Estranhos.

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O quê passava na sua cabeça, Mei? O que você queria? Por que saiu aquela noite? Por que você está assim agora? Eu tenho tantas perguntas para você, tantas que não serão respondidas...

O sol está brilhando hoje, estamos quase na primavera... a primeira semana de aula passou rápido como um trem-bala! Estou me arrumando para sair com a vovó e a Yu, iremos fazer compras e passear com a Yu, afinal hoje é sábado.
Estou bem exausto, assim que voltarmos eu irei dormir. A Mei tem me mandado mensagens todos os dias, na escola ela não fala muito... deve ter vergonha, mas pelo celular essa vergonha some. O que me irrita muito, eu detesto ficar pendurado no celular, principalmente para responder mensagens assim. Ela é estranha.
Volto para o espelho - Devo cortar meu cabelo, está muito grande já. - Uma coisa a mais para fazer esse final de semana. Desço e avisto a vovó:

- Ohayo. - Ela se virá, está fazendo ovos mexidos:

- Ohayo. - Ela fala com um grande sorriso:

- Ohayo onii-chan! - Yu pula e me abraça, que criança fofa! - Você vai com a gente hoje né?

- Ohayo Yu-chan! Eu vou sim. - Ela levanta e vai para a mesa, faço o mesmo. Então a vovó coloca o café da manhã sobre a mesa. - Itadakimasu! - Agradecemos pela comida.
Após terminarmos de comer fechamos a casa e vamos para o ponto de ônibus. Eu sempre falo para a vovó que ir de metrô é mais rápido, mas ela insiste em ir de ônibus, sempre.
Depois de alguns minutos o ônibus finalmente chega, a Yu não paga por ser pequena. Eu espero que o lugar que iremos não esteja tão lotado hoje, não gosto de multidões.

Logo chegamos e o primeiro lugar que vamos é o mercado. Eu pego uma cestinha e sigo a vovó... nós geralmente não compramos carne, pois é muito caro, só que a vovó pega um pouco hoje. Isso é estranho, o que me leva a questiona-lá:

- Por que carne? - Ela me olha:

- Hoje irei fazer algo diferente para nós! - A Yu dá pulinhos:

- Entendi. - Acho melhor não perguntar mais nada, ela deve ter seus motivos.
Nós continuamos a caminhar pelo mercado e mais coisas são colocadas na cestinha. Assim que terminamos a compra, vamos para a praça do templo Hajyu, a vovó fala para eu esperar ela ali com as compras, pois ela vai levar a Yu no banheiro. Eu me sento num banco perto de uma cerejeira, logo será a primavera.... as flores irão brotar e cair, é tão lindo. Eu olho para ela e ainda há poucas flores, espalhadas...porém ali. Vejo uma flor, apenas uma, caída no chão. Por que?
Me perco em meus pensamentos e me concentro naquela flor, aquela flor... e então a vejo, eu a vejo... andando em minha direção, devagar, desatenta, talvez até desleixada... mas tão linda, como um raio de sol, ela é aquela flor... Aquela flor.
Eu fixo meus olhos nela e começo a sentir uma ansiedade imensa, talvez um pouco de medo. Por que estou assim? O que está acontecendo comigo? O que ela fez? Espere! Não posso, não devo. Não posso me sentir assim ou então eu me apaixonaria. Afasto os pensamentos à tempo, ela para em minha frente:

- Olá. - Ela me cumprimenta. - Não sabia que estaria aqui também!

- A-Ah oi, eu vim com minha avó. - Por que eu gaguejei?:

- Ah sim... bem... v-você vai fazer alguma coisa hoje a noite?

- Não sei, por quê? - Ela cora, isso é .... fofo:

- Quer... quer sair... comigo? - Um vento forte sopra e uma flor caí. Seu cabelo voa, como se estivesse dançando no ar. - Wow a primavera está chegando! - A flor caí sobre sua cabeça, o rosa e o branco fazem um contraste muito bonito, a primavera está mesmo chegando. - B-Bem o quê... acha?

- O-ok. Que horas? - Sairemos, mas apenas como amigos. Será assim:

- Às 19:00. Nós nos encontramos aqui, pode ser? - Faço que sim com a cabeça, ela sorri... não havia visto esse sorriso antes, parece um sorriso de alívio. Eu sinto meu rosto queimar, por favor não fique vermelho, por favor, por favor! - Você está bem?

Aquela Flor.Onde histórias criam vida. Descubra agora