35 _ Obsessão

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Louise

Oliver estava sentado ao lado da maca, me observando. Eu não conseguia compreender o porquê dele estar ali, principalmente por ele achar que meu bebê era realmente de Nicolas. Ficamos nos olhando em silêncio, meu coração estava inquieto de preocupação com meu bebê.

Finalmente o médico entrou no quarto dispersando nossas atenções. Ele explicou que teríamos que fazer um novo ultrassom para ver como o bebê estava.

A enfermeira me ajudou a me trocar e então deitei novamente na maca. Oliver permaneceu observando tudo atento. Como já estava no quarto mês de gestação ele passou um gel gelado na minha barriga. Com o aparelho foi projetado a imagem escura na tela ao lado.

— Está tudo bem? — Questionei apreensiva.

— Escuta isso! — Ele disse e o som do coraçãozinho preencheu o quarto. Meus olhos ficaram úmidos e ele sorriu me tranquilizando. — Seu menino está bem. Foi apenas um susto.

— É um menino? — Oliver questionou e eu assenti. — Meus... Parabéns!

Eu olhei para ele e comprimi meus lábios. Ele estava ouvindo o coração do próprio filho e nem fazia ideia. Me senti mal com a situação. O médico terminou o procedimento e eu me sentei cautelosa.

— Você precisa continuar fazendo repouso e precisa aumentar a ingestão de água. Houve uma diminuição do líquido amniótico. — Avisou chamando a minha atenção.

— O que isso significa?

— O líquido protege e nutre o bebê. Sem esse líquido ele fica muito exposto e pode ser perigoso.

— Perigoso quanto? — Questionei preocupada.

— Dependendo da situação pode ser necessário induzir o parto. — Respondeu e eu toquei a minha barriga.

— Por que tem sido tão difícil, doutor? Tantas mulheres tem filhos no mundo numa gravidez normal. Por que tudo tem que acontecer com meu bebê?

— Louise, não há uma explicação do porquê algumas gestações são tão conturbadas quanto outras. Nem porque algumas pessoas sofrem mais que outras. A vida é assim, infelizmente. Cada um tem o seu destino para trilhar. O importante é se manter forte.

— Eu espero que seu filho fique bem. — Oliver desejou e eu o olhei aflita.

— Eu preciso te contar uma coisa... — Falei olhando para ele que franziu a testa, atento. Doutor Scott percebeu que o assunto era importante e saiu do quarto nos dando privacidade. Respirei fundo tomando coragem, eu precisava contar a verdade para ele. — Oliver, esse filho é...

— Horário de visita! — Nicolas falou entrando subitamente no quarto.

— Eu não acredito nisso. Como você soube que eu estava aqui? — Perguntei furiosa e ele trocou olhares afiados com Oliver.

— Eu sempre sei onde a mãe do meu filho está. — Respondeu insano indo até a janela. — Pode dar licença, Oliver? Obrigado por pegar meu turno da manhã. — Zombou e Oliver estranhamente sorriu.

— Tudo bem. Então eu já vou. — Oliver avisou me deixando incrédula ao não ceder às provocações. Ele colocou as mãos no bolso e de repente se aproximou de mim, beijou meus lábios me assustando ao puxar meu travesseiro ao mesmo tempo.

— Está louco? — Nicolas ralhou o empurrando e Oliver sorriu piscando para mim. Eu não consegui entender absolutamente nada da sua atitude. — Você sabe muito bem o que está em jogo se insistir em me contrariar. — Ameaçou e eu franzi a testa.

Oliver olhou no fundo dos olhos de Nicolas e por um segundo eu achei que fosse bater nele. Entretanto saiu do quarto sem dizer mais nada.

— Foge mesmo! Quem deve, teme sempre. — Nicolas ironizou batendo a porta e me olhando com um sorriso estranho.

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