Estou aqui.

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''They didn't have you where I come from, never knew the best was yet to come. Life began when I saw your face, and I hear your laugh like a serenade. How long do you wantto be loved? Is forever enough, is forever enough, how long do you want to be loved? Isforever enough, cause I'm never, never giving you up.''
Lullaby – Dixie Chicks.

Xxx

Toni ainda permanecia com meu rosto entre as mãos. Nossos olhares dançavam juntos. O seu ''eu te amo'' ecoava em minha cabeça, eu ainda saboreava aquelas palavras como se elas viessem de forma espontânea. Ela sorriu, e beijou minha testa. Aquele beijo não era tão grandioso, mas me deixou em paz. Era um começo. Em um meio sorriso, me afastei, tirando os saltos, fiz o mesmo gesto com os brincos, e o restante de minhas roupas. Terminei de tirar o vestido dentro do closet. Eu estava barriguda, e não queria assustá-la. Espionei-a por uma brechinha, ela ainda estava lá. Olhava tudo, ora com delicadeza, capturando os mínimos detalhes, ora por curiosidade. Toni parecia uma criança, mexendo nas coisas que não lhe pertenciam. Coloquei um pijama largo, confortável, e retornei ao quarto.

– Você não precisa ficar, Toni. – Deitei depressa, na cama. Estava levemente enjoada.

– Enjoada?

Uma fagulha de otimismo iluminou meu coração. O rosto de Toni estava impassível, ela não pretendia sair de meus aposentos naquele instante. Amuada, sentou-se nos pés da cama.

– É evidente? – perguntei, envergonhada. Toni estava deixando-me estranhamente tímida.

Antes de responder, ela sorriu, jogando a cabeça para trás. Eu amava aquela forma de sorrir. Era tão verdadeira, embora, sátira.

– Sei exatamente como se sente, Cheryl. – relatou. – Você precisa tomar um pouco de leite.

Não beberia leite puro. Não conseguiria ir tão longe. Seu olhar me deixou apressada em responder, mas minha mãe entrou no quarto, e quase se desculpou.

– Você está bem, Cheryl?

– Eu estou..

– Enjoada! – Toni disse. – Fique ai, irei conseguir um copo de leite.

– Água seria melhor, querida.

Ela parou, olhando minha mãe.

Cheryl não é fã de leite puro. – como se precisasse ter certeza, Toni me olhou. Sorri, amarelo.

– Água então. – concluiu, e saiu.

– Mamãe! – cobri o rosto todo.

– Não queria interrompê-las. Você está enjoada? – ela puxou o cobertor, olhando em meu rosto. Respondi com a cabeça. – Sinto muito, logo passará.

– Espero. – olhei a entrada da porta, queria que Toni voltasse logo. – E as crianças?

– Amy está tomando banho. Norman levou Fred, pensou em despedir-se, mas não queria incomodá-la. – Não fazia questão mesmo, então sorri por dentro. – Max está dormindo no antigo quarto que ele ocupou quando esteve aqui.

Too CloseOnde histórias criam vida. Descubra agora