primeiro, já que o forno desliga sozinho. Caminho até a porta em muita vontade e a abro dando passagem para minha mãe, que está com um sorriso quase rasgando seu rosto.

       — Oi filho, como você está? — Ela faz a pergunta e a alegria é evidente em sua voz.

       — Estou bem, vamos jantar e durante ele nós conversamos, pode ser? — Pergunto e ela indo a que tudo bem.

       Mostro o caminho que é bem conhecido por ela e seguimos juntos e em silêncio até a cozinha. Nos servimos e comemos ainda em silêncio, mas era até um silêncio confortável, até ela abrir a boca.

       — Filho o que você quer conversar comigo? Se for sobre a Nata... — Eu a interrompo levantando minha mão e ela para no mesmo instante ela pára.

       — Mãe, não é sobre essa mulher que quero conversar, aliás não há nada que eu queira mais na minha vida que estar bem longe dela. — Termino de falar e ela me olha espantada.

       — Se não é sobre ela, posso saber do que se trata essa conversa? — Ela pergunta meio confusa e como não tem jeito melhor que ser direto é o que faço.

       — Eu não sei como começar, então vou direto ao ponto, quero que me ouça até o final e só depois você pode fazer suas perguntas e eu responderei a todas. Tudo bem assim? — Pergunto e ela apesar de nitidamente muito confusa,  responde que sim.

       —  Então mãe, estou namorado, mas não é um namoro muito convencional, e eu espero que você, assim como o papai respeitem minha decisão. — Falei, respirei fundo e continuei... Você se lembra daquele meu paciente que o papai comentou com você, aquele que ficou em coma por cinco anos?  — Faço a pergunta e ela sinaliza que sim.

Entre o Passado e o Presente ( história LGBT ) Onde histórias criam vida. Descubra agora