PELO OLHAR DELA

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Michael

Todo o lugar em neverland encantava Malú, com pura inocência ela se via atraída por tudo, e era lindo ver seus a maneira como seus olhos brilhavam, de uma forma inexplicável ela esquentava meu coração somente com a presença dela.

- tudo isso é seu? Ela perguntou me despertando do meu transe para responde-la.

- sim, gostou?

- uhhh, nunca tinha visto um lugar assim, não chega nem perto da vida que eu tinha, o senhor tem muita sorte.

- por que acha isso?

- pessoas como eu não podem ter isso, acho que só o fato de ter saúde já é um privilégio.

- agora que você está aqui, farei de tudo para ve-la feliz, posso te garantir.

Ela simplesmente sorriu e continuou andando até a árvore dos sonhos.

- que bacana!! Ela disse acariciando o tronco.

- minhas grandes músicas foram escritas debaixo desta árvore, eu acho que é uma forma de me sentir bem. Respondi.

- o senhor é realmente alguém de sorte, nem nos meus sonhos mais loucos pensei em estar num lugar como esse.

- Malú?

- sim?

- eu sei que você deve ter passado por muitas coisas, e eu estou disposto a te ajudar a ser uma pessoa melhor, a se arrumar e a andar.

- eu sei seu... Michael, tirando minha Candinha e o padre nunca tive alguém que demonstrasse tanta preocupação assim por mim, você é um cara nota 10.

Malú se aproximou de mim ficou na ponta dos pés e me deu um beijo no rosto, com aquele olhar e sorriso que acalmava o coração de qualquer valentão.

- você deve me prometer que vai obedecer Francis, mesmo quando eu não estiver aqui.

- num gosto daquela mulher. Ela disse cruzando os braços e fazendo bico.

- eu entendo, mas ela também quer o melhor pra você.

- não acredito, já viu como ela olha pra mim? Eu acho que ela tem é ciúme de você.

- de mim? Não é possível, Francis tem quase o dobro da minha idade.

- e quando começou a existir idade pro amor?

- er... tem razão, vou tomar mais cuidado.

Nossa conversa foi interrompida com a chegada de Stan.

- com licença senhor Jackson, Malú, eu deixei Sombra na cozinha mas a sua gatinha é arisca e tá fazendo muita bagunça.

- eita! Com sua permissão Michael, mas eu vou lá impedir que ela destrua a casa.

- pode ir Malú.

Assim que ela foi chamei Stan antes que ele também fosse embora.

- posso perguntar uma coisa Stan?

- claro senhor.

- você acha que Francis possa estar apaixonada por mim?

- olha senhor Jackson, eu nunca estou dentro da casa, e não costumo prestar muita atenção nos detalhes.

- mas você já ficou desconfiado por alguma coisa?

- bom, ela olha pro senhor de um jeito diferente, ainda mais agora que a Malú está morando aqui, Maria da Luz é uma boa pessoa senhor Jackson, ela sofreu muito nessa vida, nem ao menos conhece os pais nem sabe de nada deles, eu peço que tenha paciência, ela pode ser difícil de lidar as vezes, tudo que falta pra ela é um pouco de amor.

- obrigado Stan.

- com licença, vou voltar ao meu trabalho.

- pode ir.

Eu sei que devo saber quem são as pessoas que coloco dentro da minha casa, mas jamais imaginei algo assim de Francis, talvez seja melhor ficar mais atento aos detalhes.

Malú

Quando cheguei na cozinha Sombra tinha rasgado o saco de farinha pra tudo que é canto, e me deu trabalho pra arrumar aquela bagunça.

- olha o que você fez mocinha, se quisesse comer era só ter me falado, tenho que limpar isso antes que seu Jackson veja.

Enquanto pegava o pano pra passar naquela sujeira ouvi uma voz atrás de mim.

- pode deixar comigo criança, trabalho nessa casa a muito tempo e posso fazer de tudo.

Tinha cara de uma senhora bem simpática, pele morena e cabelo trançado, um pouco gordinha e tinha um andar engraçado, ela pegou minha mão e me ajudou a levantar, analisou meu rosto e me fez um carinho, sua maneira doce me lembrava a Candinha.

- desculpa, minha gatinha derramou a farinha mas eu posso limpar sem problemas.

- deixa disso menina, essa mulher aqui faz isso, porque não vai se divertir pelo rancho?

- perdão, mas a senhora tem uma voz engraçada.

- eu sou descendentes de refugiados da África, meu tataravô era um escravo, carrego o sangue africano com muito orgulho.

- a senhora tem cara de ser super gente boa, pode deixar que eu vou ajudar a limpar tudo está bem.

- obrigada menina, você parece ser legal, espírito jovem e puro.

- qual é seu nome?

- minha flor, você pode me chamar de Meymey.

- que nome legal, e a senhora pode me chamar de Malú.

Maymey e eu ficamos lá limpando o chão da cozinha como eu fazia no tempo que morava na vila, e pela primeira vez desde que tinha morado no casarão eu realmente me sentia em casa.

O ano está acabando, e quantas coisas passamos né, 2019 foi um ano excelente, que 2020 possa ser o dobro da nossa felicidade, desejo para todas as manas e manos que me acompanham um maravilhoso ano novo.