Novas amizades, novas descobertas.

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''Angel child 
When you find out
When you find out who you are you know you'll be free 
To see your own ability.'' Angel Child – Oasis

Xxx

– O que você está fazendo em meu apartamento? – perguntei, antes de expulsá-la dali o mais rápido possível. Toni enfiou a mão no bolso da calça, e esticou o meu celular na minha direção.

– Você o deixou cair, quando saiu do supermercado parecendo o demônio quando foge da cruz. – ela deu meio passo, chegando perto de onde eu estava. – Tome! – colocou o aparelho em minhas mãos. Nossos dedos se tocaram, os dela estavam frios, e os meus quentes. Seus olhos espontaneamente perfuraram os meus. Minha fala se perdeu em meio àquela troca de olhares, era como se palavras fossem exclusas no momento. Ela piscou os olhos, e eu voltei à realidade.

– Obrigada.. – minha voz saiu baixa, trêmula. Por uma fração de segundos, não estapeei minha cabeça para que eu deixasse de ser tola. – Como.. – o modo como ela arqueou a sobrancelha, me fez travar a boca, e cerrar os olhos. Eu estava sob os domínios de sua presença. As palavras não pareciam adequadas a uma honesta tentativa de questionamento, mas, eu teria que manter a calma. – Como você encontrou meu endereço?

– Você não irá ficar brava igual um touro e querer me matar... Vai?

– Eu teria que fazer um demasiado esforço. – respondi, entre rabujo. Ela pressionou os lábios, num sorriso trapaceiro.

– Você sabia que existe um método de segurança que exige uma senha..

– Toni, seja breve. – dispensei aquela explicação não requisitada.

– Como você não usa uma senha para desbloquear seu aparelho, – apontou para minhas mãos, e eu olhei o celular, como se fosse preciso para entendê-la, logo nossos olhares ficaram presos uns aos outros. –, não tive dificuldade em ler suas mensagens, e em uma delas, encontrei seu endereço. – sua explicação terminou, ela ajeitou os óculos com a ponta do dedo, e jogou os cabelos para trás. Encarei-a. – Não se preocupe, kid, não passei suas fotos.. – olhou Amy que, acompanhava nosso diálogo, inocentemente. Após, olhou-me outra vez. – N-u-a-s – soletrou de forma ágil. – via bluetooth.

– Você se acha o máximo da perspicácia, não é? – É claro que ela estava testando meus limites. Eu mal tinha tempo para tirar fotos comuns, quem dirá fotos nuas. Abaixei-me para recolher as almofadas que Amy supostamente espalhou.

– Você me acha o máximo dela?

– Olha Toni, eu agradeço pelo seu favor, agora se não se importa.. – apontei a porta aberta. – Você é uma mulher ocupada, cheia dos negócios, suponho que está perdendo seu tempo aqui.

– Puta merda, Cheryl!

– Linguagem! – reprovei-a.

– Ela não vai dizer essas palavras feias, não é formiguinha? – ela disse, olhando Amy.

– Não! – Amy comentou.

– Muito bem. – Toni grudou seus olhos em meu rosto, e voltou a falar. – Você deveria ser menos precoce. Eu te fiz um favor, era só agradecer, me expulsar. Tanto faz, cacete. Agora usar a ironia para lembrar-me de quem eu sou, é completamente idiota. Isso te faz sentir-se melhor do que eu?

A mesma tensão anterior voltou a prevalecer. Senti minha boca secar.

– Por favor, não seja-

Too CloseOnde histórias criam vida. Descubra agora