A aula correu normal, havia alguma troca de olhares, mas nada demais. Não queríamos que houvesse suspeitas de eu e Sensei termos algo.
A última disciplina do dia seria esgrima. Mal podia esperar para que a aula começa-se.
Finalmente, o toque que simbolizava o inicio da tão esperada aula, fez-se soar.
Eu praticamente corri para a aula. No inicio, todos se admiravam com o meu entusiamo e dedicação, mas após alguns dias acabaram por se habituar.
Assim que vesti o equipamento, o Sensei de Esgrima dividiu-nos e mandou-nos praticar com outro colega.
Tinha-me calhado Armin como parceiro de luta. Armin não era tão bom quanto eu, mas tinha jeito com espadas. Ele é simplesmente um génio andante.
A cada ataque que efetuava contra Armin, comecei a ter imagens de outra pessoa a segurar uma espada, diferente das usadas na aula.
Ao contrário de mim, usava o uniforme da Tropa de Exploração. Pisquei várias vezes, mas não via nada além dessa pessoa.
Quanto mais atacava mais vislumbrava. Não podia ser.
Eu negava-me a acreditar que a pessoa que segurava uma espada igual às usadas pelos membros da Tropa de Exploração, era eu.
Uma voz começou a aparecer na minha cabeça.
-Como pudeste deixá-lo neste estado?-perguntou a voz.
-Não sei do que falas- respondi mentalmente, contra tacando Armin.
A voz riu-se sinistramente.
-Tenta lembrar-te Eren, de como as tuas escolhas magoaram severamente o coração do Capitão.
-Que Capitão? Não me lembro de ter feito algo assim nem conheço nenhum Capitão.
Quando ia atacar novamente Armin, a minha mão trava e começa a tremer, de seguida todo o meu corpo fica congelado.
-O que se está a passar? Por que é que o meu corpo não se mexe?-disse.
-Ninguém te consegue ouvir Eren.
-Quem és tu?-perguntei.
-Ora, ora, ora já nem conheces a tua própria voz.
Não podia ser. Não era possível.
-Não negas tanto a minha existência, querido eu.
Eu tremia como varas verdes. A minha voz era muito sinistra.
Novamente, as imagens que via antes voltaram. Desta vez, era eu a lutar contra Titãs.
Impossível.
- És tu que estás a implantar estas memórias no meu cérebro não é?
Ele riu-se, outra vez.
-De que te ris?
-Eren, essas memórias são tuas, não são de mais ninguém, muito menos ilusões.
-Impossível, nesta era não existem Titãs ou Tropa de Exploração.
-Não me faças rir, Eren-a voz elevou a seu tom.
Com o aumento da sua voz mais e mais imagens vinham.
-Lembra-te de como fizeste com que o nosso querido Capitão sofresse. Mesmo agora ele continua a sofrer.
Foi ai que as peças começaram a encaixar.
-Le....vi-disse.
Assim que disse o seu nome, fui teletransportado para dentro do meu passado, no local onde morri.
Eu vi-a aquela cena e não pode acreditar no que tinha feito. Eu era um Titã e sacrifiquei-me para que Levi e o resto da humanidade fossem salvos.
-Vês agora? Entendes agora?
-Eu...Eu...
-Mesmo no presente continuas a ser o mesmo que no passado.
-Mas eu não fiz por mal, aquela era a minha única solução.
-Correto.
-Se és da mesma opinião que eu, porque és assim tão frio?
-Eu não sou frio Eren, eu só me sinto sozinho. Tu ainda tens o teu capitão, mas eu não tenho o meu.
-Como assim?
-Eren, quando eu usei os meus poderes para selar os Titãs e fazer a humanidade reencarnar, todas as almas obtiveram um novo corpo. Eu fui o único que ficou selado no passado.
-Então como é que eu reencarnei?
-Não sei, talvez as minhas emoções fossem fortes demais para ficarem apenas no passado? Talvez algo fez com que nós nos separássemos.
-Então nós...
-Sim, eu sou a tua outra metade, a parte mais sombria do teu ser.
Eu estava chocado com aquela revelação.
-Por isso que és assim.
Ele assentiu. O seu tom de voz tinha acalmado um pouco. A minha outra metade estalou os dedos e voltamos ao presente.
Todo o meu corpo continuava paralisado. A minha voz não saía e eu continuava na mesma.
Surgiram imagens. Desta vez, era sobre eu ter sido levado pelo Levi à cave da escola.
Agora eu entendia o porquê de usarmos as fardas como uniformes. Era para eles agirem e ninguém descobrir que a tropa continuava ativa.
-Eu não deveria lembrar-me de nada-disse após me recordar da reunião em que tinha sido levado.
-Verdade, com o teu despertar, aqueles monstros também acordaram.
-Eu também sou um-disse agarrando o meu corpo, que continuava a tremer sem parar.
-Nós somos diferentes Eren.
-Tens razão.
-Terás de enfrentar aquele desafio mais uma vez.
Assenti.
-Por favor não morras novamente ou faças aquilo outra vez-disse a voz.
-Tentarei-disse.
-Eren, se algo assim acontecer novamente, o nosso Capitão não irá aguentar.
Aquilo me meteu mais medo do que tudo o que tinha visto.
-Eu não irei sozinho-disse.
-Como assim?
Desta vez tinha sido eu a pô-lo confuso.
-Tu disseste que te és assim porque és sozinho, que estás preso no passado e não tens o teu Capitão, correto?
Ele assentiu
-Então junta-te a mim. Vamos ser novamente um e assim poderemos viver aquelas emoções juntos e desfrutar do nosso querido Capitão-disse estendendo a mão.
-Tens a certeza?
-Sim.
Antes de nos fundirmos a voz disse:
-Eren lembra-te que tens exatamente vinte dias para que os Titãs se voltem a erguer, por isso assim que o teu corpo deixar de estar petrificado vais exatamente avisar a Tropa.
-Combinado.
Após abrir os olhos e ver que conseguia comandar o meu corpo, corri o mais rápido que consegui.
-Eren-gritou Armin, mas a única coisa que respondi foi.
-Reunião. Cave.
Estava quase a chegar à cave.Acelerei o passo, no momento em que entrei na primeira porta, apareceram uma escadas.
Eu já nem me importava se as descia todas ou se pulava de duas em duas, o que eu queria era chegar à porta principal.
Finalmente, abri a porta e disse gritando:
-Malta temos problemas.
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Sensei
FanfictionA humanidade conseguiu finalmente atingir a paz. Não se sabe realmente como nem porquê. Os livros de história contam uma coisa, mas será verdade? Realmente os Titãs deixaram de existir? A humanidade estava mesmo salva?