Capítulo - 9

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Eu estava sentada na beirada da cama, olhando para frente com um sorriso bobo enquanto sentia uma alegria contagiante em meu peito que se espalhava por todo o meu corpo. Eu não acredito que aquilo estava realmente acontecendo. Eu fechei os olhos e lembrei de cada detalhe dos lábios da minha vizinha de quarto. A forma como ela me beijou me fez suspirar novamente e eu toquei os meus próprios lábios.

Eu estava processando aquele acontecimento, mas a prova de que havia acontecido eram meus lábios estarem com vestígios de um batom vermelho e também algo que só eu sentia, o gosto dela. Deus, era incrível. Eu queria voltar no tempo e repetir tudo de novo. Eu queria voltar para baixo daquela árvore e beijá-la mais. Mas a chuva aumentou, o vento foi impiedoso quando nos expulsou dali.

Então ao correr, acabamos deixando a chuva nos molhar mais do que normal pois Cheryl quis criar novas memórias. Olhamos para o céu de mãos dadas até que ficamos ensopadas e corremos loucamente de mãos dadas para não cairmos até nossos quartos, e dando um breve beijo, e eu fiquei com medo daquele ser o último enquanto a olhava andar rapidamente até o fim do corredor e me dar uma olhada tímida e apaixonante antes de sumir pela porta.

E ali estava eu, sentada e molhada na cama, pensando no que eu havia feito. Minha mãe iria me matar quando soubesse que eu beijei a ruiva. Mas eu não me importava, valeu cada risco que eu provavelmente ia ter que enfrentar, como ter um coração partida ao vê-la arrependida ou chateada. O que eu faria se ela me tratasse diferente? Mas então, eu lembrei que foi ela que me beijou, foi ela que tomou uma atitude e uniu nossos lábios.

Será que eu tive alguma alucinação pelas faltas dos remédios? Eu me levantei rindo e fui até onde eles estavam, fiquei encarando os frascos. Não, eu não estava louca. Meu olhar subiu para um espelho e minha boca estava borrada com aquele batom e eu dei um sorriso de novo.

Bom, teríamos que descer para ir tomar o café da manhã que ela preparou. Eu não poderia esquecer aquilo, eu deveria me arrumar e descer como faria normalmente, agir naturalmente como se nada tivesse acontecido e ver como ela iria reagir ou me tratar. Eu precisava me proteger de uma possível decepção. Tirei as roupas molhadas, comecei a secar meus cabelos e lembrei de Veronica. Eu queria contar a minha melhor amiga o que havia acontecido mas eu achei melhor controlar essa ansiedade e esperar um pouco.

Veronica saber daquilo poderia prejudicar muitas coisas, sendo desesperada do jeito que ela é, poderia pressionar Cheryl ou tornar a situação esquisita, então achei melhor adiar. Secando os cabelos, eu coloquei uma das minhas bandanas no topo da minha cabeça, disfarçando a bagunça que eu achei que estava, escolhi uma camisa branca de mangas curtas e um macacão jeans básico. Meu coração estava começando a ficar acelerado quando eu percebi que tinha que ia encontrá-la, mas respirando fundo, fui mesmo assim.

Assim que cheguei ao final da escada, senti um cheiro muito bom, percebendo que estava morrendo de fome e ao me aproximar da cozinha, vi que Cheryl estava de costas, olhando para a TV, que passava um desenho do Tom e Jerry, e ela dava uma risadas enquanto Tom acabava machucado por causa do Jerry.

Seus cabelos estavam um pouco úmidos, caindo pelas costas que eram cobertas por uma blusa azul clara de mangas longas e botões e a calça jeans era escura. Ela estava relaxada, usando roupas leves mas compostas por conta do frio e havia dispensado o vermelho. Era diferente, mas eu gostava. Então eu cheguei do seu lado.

— Bu! — Ela sobressaltou e eu dei uma risada.

— TT! — Seu olhar era de advertência, me dando um leve saquinho no braço e eu fingi que doeu, alisando.

Ela me olhou com diversão após o leve susto e balançou a cabeça deixou apenas um belo sorriso aparecer em seu rosto e ela abaixou o som da TV, indicando pra que eu sentasse. E eu fiz isso.

CREEP AND WEIRD - CHONIOnde histórias criam vida. Descubra agora