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Malú

Que homem mais insuportável, umas mulheres surtadas correram ao ouvir o nome dele, e o miserável teve que sair apressado sem me dizer o que ele faria, vou até minha bicicleta e pego as roupas do chão.

- vou ter que lavar tudo di novo, mas que droga, pelo menos minha bike não ficou tão ruim assim. Arrumo minha bicicleta e volto para casa, havia um rio ali perto, vou até lá, e ajeito todas as roupas e as lavo uma por uma, mas aquele homem, o cantor conhecido tinha uma expressão diferente, e um sorriso que tenho que admitir era incrível, sua voz ao falar comigo era tão doce, mas o que estou pensando? Ele era somente mais um desses que faz o que quiser, metido e que acha que pode pisar em todos.

- como vai princesa? Escuto aquela voz que eu odeio, aquele canalha que eu detesto.

- o que você quer Afonso? Viro cerrando meus punhos e colocando na frente do meu rosto em modo de defesa.

- calma, eu vi o que aconteceu lá atrás, você é bem valente em xingar o Michael Jackson.

- vai pro inferno tá, tenho mais o que fazer invés de perder meu tempo com você. Volto a lavar as roupas.

- sabe porque gosto de você? Porque não está nem aí pra ninguém e diz o que quer.

- eu por acaso perguntei porque gosta de mim, não tá vendo que to ocupada? Disse brava sem olhar pra ele.

- que isso docinho, você sabe que sou louco por você. Senti ele chegar perto, e aquele cheiro horrível de cachaça no meu pescoço.

- tira suas mãos de mim. No mesmo instante sem nem pensar me virei e deixei a marca da minha mão no seu rosto o fazendo virar pro lado.

- você é louca sabia?

- sou sim, e to nem aí, agora se manda que estou trabalhando, volta pro bar que pelo jeito foi de onde você saiu. Digo estalando os dedos e fazendo sinal pra ele ir.

- você não sabe com quem se meteu Malú, pode apostar nisso.

- to morrendo de medo - eu disse desafiante-
SAI DAQUI AFONSO!!

Ele me olhou furioso com o rosto vermelho pelo tapa e foi embora, me chamam de selvagem pela minha ignorância e brutalidade, e eu digo que sou sim com o maior orgulho, o dia em que fui a garota Boa com todos já passou, a velha Malú já morreu.

- filha, você voltou cedo. Candinha disse assim que entrei, peguei sombra e fiz carinho nela.

- eu tive um pequeno acidente e sujei as roupas, agora só esperando pra secar. Eu me sentei ao seu lado com dificuldade por conta do meu joelho.

- só um acidente? Menina olha sua perna.

- eu to bem Candinha, foi só um arranhão.

- arranhão? Olha como ficou seu joelho.

- eu caí da bicicleta Candinha foi só isso.

- eu não vou deixar você assim, deve ter algo pra poder colocar nisso. Candinha também era curandeira e ajudou muitas pessoas que se machucavam e nada melhor do que folha de bananeira com açúcar para a meu joelho, ele passou o açúcar sobre os cortes que estavam formados, e a folha era pra enfaixar.

PELO OLHAR DELAOnde histórias criam vida. Descubra agora