Entre o Passado e o Presente ( história LGBT )

XXX- Batendo de frente

                                        Carlos

       Minha vida de tornou um inferno nesse último mês, saber que aquele idiota acordou me deixou em alerta total. Eu não fiz nada diretamente para ele, mas estou encobrindo quem fez.

       Eu não escolhi ser policial,
me foi imposto pelo meu pai. No começo eu achei que poderia ser um dos bons, já que tenho dentro da minha casa um dos bons, um exemplo de retidão, porém sou fraco e louco demais por dinheiro para deixar passar as oportunidades e quando houve aquele incidente cinco anos atrás e eu presenciei, por estar na hora e no lugar errado, fui ameaçado. Mas logo nem seguida foi me proposto algo que eu não poderia recusar, meu silêncio por muito dinheiro. Vi ali uma oportunidade, como eu estava enganado!

       O cara descobriu muito rápido quem eu de fato era e aí minha vida acabou. Encobrir seus rastros de merda se tornou minha missão de vida, segundo ele.

       Senti um alívio tão grande quando aquele garoto disse que não se lembrava de nada, achei que ali morreria aquela história, como fui idiota! Mal sabia eu que meus problemas do estariam começando, porque agora eu estou muito fodido.

       Eles estão preparando o sequestro do tal ex morto. Uma merda! O cara pode ter o homem que quiser aos seus pés, tem o Pedro que é uma delicinha, mas não, ele quer quem não quer ele, e agora ele quer que eu arrume uma forma de entrar naquela casa e tire o garoto de lá, mas como? Aquele lugar está parecendo uma fortaleza esses dias, parece que estão guardando algo muito precioso, bem quando ele sai para o hospital estão suavizando.

       Eu realmente não quero fazer isso com esse garoto imbecil, mas fazer o que se tenho minha vida mas mãos daquele cretino, e tem muita coisa envolvida e eu tenho muito a perder.

       Sinto o telefone vibrar em meu bolso, respiro fundo e gostaria de poder não atender, mas sabendo quem é eu preciso.

       — Alô! — Atendo sem a mínima vontade e ouço a respiração pesada do outro lado.

       — Carlos, já está tudo arrumado para daqui a pouco, então se prepare para pegar minha encomenda. — Ele fala e isso me causa embrulho no estômago por saber que este talvez seja o fim da linha para mim.

       — Ok! — Respondo seco e desligo o telefone dando um longo suspiro.

       Merda! — Falo alto esquecendo por um instante onde estou.

                                         Marcus

       Hoje faz três dias que Gustavo teve um problema no hospital e foi obrigado a se impor, então fazem dois dias hoje que estamos de tocaia em cada canto que sabemos que eles estão. Meus homens estão de prontidão para o que seja que esteve por vir, porque depois do que aconteceu, temos certeza que eles vão atacar com força total.

       Aquele canalha está quieto há muitas semanas e isso por si só já faz meu alarme ficar em alerta total.

       No dia em que a Vânia contou tudo a Hector e depois veio se abrigar em minha casa, tivemos uma reunião e ver a foto nas mãos dela de quem era eu não conseguia acreditar, aquele imbecil era de confiança, ou assim nós pensamos. Patrício quase teve um infarto e Hector estava furioso, afinal o cara entrava e saia de ambas as casas, ele foi cruel, realmente sem escrúpulos e por isso topei entrar nessa.

       Hector já salvou minha pele mais vezes que posso contar, além do cara ser meu amigo, mas olhar o sofrimento que aqueles covardes causaram a Vânia encheu meu coração de fúria, quem em sã consciência machuca uma criança, principalmente ela sendo sua filha? É inaceitável o que eles estão fazendo e tudo que eu puder fazer para ajudá-los eu vou.