Amy

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''Angels lie to keep control (...)' My love was punished long ago.. '' Snuff – Slipknot.

Xxx

Assim que chegamos, dei-me conta de que havia esquecido completamente do jantar com Archie. Eu nem sequer tinha o número dele para desmarcarmos. Amy ficou a vontade em minha companhia, rapidamente, ela me ajudou a preparar um macarrão com atum. Ela era muito linda, pequena demais para a idade, quem a visse pela primeira vez, diria que ela estava na casa dos três anos de idade. Eu sorria toda vez que ela aspirava o cheiro do nosso jantar – antes para dois. –, dizendo com gracejo que o cheiro estava muito bom.

Archie havia chegado mais cedo, trazendo consigo uma garrafa de espumante. Minhas mãos cheiravam a cebola, eu precisava tomar um banho hiper-rápido. Depois de explicar toda a história de Amy, sai deixando-a em sua companhia. Não demorei muito no banho, foi mais para tirar o estresse que o dia havia depositado em meu corpo. Quando retomei a sala, encontrei Amy sozinha. Ela sorria vendo desenhos aleatórios na TV. Seus olhinhos me fitaram, e seu sorriso cresceu mais ainda.

– Ei, Amy!

– Ei, Cheryl! – ela virou o corpo, perdendo o interesse nos desenhos.

– Onde está Archie? – caminhei até ela, sentando na beiradinha do sofá.

– Ele saiu, disse que.. – parou de falar, fazendo uma cara de alguém que voltava no tempo. – Ah! Ele disse que te ligaria. – Eu estranhei. Archie jamais teria tal comportamento sem mais nem menos. Cheguei às pernas de Amy para o lado, e afundei o meu corpo no sofá, Archie se foi, levando com ele minha euforia. – Não esquente! Ele era um tremendo idiota tia Cheryl. – Amy brincava com as pontas dos meus dedos. Surpreendi-me com a sua pronúncia, nada adequada para crianças de sua idade.

– Querida, não é educado chamar outras pessoas de ''idiota.''

– Nããão? – seus olhinhos apertaram, e ela fez uma careta.

– Não! Isso é muito feio. – eu disse, endurecida. Amy bocejou.

– Eu estou com sono! Quero dormir. – Num pulo, levantou-se do sofá, a espera de uma reação minha. Levei-a até um dos quartos de hóspedes e, preparei uma cama confortável, para que ela pudesse dormir aquecida, já que a noite estava gélida.

– Está quentinho aí? – eu quis saber, mesmo já tendo uma certeza em mente.

– Muito! Obrigada, tia Cheryl. – ela uniu as mãos, e deitou o rosto por cima. Eu teria que repreendê-la, pois não era a sua tia. Não queria ser. Por mais que ela fosse a criaturinha mais fofa do mundo.

– Amy, eu.. – era mais fácil abandonar certas formalidades, do que ter de explicá-las a uma criança de cinco anos.

– Eu estou feliz por estar aqui, e obrigada por essa cama quentinha, tia. – ela foi tão sincera, que me desarmou, completamente.

– Não agradeça Amy. Tudo bem! É legal tê-la aqui. – cobri seu corpo, até que seus braços desaparecessem. Em um ato instintivo, avancei pronta para dar um beijo de boa noite em sua testa, Amy mudou a fisionomia simplória, e esbugalhou os olhos, assustada. – Ei. – eu a acalmei, tocando seus cabelos. – Tudo bem?

– Você poderia ir agora? Estou com sono! – sua voz ganhou vivacidade.

– Oh sim. – me afastei. – Durma bem, pequena Amy.

– Você também, grande Cheryl.

Nós duas sorrimos, esquecendo a intensidade minutos atrás.

Too CloseOnde histórias criam vida. Descubra agora