dor (ô) sf1. Sensação de sofrimento.
2. Mágoa, pesar.
Day olhou para o céu, ponderando sobre encarar aquela chuva ou não.
Olhou para trás uma última vez, o homem ainda a encarando. Franziu o cenho para o quão familiar ele era, mas não tinha tempo para isso no momento. Tirou os saltos e encarou a chuva, empurrando algumas pessoas, buscando seu amor.
Atravessou a rua em meio a carros, assim que enxergou o cabelo ruivo virando uma esquina alguns quarteirões à frente. Apertou o passo, trombando em uma outra garota, pouco dando importância ao desastre que estava fazendo com seu vestido, cabelo e afins.
Vitao a esganaria quando a visse.
- Carol! - ela gritou quando a multidão ficou para trás na avenida.
Seus pulmões queimavam, mas ela não parava de correr. Virou a esquina e então dois faróis altos a cegaram.
Parou, no meio da rua vazia.
O motorista não se movia, Day não conseguia reconhecer quem era, por culpa dos faróis que a cegavam. Tapou a luz com uma mão, seus braços tremendo por causa do frio.
Ela deu dois passos para trás, afim de voltar à sua busca. A porta do carro se abriu.E foi como a primeira vez.
Laranja.
Day não sabia o que dizer, era como morrer afogado na praia, mas sabia o que sentia. Sua cabeça doía pela a invasão de cores em suas órbes.
Piscou algumas vezes, e quanto mais ela piscava, mais perto Carol estava.
Elas se encararam.
Carol estava tão diferente, porém, tão famíliar. O cabelo alguns centímetros maior. O rosto mais delineado.
Tirou o casaco e se aproximou mais, centímetros as distanciavam, colocou-o então sobre os ombros trêmulos de Day m. Não se controlou, e em um ato repentino ela largou os saltos e segurou as mãos quentes de Carol, as mesmas mãos que ainda seguravam as golas do casaco em seus ombros.
- Senti tanto a sua falta. - Day sussurrou, seus lábios partindo em um suspiro gelado.
- Não tanto quanto eu sinto sua falta, Day. - respondeu com toda a sinceridade que tinha em seu coração.
Day não conseguiu sustentar o olhar de Carol. Ele estava ferido, assim como ela se sentia por dentro.
- Tenho algumas coisas para te contar. - disse com firmeza, mesmo que o barulho da chuva impedisse que ela fosse escutada perfeitamente.
Carol livrou sua mão direita do aperto da mão de Day, apenas para em seguida erguer o queixo da sua garota, olhando nos olhos dela, acabou deixando um sorriso escapar.
- Não importa agora. - aproximou seu corpo, descendo sua mão até a cintura de Day.
Day fitou os lábios de Carol, e logo então seus olhos. Não se controlou, não teve como, apenas segurou o rosto de Carol em suas mãos e então a beijou.
Carol sorriu, os lábios de Day sobre os seus, como ela sentia falta disso.
Suspirou, ao que sua língua tocou a de seu amor, apertando mais o rosto dela contra o seu, quase colando seu corpo ao dela, mal se importando para a chuva que ensopava as duas.
As duas apenas se separaram ao ouvir buzinas altas. Assustaram-se e se afastaram, Carol rindo e Day tentando recobrar os sentidos e o fôlego.
Carol segurou a mão de Day e a puxou para o carro, abriu a porta para ela e correu para o lado do motorista. Ela ainda ria quando deu a partida. Day tremia agarrada ao casaco de seu amor. Sua mente uma bagunça, tentando entender o que havia acontecido ali.
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Cores - Dayrol version
RomansaDay nasceu sem suas cores, literalmente tudo o que ela enxergava era apenas preto e branco.