Entramos dentro da divisão e enquanto ele se sentava no sofá,fui fazer chá.
Assim que acabei, levei-o para a sala e desta vez sentei-me ao pé dele.
-Eren estás melhor?
-Sim, obrigada pela sua preocupação Sensei.
Depois disso fez-se um grande silêncio. Comecei a ficar nervoso. Estar ali com ele naquele lugar cheio de móveis, camas...
O que raio estava eu a pensar?
-Eren acreditas na vida após a morte?
Aquilo apanhou-me despercebido.
-Não muito-disse.
-E reencarnação?
-Não sei. Sensei, onde quer chegar com estas perguntas?
Sensei olhou-me nos olhos e disse:
-Quem me dera que não fosse assim. Queria que nada daquilo tivesse acontecido.
Ele parecia muito triste. Assim que ele estalou os dedos eu caí num sono.
Quando abri os olhos eu estava de volta àquele relevado. Tudo era igual. Estava na esperança de encontrar aquela pessoa, mas ela não apareceu.
Em vez dele, vi uma silhueta de uma pessoa menor que eu aproximar-se.
Vagueava sem rumo, arrastando as pernas. Parecia que tinha o peso do mundo às costas.
Aquela pessoa vinha em minha direcção. Eu estava com medo, mas ao lembrar-me de que eu era apenas um fantasma não me movi.
Ela foi-se aproximando mais e mais, mas eu não conseguia ver o seu rosto.
Eu senti o seu olhar sobre mim, o que era estranho pois eu era apenas um espectro naquele lugar.
Esperei para ver o que acontecia. Ele parou a 2 metros de mim.
-Realmente a vida é cruel-disse com uma voz trémula.
Eu queria falar mas não consegui, algo me impedia de o fazer.
Eu senti que ele me conseguia sentir. Isso arrepiou-me.
Como é que ele conseguia sentir que eu estava ali?
-Mesmo eu estando sofrendo à mais de mil anos, os meus fantasmas ainda me assombram.
-Eles tem razão em fazê-lo. Eu fui um fraco e nem consegui proteger o que era mais importante para mim.
Eu continuei a ouvi-lo falar. A cada palavra dita o meu coração doía mais.
Ele caí à minha frente de joelhos, mas nem assim consegui ver o seu rosto.
-Eu matei a única coisa boa que tinha-disse ele.
Eu sabia que era um homem. Então ele era um assassino, pensei.
Enganei-me. Ele não mataria alguém importante para ele assim do nada. Eu podia sentir isso.
E se for uma metáfora? E se ele teoricamente não matou essa pessoa e ela morreu porque não a conseguiu salvar a tempo?
Várias teorias passaram pela minha mente.
A pergunta mais importante de todas era:
O que isto tudo tinha a ver comigo?
Isso era algo que eu não entendi. E para piorar tudo eu não sabia qual era o papel do Sensei nisto tudo.
Das duas vezes que vim aqui parar ele estava comigo, já para não falar em como eu vim para aqui assim que ele estalou os dedos.
Isso sim era estranho.
Seria ele um hipnotizador?
-Todos diziam que a culpa não era minha, mas como poderia eu não me culpar por não o ter conseguido proteger? Eu tinha lhe prometido que o protegeria nem que eu tivesse que morrer a tentar.
Fui tirado dos meus pensamentos por ele.
Aquele pessoa deve ter sofrido bastante. O que será que tinha acontecido.
Cada vez mais estava curioso para saber a história por detrás dele e do Sensei.
Eu queria tanto ter as respostas que necessito.
Senti uma dor forte no peito e eu soube que era hora de voltar para realidade.
Ao abrir os olhei o Sensei estava ajoelhado à minha frente.
-S...Sen...Sensei-disse.
-Eren, eu...
Ele ia dizer alguma coisa, mas acabou por desmaiar no chão.
-Sensei-gritei.
Ele não acordou. Peguei nele ao colo e levei-o para a minha cama.
Após o acomodar na cama fui buscar um alguidar com água e uma toalha.
Passei a noite cuidando dele. Afinal ele tinha feito o mesmo por mim, tanto de longe como de perto.
Ao ver a face adormecida do Sensei, não resisti e toquei-lhe. Ele pareceu gostar então comecei a fazer-lhe carinho no cabelo.
Ele parecia estar a sonhar. Aproximei-me para vê-lo um pouco mais de perto.
Quando ia afastar-me ele puxou-me e beijou-me.
Espera ele beijou-me.
O Sensei estava naquele momento a beijar-me.
Bloqueei qualquer pensamento que me passasse pela mente e entreguei-me ao beijo.
Ao ver que eu correspondia ele aprofundou o beijo.
Era a primeira vez que eu fazia aquilo. E ainda por cima o meu primeiro beijo estava a ser com ele.
Assim que nos separamos ele largou-me e abriu os olhos.
-Eren eu...
Eu não o deixei continuar. Abaixei-me e juntei novamente os nossos lábios. Eu tinha gostado demasiado daquela experiência e queria repetir.
Afinal sentir a boca do Sensei na minha era a melhor coisa que eu já senti até agora.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sensei
FanfictionA humanidade conseguiu finalmente atingir a paz. Não se sabe realmente como nem porquê. Os livros de história contam uma coisa, mas será verdade? Realmente os Titãs deixaram de existir? A humanidade estava mesmo salva?