Sensei devia estar quase a chegar. Estava sentado o sofá como se fosse um menino à espera do Pai Natal.
Será que ele realmente vinha?
Será que sim, será que não?
Os meus pensamentos agiam como se eu estivesse a brincar com um malmequer.
Dei um pulo do sofá assim que ouvi a campainha tocar.
Ele tinha chegado. Corri até a porta, recompôs-me e abri-a.
-Entre-disse dando espaço para ele passar.
Ele assentiu. Assim que entrou dirigiu-se até a sala e sentou-se no sofá.
-Eren, se não for muito incomodo podes me trazer...
-Chá-disse.
Ele assentiu um pouco admirado com o que eu tinha falado. Voltei a achar estranho, o facto de eu saber o que o Sensei costuma beber, sendo que é a primeira vez que vem aqui em casa.
Assim que acabei de preparar levei-o para a sala. Mal entrei, vi-o sentado com a perna cruzada e os braços esticados na parte de cima do sofá.
Os meus batimentos cardíacos aumentaram. Era uma boa sensação.
-Até quando vais ficar aí parado a olhar para mim?-perguntou ele.
Eu corei. Estou estranho desde que o Sensei falou comigo na aula de História.
De que forma?
Fico a olhar feito parvo para ele, os nossos olhos não se desviam quando há contacto e sinto-me nervoso ao pé dele e por agora é só.
E se eu...
Tirei rapidamente aquele pensamento da cabeça e sentei-me ao pé dele.
Sensei pegou na caneca e levou-a a boca.
Meu deus, até a maneira de como ele bebe chá é sexy.
É o quê?
Bati com as minhas duas mãos nas bochechas e consegui voltar a raciocinar direito.
-Eren, por onde queres começar a estudar?
-Do inicio-disse inocente.
Ele não ficou surpreso.
-Parece que temos muito trabalho pela frente.
-Sim-disse, abaixando a cabeça para ele não ver que me sentia envergonhado por não saber a matéria.
A mão do Sensei foi até ao meu queixo fazendo com que eu olhá-se para ele.
-Não precisas de ficar assim. Todo temos obstáculos na vida.
-Eu sei, mas... – desviei o olhar e mordi o lábio de forma a controlar a vontade de chorar que tinha naquele momento.
Senti ele se mexer no sofá. Sensei estava a ficar muito perto de mim. A sua mão continuava no mesmo sitio.
Quando seu joelho bateu no meu eu olhei para ele. A sua boca estava um pouco aberta, os olhos estavam entreabertos.
Será que ele...?
Os seus lábios estava quase a tocar nos meus, mas ele desviou a rota e colocou a sua testa no meu ombro direito.
-Tsc-disse ele.
-S... Sensei-tentei falar.
-Por favor, Eren, só um pouco. Deixa-me ficar assim mais um pouco.
Eu não iria dizer que não. Só não queria que ele ouvisse os meus batimentos cardíacos.
O que eu deveria fazer num momentos como este?
Quando dei por mim, os meus braços moveram-se sozinhos e abraçaram o pequeno corpo contra mim.
Não era uma sensação estranha. Parecia que eu já tinha sentido aquele contacto antes.
Sensei estremeceu, logo que sentiu os meus braços ampararem-no contra mim.
Eu senti-me bem.
Talvez tenha gostado de ter-lhe provocado aquilo? Por tê-lo nos meus baços?
Os dois?
Cada vez ficava mais confuso.
-Sensei?-chamei.
Ele ficou na mesma. Voltei a tentar e nada.
Com cuidado desencostei-o do meu ombro e reparei que ele tinha adormecido.
Verifiquei que ele tinha sombras negras debaixo dos seus olhos. Sensei não andava a dormi nada de jeito.
Levantei-me peguei nele ao colo e voltei-me a sentar. Tê-lo ali tão perto fez ficar tão feliz.
Ele ficava tão fofo naquela posição. A minha cabeça começou a doer.
Não consegui entender o que via, era tudo preto ou coberto de névoa.
Rapidamente voltei à realidade.
O que acabou de acontecer?
Apesar de não ter conseguido ver nada, senti bastante dor.
Olhei para o Sensei.
-O que aconteceu na minha vida, para que eu esteja a sofrer estas consequências todas?-sussurrei.
Fiquei mais algum tempo a olhar para o Sensei.
Ele iria ficar com dores no corpo se continuar a dormir ali. Imagino só a cara que ele não iria fazer se acordar-se e ele ainda estiver dormir em cima de mim.
Peguei-o novamente ao colo e levei-o até ao quarto. Deitei-o na minha cama.
E olhem só, ele ficava tão bem nela. Não aguentei ficar em outro lugar, senão ao pé do Sensei, então deite-me ao pé dele.
Mal ele sentiu o meu contacto contra o corpo dele, agarrou-se a mim e acabei por adormecer também.
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Sensei
FanfictionA humanidade conseguiu finalmente atingir a paz. Não se sabe realmente como nem porquê. Os livros de história contam uma coisa, mas será verdade? Realmente os Titãs deixaram de existir? A humanidade estava mesmo salva?