Max.

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''There is one thing I am sure of, I will love her forever, for I know love will never die.
Every little thing she does, she does for me.
And you know the things she does, she does for me.'' Every Little Thing – The Beatles


Xxx

Sentando ao meu lado, Toni ajeitou o menino no colo. Eu ainda olhava para frente, encarando a fachada de um prédio.

– Cheryl. – ela chamou-me. Eu não tive outra opção a não ser olhar para ela. Meus olhos caíram até o rosto do menininho. E olhando-o de perto, ele era tão mais bonito. Os olhos eram verdes. Ele me olhou e piscou os longos cílios pretinhos. As bochechas eram gordinhas, o nariz pequenino, e a boca vermelhinha. Sua pele era um pouco mais clara que a de Toni. O que me chamou atenção foi o fato de ele também usar óculos. A expressão solene daquele pequeno ser, aos poucos acalmou o vendaval que se formou dentro de mim. – Esse é Max. – ela o apresentou, e Max a olhou. – Max Liam Topaz. – eu nunca ouvi tanta firmeza na voz dela antes.

– Ele é.. – suguei o ar, e prossegui. – Seu filho?

– Sim, Max é meu filho. – ela o colocou sentado entre nós. Sua mão pairou sobre meu ombro. Eu quase fui ao chão. Senti tudo rodar, aquilo sem dúvidas era surpreendente pra caralho.

– Então ele é seu filho com Kate? – mesmo chocada, consegui perguntar.

– Max é meu filho. – com o dedo, puxou meu rosto. – Kate era a minha melhor amiga, e madrinha dele. – baixei o olhar, encarando a cabeleira castanha do filho dela. – Eu sei que você está trabalhando essas informações. Espero que não se sinta incomodada com esse detalhe – apontou para a cabeça do menino –, ele é tudo o que eu mais prezo em minha vida.

– Eu estou tão confusa. – Fiquei de pé. – Preciso de alguns segundos.

– Claro.. – ela esmagou os lábios, inconformada.

Dei volta na praça, devagar. A cada árvore que eu ultrapassava, era como se fosse o fim da linha. Em uma olhada para trás, vi Toni de cabeça baixa, conversando com o menino, e sorrindo. Sentei em um banco mais afastado. Havia pombos ciscando o chão, concentrei meu olhar neles. O menino era filho de Toni. Não de Toni e Kate. Mas lembro-me dela dizendo que não suportava crianças. Merda! Ela era tão impostora. Aquela criança era um dos muitos segredos de Toni. Bati o pé no chão, espantando os pombos. De tanto pensar, voltei até os dois.

Toni me olhava curiosa. Chateada, por eu ter agido de tal maneira. O que ela queria? Que eu pulasse de felicidade ao vê-la carregar uma criança no colo? Esperava tudo, menos aquilo.

– Quantos anos Max têm?

– Cinco! – o próprio respondeu. Sua voz era tão fininha, graciosa. Ele ergueu o queixo e me olhou, da mesma forma que a mãe dele fazia. Aquele pingo de gente tinha o semblante intelectual.

Eu sorri, assim como Toni.

– É uma idade legal, Max. – eu estava insegura para dialogar com ele, mas arrisquei. – Seu urso é muito bonito. Como ele se chama?

– Urso! – disse, escondendo-o de mim. Ele com certeza deve ter imaginado, que eu o tomaria de suas mãos.

– É melhor que você se afaste do Urso, Cheryl. – Toni usou um tom ameaçador, porém, teatral.

Ergui as mãos, entortando os lábios.

– Desculpe-me se agi mal, mas eu estou bem surpresa.

Too CloseOnde histórias criam vida. Descubra agora