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Michael

Uma nuvem escura se formou, sinto gotas escorrerem pelo meu rosto, se juntando as minhas lágrimas.

- entre no carro senhor, pode ficar doente.

Me mantive calado, devia fazer uns 15 minutos que ela havia ido embora e me deixado para sempre, talvez se eu olhasse para o nada no meio da rua ela voltasse, se arrependesse e voltasse, mas ela não voltou, ela só andou até ele sem olhar para trás, sem a incerteza se o que fez era o certo, levantei a cabeça, eu podia ver seu sorriso como lembrança na minha mente, ela correndo para meus braços e seu toque, ainda era nítido para mim... e se perdeu.

- senhor? Bill voltou a chamar.

Passei por ele e segui o caminho a pé.

- quero ficar sozinho. Eu disse em tom baixo porém esclarecedor.

●●●

Dia seguinte

Malú

Na mesa do café o clima era de silêncio.

- fiquei preocupada com você ontem querida, o modo como deixou a passarela e foi embora, todos ficaram preocupados.

- eu só não me senti confortável estando lá. Respondi ríspida.

- devia ter falado conosco, aí essa idéia de desfile nem passaria pela cabeça da sua mãe.

- obrigado pai, mas ela teve intenção boa, eu que me senti mal depois, mas foi tudo lindo mesmo.

- por que Michael Jackson subiu no meio da passarela e te encarou daquele jeito? Vocês já se conheciam ?

- pode-se dizer que sim, mas é uma longa história.

- Deni te trouxe para casa ontem não foi ?

- foi sim.

- vocês por acaso...?

- mãe! - parei de comer e afastei o prato - eu agradeceria se você parasse de me encher de perguntas... perdi a fome, com licença.

Me levantei da mesa, peguei minha bolsa e fui até a porta e abri, Deni estava na minha frente com um buquê de rosas brancas e vermelhas e um sorriso bobo no rosto.

- eu, já ia tocar a campainha, eu juro.

- o que faz aqui ? Pergunto.

- depois de ontem, eu queria ver você, a não ser que você esteja arrependida.

- não estou? É que tudo é muito novo para mim só isso.

- jantar. Às 20, passo aqui para te pegar.

- Deni, não sei se estou no clima...

- eu te amo, vou fazer tudo para provar isso. Ele deu mais um sorriso e saiu, voltei até a sala e chamei Rita, uma empregada da casa.

- arranja o melhor vaso que tiver e coloca essas rosas.

- sim senhora.

PELO OLHAR DELAOnde histórias criam vida. Descubra agora