Quanto Cu$ta O Amor

Epílogo

Dois meses depois...
Louise

Eu sentia que tudo finalmente estava em seu devido lugar. Oliver voltou a correr após provar na justiça que havia sido vítima uma armação. Nicolas permaneceu preso por homicídio doloso, omissão de socorro e por todas as ameaças. Já Mila foi presa por falso testemunho e por ter drogado Oliver e se aproveitado da situação​. No final das contas os registros que ela fez só serviu para provar seus próprios crimes.

As inúmeras estrelas brilhantes pregadas no teto do asilo foi obra de Lola e Lourenço que juntos organizaram toda a festa.

Rose e Anna fizeram as pazes e entraram de damas de honras. No altar improvisado o casal de padrinhos Lea e Leo mostravam que combinavam não apenas nos nomes, como também na sintonia. Ambos sorriam animados e estavam deslumbrantes. Também sorriam um para o outro, o que eu achei curiosamente interessante. Não que eu fosse dar uma de cupido no meu próprio casamento. Imagina!

Respirei fundo e parei de olhar pela fresta da porta. Analisei meu vestido sereia no espelho e senti o nervosismo me atingir em cheio. Eu conhecia todos ali e os via diariamente, mas ainda assim o casamento era algo tão surreal que parecia ser coisa do outro mundo. Eu me sentia nervosa ao imaginar passar por eles vestida de noiva.

— Olha como a mamãe está linda! — Minha mãe comentou com Stephan no colo e ele me fitou com seus olhinhos verdes idênticos aos de Oliver.

— E super nervosa! — Comentei me aproximando deles. — Estou com um frio na barriga indescritível.

— É assim mesmo. A boca seca, as mãos ficam trêmulas, o coração falta sair pela boca. Casar é como se apaixonar pela primeira vez. A diferença é que você está prometendo se apaixonar sempre pela mesma pessoa. Pelo resto dos seus dias. — Minha mãe comentou séria e eu beijei a mãozinha do meu menino que permanecia me encarando atento. — É a promessa mais sincera que o nosso coração pode fazer. Pena que nem sempre dura. — Lamentou pesarosa e eu a olhei pensativa.

— Engano seu, Bea. Um amor como o nosso jamais morre. — Ouvi uma voz grave dizer e virei imediatamente para trás completamente chocada.

— Pai? — Questionei e ele sorriu alisando a lapela do terno escuro. Estava com a barba bem feita e com mais peso do que a última vez que o vi. — Mas como... O que faz aqui? Não devia estar no seu tratamento?

— O tratamento que você pagou para mim, Louise, já terminou. Agora estou reabilitado para viver de volta à sociedade.

— Espera! Pagou para você? — Minha mãe questionou confusa e eu olhei surpresa para ele. Não esperava que fosse descobrir meu segredo.

— Não viraria as costas para o meu pai. Nunca. — Respondi timidamente e ele pegou na minha mão de forma carinhosa, como fazia antes de mudar completamente sua personalidade.

— E eu te agradeço eternamente por isso, minha filha. Sei que não fui um bom pai para você. Nem um bom marido para sua mãe. Mas isso não significa que vocês não sejam os grandes amores da minha vida. Infelizmente o vício nos corrói, nos alucina e nos traga para um bueiro sem fundo. Eu fui fraco, me perdi, me deixei afundar. Mas não teve um dia da minha vida que eu não lamentei por ter estragado tudo com vocês. Cheguei a cogitar nunca mais procurar por vocês, mas ao descobrir que Louise havia me ajudado anonimamente percebi que ainda havia coisas entre nós que, mesmo que de forma fragmentada, nos torna uma família.

— Eu não sabia de nada disso. Por que não me contou que sabia do paradeiro dele? — Minha mãe questionou emotiva e eu peguei Stephan de seu colo e o abracei ao peito.

— O que importa é o agora, mãe. E a senhora acabou de dizer que o casamento é a promessa mais verdadeira que o nosso coração pode fazer. — Falei notando os olhos dela cheios de lágrimas. — Mas meu amor pelos meus pais é a minha grande promessa de vida. Temos muito o que conversar, eu sei que ainda há muita mágoa entre nós três a ser resolvida, mas por hora só quero entrar com vocês dois até o altar. Meus pais que independente de qualquer coisa amo tanto. — Pedi e ela pareceu ponderar por um instante.